quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 26 - Confissões

Durante aquele mês tentei o mais que pude esconder meus enjôos, minha barriga ainda não havia crescido o que me deixava um pouco mais calma.
Minha esperança era que algum dia Tom me ligasse dizendo que queria me ver, que estava com saudades, mas isso não aconteceu.
Nos nossos poucos encontros ocasionais, Tom se mostrava frio, distante. Ás vezes eu chegava a ter a impressão de que ele queria me dizer algo, porém ele nada dizia, apenas desviava o olhar e seguia o seu caminho.
O momento oportuno para que eu lhe contasse sobre minha gravidez parecia que nunca iria chegar.
No entanto Bill, sempre que tinha um tempo livre me ligava, me mandava flores e doces e como sempre adorável fazia questão de ir até minha casa ou então marcar encontros.
Bill sempre conseguia me fazer esquecer dos problemas que assombravam minha mente.
Marcamos de nos encontrar hoje, ele quer dar um passeio ao ar livre, diz estar muito estressado com os problemas de sua banda.

– Oi Camila! Já decidiu para onde nós vamos hoje? Hein? – disse Bill assim que minha mãe abriu a porta para que ele entrasse.
– Um parque!
– Parque?
– É... Tem um gramado... aí as crianças ficam brincando, os casais namorando. Super tranqüilo.
– Num é um daqueles matagais cheio de mosquitos, né?
– Não, Bill.. acho que você vai gostar.


Pegamos o ônibus e fomos ao parque em que eu costumava ir quando me sentia triste, ou queria ficar sozinha. Era um belo lugar, haviam várias árvores e flores, pássaros cantando. Bem diferente da cidade poluída em que estávamos acostumados a ficar. Apesar de simples, para mim era um verdadeiro paraíso.

– Aqui é bem verde, não? – disse Bill.
– Você não gosta?
– Bem... eu só não estou acostumado.
– Vem, vamos procurar algum lugar com sombra! – disse segurando em sua mão.

Caminhamos um pouco e logo encontramos um canto em que não havia muitas pessoas.
A sombra que uma enorme árvore oferecia nos dava um ambiente perfeito para conversar. Longe de toda a confusão em que o mundo parecia estar..
Corri e então me deitei no gramado.
O vento soprava as folhas fazendo com que algumas caíssem no chão.
Aquele silêncio me trazia a paz que há tanto tempo eu vinha procurando. Deitada ali eu me esqueci de tudo e de todos.
Menos de Bill, que não deixava isso acontecer:

– Eu vou ter que me deitar assim... no chão mesmo?
– Pode vir a, grama está seca, não vai sujar a sua roupa. Pelo menos não muito.

Bill então deitou-se ao meu lado, e em silêncio e com os olhos fechados, ficamos ali por algum tempo. Quando de repente ele se senta e pergunta:

– Camila, você acredita em amor a primeira vista?
– Amor a primeira vista?
– È, você acredita? Já teve um?
– Bom, sabe como é... dizem que o amor é cego. Então o que você acha que é amor pode acabar não sendo.
– E como você tem certeza se é ou não amor?
– Isso é muito complicado Bill. Quer dizer acho que de tão simples acaba ficando complicado.
– Que?
– Nem eu entendi o que eu disse.
– Que dirá eu, né Camila?
– Ah Bill... acho que cada um se conhece o suficiente para saber quando está amando alguém.
– Mas é possível em tão pouco tempo você sentir um sentimento tão verdadeiro por alguém?
– Sabe às vezes você acha que ama uma pessoa, mas então tudo acaba e você percebe que não a amava tanto assim.
– Como assim?
– Tipo, eu achava que amava o Gustav, mas aí eu conheci... deixa pra lá. Como eu ia dizendo...
– Quem você conheceu Camila?
– Bill esquece esse assunto. Eu não quero falar sobre isso.
– Me conta eu juro que guardo segredo.
– A questão não é essa...
– Então porque você não pode me contar? Tem a ver comigo?
– Sim... quer dizer mais ou menos.... Então eu conheci o Tom.
– Tom? – disse Bill com um ar de decepção.
– O Tom foi alguém muito especial em minha vida.
– Foi? Então quer dizer que ele não é mais? – disse ele expressando um pouco de  entusiasmo em seus olhos.
– Não Bill, ele foi e ainda é.
– Mas eu vi o jeito que ele te tratou. Ele até te xingou!
– É... ele terminou tudo comigo.
– Você ainda o ama?
– Apesar de não querer, eu ainda o amo.
– Então é verdade o que ele me disse sobre você estar me usando. – disse ele com lágrimas nos olhos.

Me sentei ao seu lado e encostada em suas costas disse:

– Não Bill! Em nenhum momento eu te usei! O nosso encontro foi por coincidência.
– Mas você me usa até mesmo sem querer. Quando olha para mim, quem você realmente vê é o Tom.
– Não Bill, eu sei diferenciar as coisas. Nem por um instante eu pensei no Tom enquanto estive com você. A aparência de vocês não fica tão evidente assim, por terem estilos muitos diferentes.

Bill então abaixou sua cabeça sobre seus joelhos e chorou. Ele parecia estar tão frágil naquele momento, tão decepcionado comigo. Por mais que eu dissesse que não havia o usado para reconquistar Tom e que enquanto estive com ele meus pensamentos eram todos voltados apenas a nós dois, ele não acreditava em mim.
Então ele se levantou e começou a caminhar, se afastando de mim sem ao menos olhar para trás.
Imediatamente me levantei e corri atrás dele e por trás o abracei.

– Bill, por favor acredite em mim, não queria te magoar!
– Eu não quero mais te ver Camila. Eu não sou o Tom.
– Eu sei disso, e eu gosto de você pelo que e por quem você é.

Então Bill se virou para mim, seus olhos estavam vermelhos, os mesmos olhos que há minutos atrás esbanjavam alegria, agora estavam tristes.

– Mas você não me ama Camila!
– Não, eu não o amo Bill. Mas gosto de você como amigo. Isso já não é o suficiente para você?
– Não Camila! Por que eu te amo!
– Bill você está confundindo as coisas...
– Como posso estar confundindo as coisas? Eu só penso em você, eu quero te proteger de tudo e de todos, sempre que ouço a sua voz até mesmo pelo telefone, parece que o meu dia ganha vida. E quando eu não te vejo eu fico triste fico até de mal humor.
Você pode até não acreditar, mas eu sei que te amo!
– Bill, como eu queria amar você. Te juro que eu adoraria ser sua namorada, mas eu não consigo esquecer o Tom!
– Eu te ajudo! Eu prometo que faço você esquecer o Tom, é só você me dar uma chance.
– Bill, eu não quero magoar ainda mais você. – disse abaixando a cabeça.
– Você me magoa dizendo que não quer nem ao menos tentar!

Bill então segurando meu queixo levantou minha cabeça me deu um doce beijo e me abraçando disse em meu ouvido:
– Eu prometo conquistar você mais e mais a cada dia que passe. Algum dia você irá me amar do mesmo jeito como eu te amo.

Ao ouvir aquelas palavras tão sinceras vindas de Bill eu não pensei unicamente em mim, mas sim principalmente na criança que estava em meu ventre.

– Bill, eu estou grávida, eu estou esperando um filho seu.

Postado Por: Grasiele

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