quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Touched By An Angel - Capítulo 15 - Nos braços de um anjo!


Você está nos braços de um Anjo,
Talvez encontre algum conforto aqui...

In The Arms Of The Angel - Sarah Mclachlan 

...

No sábado de manhã, dia do meu aniversário, eu estava na piscina sozinha, quando Marina veio me chamar:



- Janny, telefone para você.



- Quem é?



- É um homem e não quis se identificar. - Disse que era um amigo. - Marina disse. Saí da piscina e enxuguei minhas mãos para atender o telefone.



- Alô? - Eu disse



- Arruma-se agora que tô passando daqui cinco minutos na sua casa para te pegar!


Um  sorriso nasceu involuntariamente  em meus lábios ao ouvir aquela voz. Tinha certeza que ele não ligaria e muito menos se lembraria do meu aniversário.



- Você pode ficar pronta em cinco minutos? Meu motorista vai me levar até a sua casa e depois podemos ir em um lugar. Podemos ir com o seu carro? Você pode ir dirigindo? Tudo bem?





- Claro...Claro... com certeza, toda certeza.... – Eu podia tudo. Para estar ao lado dele, eu faria qualquer coisa.

 

Desliguei o telefone e fui para dentro da casa, subindo as escadas.



- Ei..ei...O que é isso? – minha mãe gritou do seu quarto vendo meu desespero ao passar pela porta.



- Bill vai vir me buscar!



- Hum...Tudo isso por causa do Bill!



- Siiiiiim...Tudo isso por causa do Bill! - Gritei já dentro do meu quarto tirando meu biquíni, deixando jogado  pelo chão do quarto.

 Liguei o chuveiro, ensaboei-me, enxaguei-me, desliguei o chuveiro, me enxuguei e corri para o meu closet para me trocar. Coloquei um short jeans e uma blusa branca regata , coloquei meu Dolce&Gabbana e desci as escadas correndo indo para a porta da minha casa esperá-lo.


Estalava os dedos impaciente e mordia meu lábio inferior em sinal da minha agonia. Estava tão ansiosa que não aguentei e saí correndo pelas ruas do condomínio até a portaria, e do lado de fora do portão o esperei.


 Depois de dois minutos  ele surgiu. Ele mesmo abriu a porta e fui até ele com um sorriso de orelha a orelha.



- Oie! – Eu disse feliz beijando-lhe a bochecha.



-Oi! – Ele respondeu. – Onde está seu carro?





Caramba estava tão empolgada  e agoniada, que em esqueci que íamos ao tal lugar com o meu carro. Isso era o efeito que ele causava em  minha mente, eu saia de mim quando o assunto era Bill Kaulitz.




- Eu...eu o esqueci... – Eu disse sorrindo sem graça.



- Nossa tão novinha e tão esquecida! – Ele brincou.



Eu ri de seu comentário e fui até a guarita interfonei para casa e minha mãe  trouxe o carro até a portaria.

Minha mãe cumprimentou Bill e ele retribuiu o cumprimento. Minha mãe olhou para mim e apenas piscou; não pude deixar de sorrir, eu apenas sorria, minha felicidade não cabia dentro do meu corpo. Meu sorriso não cabia dentro do meu rosto...

Entramos no carro e ele foi me guiando da forma dele, até chegarmos em um parque com um letreiro enorme: Jardim Botânico!



- Está vendo o parque? – Ele disse



- Sim!



- Pare dentro do estacionamento, por favor! – Ele pediu.



Fiz o que Bill pediu e estacionei embaixo de uma árvore,  antes de descer do carro ele ligou para alguém e apenas disse:



- Chegamos! – E desligou o celular. Fui em sua direção e perguntei curiosa:



- O que viemos fazer aqui?



- Curiosidade matou o gato, sabia? – Ele respondeu carinhosamente. – Fique calma que logo saberá o motivo de estarmos aqui.



- Tá bom! – Eu respondi encostando no carro perto dele fazendo nos braços se tocarem, o olhei e ele abriu um sorrisinho de canto.



-Bill! – Um rapaz de camiseta vermelha o chamou.



- Fernando, essa é a Janice! – Ele nos apresentou. Sorri para ele e o rapaz disse:



- Vamos, é só me seguir.



- Venha, me dê sua mão. – Eu disse pegando a mão de Bill e seguindo Fernando. Bill segurou minha mão firme e seguimos para dentro do parque. Caminhamos uns cinco minutos dentro de uma trilha até chegarmos em um portão grande. Tinha uma grande placa com o aviso: Proibida a entrada de visitantes.


Ali em frente aquele portão paramos e Fernando virou para mim e disse para Bill sorrindo.


- Chegamos! É só entrar Bill! Qualquer coisa ligue no meu celular.





-Obrigado,  Fernando. - Bill agradeceu.

 

Ele acenou com a cabeça para mim e virou para ir embora, subindo nos meio das árvores, ficando apenas eu e Bill diante do enorme portão.

Bill colocou sua mão na maçaneta,  abriu o portão e entramos  em um segundo jardim. Havia muitas plantas, muitas flores e um cheiro maravilhoso de bosque. Fomos entrando no jardim privado e a cada passo o lugar ficava mais lindo, florido e cheiroso.





- Bill, isso é lindo! – Eu exclamei admirada.



- Muito! – Ele responde.



- Nem sabia que existia um lugar desse dentro de São Paulo.



- Eu venho sempre aqui...Um refúgio. Venha! - Ele mais uma vez segurou minha mão e adentramos mais a fundo no lindo jardim. Quando ele esbarrou em  vários SINOS DO TEMPO, ele virou para mim e disse:  





- Agora eu quero que feche os olhos, não se preocupe, eu conheço esse lugar muito bem, confie em mim e deixa eu te guiar.



 Na verdade, ele havia colocado todos aqueles SINOS DO TEMPO para demarcar a região exata que Janice fecharia os olhos e se preparasse para a grande surpresa.



-Tá! – Eu me limitei a responder e fechei meus olhos.


Ele segurou minha cintura com suas duas mãos e com aquele toque meu coração acelerou. Ele me guiou para frente e demos mais uns vintes passos e  ele me fez parar apertando minha cintura.


- Agora eu quero que você abra os seus olhos bem devagar! Sem pressa ! – Ele disse perto do meu ouvido.


Fui abrindo os meus olhos lentamente...abrindo e  quando os abri totalmente, o sorriso do meu rosto morreu, meus olhos se arregalaram e meu corpo inteiro estremeceu. Não era possível aquilo que eu via diante de meus olhos.



- Meu Deus, Bill ! – Eu consegui dizer no meio do transe. – O que é isso?

 

- Eu pensei em te dar um presente, mas tenho certeza que hoje você ganhará o melhor perfume, a melhor roupa, a melhor jóia...Bens materias e eu não queria ser mais um a te dar coisas que enchem os olhos e não a alma e o coração. O meu presente é simples, porém muito especial. Não gastei nenhum centavo com ele, mas estou aqui desde ontem à noite o preparando. Você gostou, Janice?

  

Não consegui responder. Coloquei minhas duas mãos na boca e fui girando meu corpo sem acreditar no que eu via. Miragem! Tudo aquilo era uma inacreditável miragem.



 -Meu Deus...Isso é...Isso é... – Eu não conseguia completar a frase, minha garganta estava fechada e meus olhos ficaram embaçados com as lágrimas que se formavam dentro deles. - Essa é a coisa mais linda que eu já presenciei em toda minha vida.

 

Ele tinha colocado muitos alimentadores de beija flores  nas dezenas de árvores presentes naquele  imenso jardim. E ali na minha frente, pelo menos  uns cem beija flores voavam  e bebiam  água nos alimentadores.  Os pássaros davam um colorido especial ao local, já que uns eram azuis, outros verdes e outros multicolor.

 

- São todos seus... Pelo menos por hoje! – Ele disse aproximando-se de mim.




Eu me virei para ele e o olhei e quando olhei para dentro de seus olhos , mesmo ele não me vendo eu tive a nítida impressão que ali trocamos muitas coisas, inclusive O NOSSO AMOR.


Então, eu comecei a andar pelo jardim , eu estava anestesiada, estava abobada  e não acreditava  que tudo aquilo estava acontecendo mesmo comigo.  Era como se  todos aqueles beija flores estivessem dentro de mim, batendo asas incontrolavelmente.


Era como se  não existisse mais um mundo fora daquele lugar...O único som que eu conseguia ouvir naquele exato momento era do meu coração e dos pássaros.


 Nem todas as palavras existentes no Aurélio definiriam o que eu estava sentindo naquele momento. Era  como se o céu tivesse descido para a terra ou  como se Bill tivesse colocado um laço gigante  no céu e tivesse o entregado para mim, em minhas mãos.

 
E sem conseguir mais esconder ou fugi dos meus sentimentos... Entreguei-me às lágrimas! Chorei e chorei como nunca chorei em toda minha vida. Os soluços se misturavam com as batidas do meu coração e com o barulho das aves.


Senti a mão de Bill em meu ombro então me virei e o abracei fortemente. Deitei minha cabeça em seu peito e deixei minhas lágrimas sairem de dentro do meu peito...do fundo da minha alma.



- Obrigado! Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci. – Eu disse entre soluços o apertando mais em meus braços.– Esse foi o melhor presente que eu já recebi nesses meus  vinte anos.



O senti beijando minha testa e o ouvi dizendo baixo e docemente:


- Que bom que gostou!



- Eu não gostei...eu amei!


Estreitei o abraço e beijei seu peito. Senti seus dedos em meus cabelos fazendo carinho. Ficamos ali por mais alguns minutos em silêncio. Abraçados.



- Posso alimentá-los? - eu pedi ainda abraçada a ele.


 - Claro! – Ele disse soltando seus braços do meu corpo.



Fui até uma árvore tirei um alimentador e o segurei  em minha mão; um beija-flor azul com detalhes verdes veio em minha direção e começou a beber. Sorri maravilhada com aquela cena mágica.


 Olhei para Bill  ali, parado em minha frente. Naquele instante  meu coração parou de bater, ele tinha feito tudo aquilo para mim e na verdade não podia se quer ver a minha felicidade, ver como tudo aquilo tinha ficado perfeito.


E pela primeira vez, desde que conheci Bill,  aquilo doeu em mim, fechei meus olhos e chorei em silêncio. POR ELE ! Não por dó ... chorei de angustia, por que ele estava me fazendo a mulher mais feliz do mundo e não podia se quer desfrutar tudo aquilo junto de mim.

 Naquele instante percebi o quão difícil era ser um deficiente visual, como era viver na escuridão e não poder ver até as coisas mais simples da vida, como UM BEIJA-FLOR!
E então, a partir daquele sentimento eu passei a amá-lo e a respeitá-lo muito mais do que qualquer outro ser humano comum , que é  “fisicamente perfeito” e vive reclamando de coisas banais da vida.



- DEUS, como eu queria que só por um instante Você desse essa graça a Bill. – Eu disse baixo sentindo minhas lágrimas salgadas em minha boca. – Pode tirar a minha...e dar a ele!

 

-Está os alimentando ainda? – A pergunta dele me trouxe de volta.



Então, sequei rapidamente minhas lágrimas com os meus punhos, fui até a árvore, deixei novamente o alimentador nela  e me dirigi em sua direção. Peguei suas mãos e coloquei em meu rosto.


- Está vendo, Bill? - Eu perguntei



- Sim! – Ele disse baixo.



- O que você exatamente está vendo? – Eu insisti em voz alta.



Bill baixou a cabeça e eu a levantei com o meu dedo.



- Diga o que você está vendo, Bill!



- Vejo que você está feliz!





- Não! Não estou “SÓ” feliz. – Eu disse aproximando mais meu corpo do dele. - Eu estou apaixonada... Eu estou completamente e perdidamente  apaixonada por você...Bill Kaulitz!


Eu o vi abrir os lábios e o intervi:


- Eu estou apaixonada e você não pode me impedir disso...Nada do que você disser vai ser suficiente para me fazer mudar de ideia. Eu me apaixonei por você e quero viver essa paixão...INTENSAMENTE!

  

Levantei meus braços, acariciei seu rosto delicadamente, me aproximei  e  beijei seus  lábios com todo desejo que eu sentia por ele. Bill colocou seus braços em minha cintura e me trouxe para perto de seu corpo. Nossas línguas enroscaram-se com paixão. Ele me abraçou mais forte e abriu mais seus lábios forçando sua língua e aprofundando-a na minha boca como se quisesse dizer:  “Chega de lutar...Eu me rendo!”


 E diante dessa "confissão" silenciosa eu tive a certeza: Eu era correspondida! Bill também me amava. E  perdida em suas carícias e em seu beijo, tive convicção dos meus objetivos dali a diante. Eu ia lutar por aquele amor; ia brigar com o mundo se fosse preciso para tê-lo ao meu lado, e  nem preconceito e nem deficiência nos impediriam de sermos felizes.


O beijo foi ficando mais exigente , o corpo dele não queria mais só minha boca, ele foi descendo os lábios úmidos e quentes pelo meu queixo, pelo meu pescoço e soltei um gemido involuntário, aquilo era uma tortura, uma doce e deliciosa tortura. Nossos lábios juntaram-se novamente e ele me deu um selinho e afastou seus lábios dos meus com um sorriso malicioso.

 

- Tenho que te levar para casa. Já esta ficando tarde, seus convidados vão chegar e você não estará lá para recebê-los.



- Não...Não...Vamos ficar aqui... Só eu e você! - Eu disse fechando meus olhos e o beijando novamente.



- O parque vai fechar! - Ele disse quando parei de beijá-lo.



- E daí? –Eu perguntei.



- E daí? Se ficarmos aqui sem comida teremos que  assar todos esses pássaros e comê-los como café da manhã. – ele disse sorrindo.

 

Eu sorri...Não, eu gargalhei em seus braços de tão feliz que eu estava. Não era só pela frase engraçada que ele tinha acabado de falar, eu gargalhei  porque eu estava feliz demais, estava maravilhada e plena dentro daquele lugar deslumbrante, perto do homem que eu amava.



- Antes de irmos quero te mostrar um negócio. – Ele disse pegando minha mão. - Vamos para a esquerda e na árvore rosa, entramos a direita, ok?



-Tá bom! – Eu o guiei e quando entramos à esquerda da árvore rosa eu avistei uma fonte linda. - Que linda essa fonte, Bill!


Aproximei-me da fonte e o vi sentar em um banco perto dela.


- Ela é a fonte dos desejos? – Eu perguntei virando-me para trás para olhá-lo.



- Não sei, nunca joguei a minha moeda. –ele disse


Então, abri minha bolsa e peguei uma moeda de um real, fechei meus olhos, desejei  e joguei-a dentro da água. Bill ouvindo o barulho da moeda caindo na fonte perguntou:


-O que você pediu?



-É segredo, se eu contar não acontece... – Eu disse me aproximando dele, sentando-me a seu lado no banco.



- Não peça coisas impossíveis de sua realidade para dep... 



- Shiiii...está sentindo? Esse cheiro, essa brisa de fim de tarde, o barulho desses pássaros, a sensação que ele nos causa, tudo é tão perfeito, Bill.



Eu o cortei, pegando em sua mão e encostando minha cabeça em seu ombro; ficamos ali em total silêncio. Eu observando o pôr-do-sol que, especialmente naquela tarde, estava romântico e cheio de esperança. A brisa agradável do lugar o fez me abraçar como se quisesse me aquecer.


Depois que o sol se pôs, deixamos o jardim secreto e seguimos para a casa de Bill e na despedida nos beijamos dessa vez ,como namorados.


- Obrigada infinitamente! – Eu disse fazendo carinho no rosto dele com o meu nariz.



- Você mereceu tudo aquilo... Infinitamente.- ele disse. - Agora se apresse seus pais devem estar preocupados.



- Não... Falei com eles para não se preocuparem, pois eu estava  nos braços de um anjo! – Eu disse o beijando mais uma vez.


- Não sou um anjo... Não tenho asas!


- E quem disse que para ser um anjo você precisa ter asas? Você precisa ser ESPECIAL ... ser engraçado, lindo, maravilhoso, carinhoso, ter uma boca bem desenhada, os olhos lindos, um nariz de dar inveja a qualquer mulher, gostoso, beijar bem, ter a pegada perfeita...Acho que só isso! E você, meu anjo,  se encaixa perfeitamente nesse perfil.



Eu disse sorrindo passando meu nariz no dele de leve.


- Exagerada... – Bill disse tímido.



- Jogada aos seus pés...Sim...eu sou mesmo EXAGERADA! - Cantarolei.



Sorrimos, demos um último selinho e ele saiu do carro. Fiquei ainda parada o olhando entrar em seu condomínio. Quando ele entrou, eu vi um segurança o acompanhado para dentro do condomínio,só assim eu dei a partida e segui para minha casa para receber os meus convidados.


No próximo capítulo:


- Quero você fora da minha casa e se por acaso um dia a gente se cruzar pela rua, faça um favor, atravesse!  Por que se eu te pegar, eu não respondo por mim!


Postado Por: Grasiele

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