quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Touched By An Angel - Capítulo 12 - Troca justa!



Perdido neste mundo
Eu perco-me nessa canção
E quando as luzes se apagão
É que eu vou ser encontrado

Minhas mãos desejam te tocar, mas eu mal posso respirar
Os seus olhos estrelados que me fazem derreter
Diante de mim...


Erlend Bratland - Lost


..


No outro dia, não fui para o hospital pois tinha que resolver alguns assuntos sobre o meu novo emprego.Tinha que correr atrás da carteira de trabalho e um monte de xerox que o hospital havia pedido. Corri a manhã inteira atrás de toda a papelada.



À tarde corri para casa e estudei, tinha duas provas. E mais uma vez, à noite, fui para a faculdade e não falei com quase ninguém, apenas com Elenora que perguntou sobre Bill; a ignorei e desconversei... por ciúmes! Acabei por vir embora.



Cheguei em casa, fumei um cigarro e quando estava indo para cama, meu celular tocou. Não aguentei e sorri quando olhei aquele nome no visor:



Bill Delicinha chamando...



Eu definitivamente tinha que mudar aquele nome em meu celular; teria que escrever BILL MUITO MAIS QUE DELICINHA! Nossa senhora como ele consegue apenas com as pontas dos dedos me levar ao céu? Como ele beijava bem! É diferente de todos os meuss antigos namorados...ele é diferente de todos os homens que eu já conheci.



- Alô? - Atendi correndo; longe em meus pensamentos quase perdi a ligação.



- Estava dormindo? Atrapalhei? - Ouvi sua voz doce do outro lado da linha.



- Não, acabei de chegar da faculdade, estou  aqui na varanda fumando e pensando na vida.



- Fumando? Eu jurava que você tinha parado com essa mania feia. –Bill me deu a bronca.



- Não! Um dia eu consigo!



- Vamos fazer uma troca, você me dá o cigarro e eu te faço uma bela  massagem...



Eu me arrepiei dos pés à cabeça, essa era minha maior fraqueza a... massagem! Eu amava receber massagem nos pés e nas costas. Como ele tinha adivinhado?



- Feito! Quando posso receber a massagem? - Brinco com ele.



- Já!



Meu pai, ele disse esse ”já “ de uma forma tão sedutora e convidativa que eu queria atravessar o display do celular e sair do outro lado sentada no em seu colo.



- Onde você esta nesse momento? – Eu fui audaciosa.



- Deitado na minha cama. – Ele provocou.


Engoli três litros de saliva. Como ele podia fazer isso comigo? Como ele tinha esse poder sobrenatural? Sentei na cadeira da varanda e entrei no jogo dele, queria ver até onde Bill iria.




-Você esta deitado na sua cama! Sinceramente, eu estou morrendo de inveja dela. – falei baixo.




- Está? E eu posso saber o por quê?



- Porque nesse momento ela tem uma coisa que eu quero demais. – Falei fechando meus olhos. Depois de segundos calado ele disse:


- Janice, eu quer...





Um barulho cortou a ligação. A droga da bateria do meu celular tinha acabado. Filha de uma mãe, tinha 24 horas para acabar e ela resolve acabar bem agora.

Corri  para dentro do quarto e tentei achar o carregador, mas as gavetas dos quartos eram tão desorganizadas, que nenhuma empregada mais conseguia manter em ordem. Xinguei quem podia e quem não podia, joguei tudo no chão e nada.


-Merdaaaaa! Cadê esse carregador?




.............................

 



Bill no outro lado da linha achou estranho ela desligar assim repentinamente, ele tentou ligar novamente mas não conseguiu, caiu na caixa postal. E o telefone da casa dela ele não tinha. Então, colocou o celular no criado mudo e desceu para comer uma travessa com sucrilhos. Encontrou Tom na sala de TV e sentou com ele para escutar a televisão. Toda vez que Bill chegava perto dele e ele estava fazendo algo que não podia compartilhar com Bill, ele parava de fazer imediatamente e dava atenção ao irmão.


Assim que Bill sentou no sofá, Tom desligou  a Tv e começaram a conversar sobre a cirurgia que Bill iria fazer. Estavam dando risada de uma piada que Bill tinha contado sobre o novo porteiro que não sabia que ele era cego. Mais uma gafe para o seu caderninho.



- Bill? - Simone lhe chamou da porta da sala de estar.



- Que mãe? – Ele gritou da sala de TV.



- Vem aqui,meu filho! – Simone o chamou novamente.



- Pra que,mãe? Vem aqui você, é a mesma distância. - Ele disse, fazendo Tom gargalhar da resposta.



- Engraçadinho! Vem aqui preciso te falar uma coisa.- Simone insistiu. Bill se levantou, passou pela sala de estar e chegou até a varanda onde ouviu o barulho da rede e as risadas de sua mãe com Gordon.


- Fala? – Ele disse.



- Quem tem uma Dodge Magnum vermelha?



- Quem tem... – Bill parou de falar e esboçou um enorme sorriso em seus lábios ao ouvir o barulho do carro.



- Bom, pelo seu sorriso deve ser alguém bem agradável. Venha Gordon vamos subir para o nosso quarto. - Simone disse levantando-se da rede.



-Não, quero ficar e assistir a cena.



-Não mesmo! Pára de ser inconveniente. Você odiava quando meus irmãos faziam isso quando a gente namorava. - Ela fala disfarçadamente para o marido.



- E eu tinha que pagar para eles sairem e nos deixar só! Bill vai nos pagar quanto pela privacidade dele? - Gordon foi puxado com violência para dentro da casa após a frase inconveniente.


Simone deu um beijo na testa do filho e fechou a porta. Bill encostou na parede e ouviu a porta do carro se fechar e o alarme ser acionado. Ouviu os passos aproximando e permaneceu em silêncio.


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- Vim aqui receber minha massagem! – Eu disse vendo-o sorrir de canto de lábios.



- Cadê o cigarro? - Ele perguntou.



- Fumei todos..quer dizer vim fumando o último. Estava me despedindo dele!



- Não sei. Essa troca não está parecendo muito justa. Vou sair perdendo. - Ele disse mordendo os lábios inferiores. Aproximei-me do corpo dele e respondi:



-Tudo bem! Pode pedir outra coisa...



Aquele jogo estava ficando perigoso demais, e eu sinceramente, estava adorando.



-Vamos para o salão de jogos.



O segui e entramos numa sala muito bem decorada com uma mesa de pinbolin, uma de sinuca e outra de carteado. Tinha duas poltronas azuis lindas. Ele se dirigiu até elas e colocou uma de frente para outra, sentando-se em uma delas.



- Senta! – Ele disse acendendo o abajur. Isso era apenas o que nos iluminava.


Eu sentei e ele perguntou:


- O que aconteceu com o seu celular?


- Acabou a bateria.


- Hum...




Ele apenas disse aproximando e tocando minhas pernas com as pontas dos dedos; fechei os olhos e relaxei na cadeira, eu sabia que aquele momento não precisava de palavras. Senti seus dedos descendo pelas minhas panturrilhas, desceu pelas minhas canelas e chegando aos meus pés os segurou firme e colocou-os delicadamente em seu colo.


Tirou meus sapatos e eu ainda me mantinha com os olhos fechados, eu já estava em órbita. Quando ele começou a fazer os movimentos apertando meu pé direito com força, eu involuntariamente soltei um gemido. Ele continuou a massageá-lo, eu mordia meus lábios inferiores e tentava em vão controlar as ondas que subiam e desciam pela minha espinha.


O que esse garoto estava fazendo comigo? Os outros precisavam de horas para me fazer chegar ao clímax e ele apenas com a mão,  tocando meu pé estava fazendo-me quase chegar ao meu primeiro clímax com ele.


Eu gemia de prazer como se ele tivesse dentro do meu corpo...


Naquela altura da massagem ele tinha colocado meus pés perto de seu membro, não sei se propositalmente, eu só sei que com um pé livre comecei a esfregá-lo em seu membro bem devagar.


Percebi que ele mantinha a boca semi aberta e deitou um pouco na confortável cadeira, nós estavamos totalmente excitados e envolvidos naquela atmosfera de sensualidade e perdição.


Ele mesmo, agora, passava os meus dois pés em seu membro já volumoso entre sua calça de moleton. Ele usava meus pés para se excitar.


Juro que tentei me controlar o máximo que eu pude, pensei em muitas coisas para não atacá-lo: morte da bezerra, meu tio vomitando no ano novo, mas tudo isso não estava tirando a vontade de sentar em seu colo; não precisávamos fazer nada, não precisávamos chegar nos finalmente, isso para nós não era muito importante, porém eu precisava provar aquela boca, sentir seu gosto, sua língua tocando meu corpo. O simples toque dele em meu corpo já era um ato sexual completo para mim.




- Bill? - Eu o chamei com a voz cheia de desejo.



- Hum? - Ele respondeu como se soubesse o que eu queria pedir.



- Eu...eu...preciso... – Minhas palavras não saiam; meu desejo era tão intenso e tão forte, que não conseguia formar uma frase se quer.



-Vem...




Foi a única palavra que ele disse, a que eu precisava ouvir de seus lábios. Ele ajeitou-se na cadeira e eu ajoelhei em sua frente. Bill veio para frente e tocou meus cabelos com as mãos, fechei meus olhos e apenas senti. Ele foi me tocando com a ponta de seu nariz, passou a ponta dele no meu ouvido, meu pescoço, minha bochecha, na ponta do meu nariz.


Eu apertava suas coxas com minhas duas mãos; ele segurou meu rosto com as suas e parou com seu rosto a poucos centímetros do meu e sussurrou:


- Engraçado, quando estou ao seu lado é como se você me emprestasse os seus olhos para que eu visse um novo mundo, um mundo que eu sempre sonhei em ver e estar dentro dele.


Meu coração disparou de uma forma que pensei que ele fosse chegar em minha boca e fosse pular fora dela.


- Eu posso emprestar muito mais se você quiser, começando pela minha boca ... se você quiser falar alguma coisa através dela...Fique a vontade!


Eu disse contornando a boca dele com minha língua e tirando minhas mãos de suas coxas e entrelaçando meus dedos em seus cabelos trazendo-o para mais perto.


-Você me emprestaria? - ele disse baixo me fazendo sentir seu hálito quente em meu rosto.


-Com todo o prazer...todo...



- Prazer... Adoro...



Então, com um puxão ele me sentou em seu colo e procurou meus lábios com rapidez, como se não pudesse viver nem mais um segundo sem eles.

Sentada em seu colo conseguia sentir todo o seu prazer, calças de moletons eram tão reveladoras e finas. Ele colocou suas mãos dentro da minha blusa tocando minhas costas nuas. Preciso falar que eu me arrepiei? Respirei com dificuldade quando ele tirou suas mãos das minhas costas e colocou-as em minha cintura subindo devagar em direção aos meus seios, sorte a dele eu não estar de sutiã...


O gemido veio rouco dos meus lábios quando ele segurou um dos meus seios e apertou com um pouco de força fazendo-me jogar a cabeça para trás enquanto ele beijava meu pescoço. Com os movimentos no colo dele eu o estimulava involuntariamente, mas eu queria mais...queria muito mais!

 

Porém, não poderiamos ir muito além, ali no salão de jogos, sem proteção...Não íamos muito longe.





-Bill...Espera!

 

-Eu já ouvi isso em algum lugar!  – ele disse sorrindo.




- É...e acredite não estou dando o troco...é que...




-Ok! Já entendi.




Eu me levantei do colo dele e me arrumando disse:



- Você é muito especial e quero dar um passo de cada vez, não quero apressar nada, mesmo querendo demais. Quero ir devagar com você. Não quero cometer alguns erros.

 

-Tudo bem, Janice. Foi exatamente esse o motivo que naquele dia eu parei; por mais difícil que seja estar do seu lado e não pensar em...sexo. poderia subir com você e terminava com isso na minha cama, porém quero algo especial, quero que seja algo diferente entre nós. Eu quero muito fazer amor com você, eu te desejo, afinal sou cego e não burro, mas sinto que entre nós é muito mais que isso. É como se os seus beijos me fizessem chegar ao ápice, eles me satisfazem e me completassem.


Eu me emocionei com a declaração dele, era exatamente assim que eu me sentia em relação à ele. Eu sempre era irracional perto dele, mas por que o cheiro, a voz, a atitude, a alma dele me faziam ficar assim? É como se seus beijos me completassem também, sim ...sim mil vezes sim, eu queria muito fazer amor com ele, mas seria tudo ao seu tempo.



- E outra não quero fazer show particular...


- Show particular? - Perguntei confusa.



- Sim..olha para lá, no canto da parede. Aquilo é uma câmera!


Eu me virei e a câmera se mexeu para o lado oposto que estavamos.



- Acho que já teremos que cobrar por um ingresso.



-TOM!!!! – Falamos juntos e depois caímos na risada.



- Fique tranquila, vou apagar tudo que estiver nela.



-Quero só ver. Não quero ver esse vídeo no youtube amanhã. –  eu disse sorrindo. - Preciso ir embora, já é tarde e amanhã eu tenho que ir para o hospital.


-Eu te acompanho até o carro. - Ele me abraçou e juntos fomos até o meu carro. Abri a porta e falei:



- Bom, você sabe onde me achar! O dia que quiser conversar...


-Conversar...   –ele disse sorrindo maliciosamente.    -Converso com o meu irmão!


Fui até ele e o beijei pela última vez na noite. Todas as estrelas do céu estavam dentro de mim, era como se cada vez que eu o beijava me fortalecesse e brilhasse com a luz delas. Minha boca tinha tanta sede dos seus beijos... Tanta sede que me enfraquecia...


-Então o dia que quiser beijar e... fazer uma bela massagem, ligue-me!



Esfreguei meu nariz no dele, entrei no carro e segui para minha casa.


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Bill subiu para o seu quarto, mas antes bateu no quarto do irmão.



-Tô dormindo! – A voz veio de dentro do quarto.


Bill abriu a porta e apenas colocou a cabeça e disse:



-Você me deve um ingresso.



- Eu já apaguei as imagens do sistema.- Tom disse com um sorrisinho "filho da mãe" nos lábios. – Desculpe, eu vi sem querer!



- Tá? Sem querer... conta outra! Eu esqueci daquela merda.Obrigado por apagar. Dona Simone ia dar cria a filhotinhos se visse toda aquela cena.


-Bill, ela estava ajoelhada na sua frente, ela estava rezando ou estava baten...

-Tom, cala essa boca!!


Os dois sorriram e Bill foi para o seu quarto, fechou a porta, deitou na cama e adormeceu pensando em tudo aquilo que estava vivendo com Janice. Tudo muito irreal, aquilo lhe dava um pouco de medo, mas não podia negar que ela lhe fazia muito bem. Ele suspirou e pegou no sono profundo ainda pensando em Janny.

...

No próximo capítulo:

-Você esta aonde, Eleonora? – Quase gritei quando ela disse o local onde ela se encontrava naquele momento.


Desliguei o celular e o taquei na parede com força e com toda a raiva que eu estava sentindo de Eleonora, juro por Tudo que eu ia matá-la. Desci as escadas correndo e quando estava entrando no meu carro.

-Espera, Janny!

-Georg, me solta ou fecho a  porta com os seus dedos e arranco todos eles... Escolhe!

Postado Por: Grasiele

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