sábado, 15 de outubro de 2011

Tantchen - Capítulo 3 - Without You.

"Não, eu não consigo esquecer dessa tarde
E do seu rosto enquanto você estava saindo
Mas eu acho que era esse mesmo o rumo que a história tomaria
Você sempre sorrindo mas em seus olhos suas tristezas apareciam
Sim, apareciam..."
(Mariah Carey - Without You)

-Alô!? Oi, vovó! – atendeu Lorena voltando para a cozinha ainda falando ao celular.

Fabrícia parou de comer e observou a filha ao telefone.

-Na sexta? Claro vou sim... Mãe é a vovó! Ela esta pedindo para eu ir a casa dela na sexta ela chegou da França e comprou uma mala cheia de presentes e quer me dar, posso ir?

Fabrícia apenas balançou com a cabeça afirmativamente e voltou a comer. Bill percebeu que a mulher não gostou nada daquela ligação.
Terminaram de jantar e Fabrícia estava tirando os pratos e Lorena foi ligar para o aeroporto para comprar a passagem.
-Percebi que você não gostou muito da ligação que a Lory recebeu. - comentou Bill chegando perto de Fabrícia.
-Na verdade odiei... A mãe do meu marido mima muito a Lorena e...
-Você tem medo que ela te troque pelas coisas matérias que a avó paterna pode oferecer.
-Exato Bill. Exato, minha sogra leva uma vida bem diferente da nossa. Bernardo não vivia com esse luxo, ele era contra. Ela sempre quis pagar todas as nossas contas, ele ganhava bem e nunca quis um centavo dela. E depois que ele morreu ela dá uma gorda pensão para Lorena. Ela nunca precisou... Minha sogra faz questão e como Bernardo era o único filho e morreu tão novo não quis magoá-la. Porém esse dinheiro vai todo para uma conta de Lorena. Não mexo em nada!
-Lorena é esperta não trocaria a mãe maravilhosa que tem por nada desse mundo. Você é uma mãe especial e dedicada. Jamais te trocaria por dinheiro!

Fabrícia sorriu para Bill e Bill teve certeza que ela não entendera a cantada que ele acabara de passar nela. Ele precisava se esforçar mais da próxima vez.

-Lory, nunca vai te deixar! – continuou com um sorriso amigo dessa vez tentando realmente confortá-la.
-Será? Eu não teria tanta certeza.  – Fabrícia olhou para o Bill com os olhos molhados.

Bill sentiu vontade de abraçá-la, porém se segurou. Fabrícia limpou as lágrimas e Lorena logo voltou para cozinha.

-Pronto, o vôo sai na sexta as 13hrs para Hamburgo. Você me leva no aeroporto, mãe?
-Sim, Lorena com certeza.  Bom vocês ficam a vontade. Vou subir para o meu quarto, Lory fecha a casa minha querida. Não demore a subir, ta? Bill Boa noite.
-Boa noite, Fabrícia! Obrigado pelo jantar. - Bill queria subir com ela e colocá-la para dormir. Mas apenas a viu subir as escadas. –Bom Lory, vou embora também!
-Já? Fica mais um pouco! – Pediu Lory com um olhar apaixonado.
Se fosse para dormir com sua mãe eu até ficava... mas...”.
-Não, preciso ir mesmo. Obrigada pelo jantar. - Bill disse saindo da casa Lorena fechou a casa e foi dormir feliz da vida por que o amor da sua vida jantou em sua casa.

Bill foi para casa pensando que com Lorena fora de casa três dias ele poderia se aproximar mais de Fabrícia.
A semana passou arrastada para Bill quanto mais ele desejava que a semana passasse rápida mais ela não passava. Todos esses dias via Fabrícia ela lhe dava tchau, mas nunca olhava para ele do jeito que ele queria. Como um homem. Bill praticamente se derretia quando via Fabrícia na rua. Um dia quem reparou foi Georg e lhe deu um toque.

-Bill, ta acontecendo algo entre você e essa tia?
-Tia? Que Tia? Você Bebeu? – Bill sabia exatamente do que Georg estava falando, mas se fez de idiota.
-Ai... Ai... O único embriagado aqui é você e por essa tia. Só vou te dar um aviso meu amigo. Dê menos bandeira, se você realmente esta interessado nela, como acho que esta, vai com muita calma, pois ela é um caso complicado. 
-Complicado como? – Bill cruzou os braços e encarou o amigo.
-Ela é viúva e tem uma filha de 14 anos, nunca deu bola para nenhum marmanjo e olha que quase todos os homens desse bairro já tentaram algo com ela mesmo quando ela era casada. Ela nunca deu abertura para nenhum deles e quando ela ficou viúva há três anos chovia convites para consolá-la. Ela permaneceu fiel à memória de Bernardo.
-Eu sei que ela é viúva. Ge, você sabe se ela o amava?
-Olha Bill, se amava eu não sei, só sei que nunca nenhum vizinho teve nada para dizer da vida deles. Só que eles eram muito carinhosos um com o outro víamos trocas de carinhos entre os dois. Mas ouvir alguma coisa, nada.
-Ele morreu do que, Ge?
-Câncer. Em 2 meses a doença o levou e ela segurou a barra sozinha dela e da filha.  Ele tinha 33 anos.
-Nossa, ele era mais velho que ela?
-Mas, não parecia. Bernardo sempre foi muito bem cuidado e com uma aparência bem jovem. Sempre brincava conosco aqui na rua de futebol. Foi um choque muito grande para o pessoal do bairro a morte dele, então, amigo um conselho de graça. Fique longe.
-Esquece, Ge. Não vou ficar longe. – disse Bill olhando para casa de Fabrícia.
-Então, pelo menos dê menos bandeira. Você esta vacilando e não esqueça que a filha esta de olho em você.
-Pelo amor de Deus Ge a menina tem 14 anos. O que vou querer com ela? Ela esta boa pra você que acabou de fazer 19 anos ou para o Gustav que vai fazer a semana que vem 19 anos. Aproximei-me de Lorena porque percebi dentro da sala do psicólogo que ela era precisava de ajuda. Eu quis ajudá-la como amigo. Agora eu nunca namorei uma garota tão mais nova assim. Nada contra elas até porque Lorena é uma adolescente muito madura e com o papo muito interessante. Mas...
-Mas, você quer a mãe dela! Já entendi a situação, Bill, esse lenga, lenga todo sobre idade é papo furado. Esta sendo preconceituoso com uma relação e esta se envolvendo em outra com “diferença de idade” bem pior, a relação garoto novo e mulher mais velha e com uma filha de brinde, que é bem pior para sociedade do que homem mais velho com garotas mais novas..  Você não esta interessado na garota e fim... Quer se dar bem é com a tiazinha. Vou terminar um trabalho que tenho que entregar para um cliente. Cuide-se e segura sua onda... Senhor Hormônio!
-Você também.

Bill viu o amigo entrar em sua casa e foi em direção a sua quando avistou o carro de Fabrícia estacionar em sua garagem. Ele a viu descer do carro e abrir o porta malas e tentar pegar todas as sacolas, sem sucesso fazendo uma lata de conservas rolar até a rua.

-Que merda! – Fabrícia xingou e tentando fechar o capô do carro.
-Espera, eu te ajudo!
-Olá, Bill Nossa obrigado! – ela disse ao ver que ele pegara a lata de conservas que deixara cair na rua.

Bill pegou algumas sacolas da mão de Fabrícia, fechou o carro para ela e entrou com ela dentro da casa. Ele colocou as comprar em cima da pia entregou a chave do carro e parou em sua frente.

- Ain... Obrigado nossa odeio empacotar compras, tirá-las do carro e guardar... Ou seja, odeio tudo! – Fabrícia olhou para Bill e sorriu.

Bill ia beijá-la não suportava mais aquilo ele deu um passo em direção a Fabrícia e o telefone tocou.

-Alô? Oi, querida! Estou indo te buscar vou levar sua mala e te levo direto para o aeroporto. Daqui a 20 minutos estou ai, beijos. – Fabrícia desligou e virou para Bill. -Era a Lory vou pegar a mala dela e já vou levá-la para o aeroporto.

Ela entrou na sala e veio trazendo a mala da filha.

-Bill mais uma vez obrigada...
-Onde vai jantar hoje? Já que estará sozinha porque não vai ao restaurante e janta por lá?
-Hum... Olha Bill vou ver ok? Não prometo nada. Pois tenho tanta coisa para resolver, obrigada pelo convite. – disse empurrando a mala de Lorena para fora da casa e se despedindo do amigo da filha.

Entrou no carro e saiu para buscar a filha.  Bill viu o carro desaparecer e entrou em sua casa frustrado...

Postado Por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog