sábado, 3 de agosto de 2013

Apenas Você - Capítulo 24

Estava indo pro pátio principal da universidade, não vi a Danny no refeitório e talvez ela esteja lá fora.
- Ei Tom. -a voz feminina me fez parar e olhar em sua direção.
A garota estava na minha frente, um pouco distante, veio andando num rebolado em minha direção. Era linda, mas apenas uma das cópias da Fellon, o que ela queria comigo? Nem lembro direito o seu nome...
- Oi. -disse eu, logo depois que ela parou e sorriu pra mim.
- Eu vim trazer um recado da Fellon. -disse meiga, mas seus olhos castanhos sedutores me hipnotizavam.
- Diga-me. -sorri de canto.
Quer dizer que a Fellon tem “correio-humano” agora? Sempre com aquele ar de superioridade nunca pensei que voltaria a 5ª série onde garotas mandavam recadinhos por amigas para os garotos e vice-versa.
Ela segurou em meus braços e os forçou pra baixo, queria me dizer algo no ouvido, mas por quê? Uma vez que não há ninguém no corredor além de nós que pudesse ouvir o que ela iria me dizer. Automaticamente segurei em sua cintura.
- A Fellon quer te ver, hoje á noite, disse pra você ir a casa dela. -sussurrou sensualmente e deu um selinho de leve no meu pescoço, próximo a orelha.
Logo ouvi uns passos pesados, o barulho do salto alto ecoava pelo corredor passou por nós como um vulto e rapidamente eu soltei da garota que ainda estava bem próxima a mim, digo, encostada a mim.
Era tudo um mal entendido, a Danny não podia ter visto isso.
- Danny. -gritei, ela não me deu atenção e continuou andando no mesmo ritmo. Virei-me para encarar a tal garota, mas ela já havia ido embora, estava no fim do corredor agora. - Diz pra rapariga da sua amiga arranjar um asno pra “foder” ela. -disse num tom de voz que ela me ouvisse, recebi uma “piscadinha” em resposta.
Corri atrás da Danny, ela continuava andando rápido e estava um pouco longe de mim agora. No caminho esbarrei no Bill.
- Ei o que está acontecendo? A Danny também passou rápido por aqui... -disse o Bill, mas não tive tempo de responder, eu não queria responder nada a ele.
Continuei atrás dela.
- Danny, calma... -gritei, ela parou.
Aproximei-me da Danny que agora me encarava com raiva.
- Calma um caralho! -gritou. O bom é que no lugar onde ela parou as pessoas não costumava freqüentar. - Vai lá se esfregar naquela vadia, você não presta mesmo Kaulitz. -lágrimas de raiva escorreram pelo seu rosto.
- Entenda amor, foi um mal entendido. -tentei explicar, em vão.
Como explicar pra sua namorada o porquê de outra garota está cochichando no seu ouvido e você estava segurando na cintura da mesma parecendo um casal de namorados? É não sei mesmo.
- Eu não sou cega! Vocês estavam abraçados, ela dizia algo em seu ouvido, o que ela disse? Provavelmente coisas obscenas. -enxugou ás lágrimas com raiva e virou-se.
- Volta aqui. -segurei em seu braço.
- Me larga Tom. -gritou tentando soltar-se.
- Você vai me ouvir agora! -disse colocando-a de frente a mim e olhando em seus olhos.
- Você só mente pra mim... Pra mim e pra sei lá quantas otárias você anda pegando. -ela gritava.
- Então é isso? Você prefere acreditar no que sua mente cria do que na realidade de minhas próprias palavras? -disse sério, ela gargalhou falsamente.
- Acredito no que eu vejo. -disse apertando os olhos.
- Ela veio falar da Fellon pra mim, não entendi a atitude de falar ao meu ouvido e segurar na cintura dela foi um ato automático. -Danny me encarava balançando a cabeça em negatividade.
- Que inocente. -disse irônica.
- Foi uma armação, ela sabia que você estava alí, foi só pra causar briga entre a gente. -eu já estava irritado.
- Coisa de filme né? -continuou sendo irônica.
Acho que a pior coisa do mundo é você ser acusado de uma coisa que não fez. Tudo bem que há um tempo eu seria mesmo capaz disso, mas com a Danny é diferente, eu não faria isso com ela. Por mais que seja intenso o que eu sinto por ela, não vou poder continuar com isso, não com uma namorada que não confia em mim e não acredita no que eu falo...
- Se é assim que você prefere... -tirei minhas mãos dos ombros dela que até então estavam a apertando, Danny me olhava incrédula. - Boa sorte. -enterrei minhas mãos nos bolsos largos de minha calça e saí, meus olhos lacrimejavam me contive e não olhei pra trás.

[Danny]
E então, meu amor foi embora por minha culpa, pelo meu ciúme. Mas não podia fechar os olhos numa situação daquelas. Tom saiu me deixando plantada, com algumas pessoas me olhando, logo me veio à cabeça a imagem da Fellon, ainda bem que ela não presenciou isso. Comecei a chorar e logo alguém me abraçou, era a Sam.
- Não chora amiga, não fica assim... -ela mexia no meu cabelo.
- Mas... Ah, que raiva desse idiota. -disse aos soluços.
- Você quer ir pra casa? Eu vou contigo. Você não está em condições de assistir aula. - propôs a Sam.
- Não, eu estou bem. -disse enxugando as lágrimas que insistiam em cair.
- Então, vamos pra minha casa depois. -disse demonstrando preocupação.
Ouvimos o sinal tocar, Sam segurou em meu braço e fomos pra sala.

[Tom]
Caminhei até onde o Bill, o Gustav e o Georg estavam. E logo me questionaram sobre a minha cara.
- Como assim acabou com a Danny? - os três disseram em coro.
- Credo! Estão parecendo àquelas meninas falando juntas depois de ouvir uma fofoca. -revirei os olhos.
- Mas como você é tão burro a ponto de não se afastar da garota que veio te falar da Fellon? -perguntou o Gustav arqueando uma das sobrancelhas.
- Ela não acredita em mim, esse é o problema. -disse.
- Também você dá motivos. -disse o Georg.
- Se coloca na situação dela Tom, imagina um cara desconhecido chegando perto da sua namorada, falando algo no ouvido dela e com a mão na cintura dela... O que você iria fazer? -disse o Bill.
- A essa altura ele já estaria morto. -minha mente funciona assim.
- Ela não podia matar a garota, podia? -Georg disse olhando pra mim com uma cara esquisita.
Um breve silêncio se formou entre nós.
- Prova que a ama. -disse o Bill, nossa que brega.
- Depois dessa quero ver como vou levá-la pra cama. -eles olharam pra mim sérios.
- Tom, seu idiota. Se você sente algo por ela, a gente sabe que você sente, então vai atrás dela, agora faz o favor de não estragar tudo a arrastando pra um motel. -indagou o Bill, demonstrando impaciência.
Ouvimos o sinal tocar.
- Eu... Vou pensar. -falei.
Pensar nisso enquanto ignorava aula de contabilidade, seria uma boa opção.

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