domingo, 14 de outubro de 2012

Sete Dias Para O Amor! - Capítulo 3


–Por que eu escutaria você? –arqueei a sobrancelha.
–Por que eu já sofri bastante com exploração de pessoas.
–O que te aconteceu?
–Nada. –bufou.
–Então tá. –suspirei. –E você me disse que se eu te ajudasse a pegar o sabão ia me deixar quieto o resto do dia.
–Eu disse, e vou cumprir.
–Então por que está aqui?
–Por que aqui é meu lugar.
–Não vi seu nome escrito aqui.
–Nem vi o nome mal educado na sua testa, mais você é.
–E você é intrometida, ninguém te chamou aqui!
–E ninguém chamou você aqui também, você nem gosta de fazenda por que está aqui?
–Minha mãe me obrigou, então me deixa sofrer em paz, caipira.
–Eu não sou caipira, como você eu moro na cidade tá?
–O quê? –arregalei os olhos.
–Eu moro na zona leste do centro de Leipzig, no bairro de classe média alta, sou filha dos donos do clube de futebol Bayer de Munique. –deu de ombros.
–Para de mentir.
–Eu não estou mentindo, meu pai Alexander é presidente e dono do time, e minha mãe Elisabeth é dona do prédio onde fica a sede da Microsoft.
–Você mente pra caramba.
–Pergunte à quem quiser. –levantou-se e saiu deixando um caderno estampado de flores no chão e seu violão.
–Menina maluca. –bufei. –Filha de um dos casais mais ricos da Alemanha e vive nesta fazenda igual um caipira. Peguei aquele caderno e comecei a ler. Ela não vai gostar, mais se não descobrir nem tem problemas mesmo.
Dia 01-“tenho que ser educada”
Bem estou aqui em mais um dia chato nesta mansão idiota, cercadas por seguranças em todos os lados, e logo mais tarde terá um jantar com o presidente, e minha mãe insiste que eu tenho que ir. Aulas de etiqueta pois não sou absolutamente nada educada. Vestidos caros, talheres de ouro, seguranças, jantares com gente importante, tenho tudo que quero, menos o amor dos meus pais. Eu posso ter milhares de roupas de grife em um enorme guarda-roupas, posso ter o mais caro dos sapatos e computadores de ultima geração. Posso ter uma família que toda menina queria ter, mais não gosto de nada. Só sou feliz ainda por meu irmão, José que me faz feliz. Meus pais nunca param em casa, e quando param, não nos falamos bem, eles não me dão atenção, só pensam em trabalho, trabalho, trabalho e dinheiro.
Essa garota é mesmo isso que ela está falando? –pensei.
Dia 02- “jantar de negócios com o chato do presidente”
Acabo de sair daquele jantar inútil e muito chato com o presidente. Meus pais e ele falando sobre negócios, herança, e me perguntando sobre o que quero fazer da vida. Só disse: estou em dúvidas sobre meu futuro, senhor presidente. Tem alguma sugestão? E ele respondeu: tente ser aquilo que você quer, mas algo digno. O que ele quis dizer com isto? E continuou: seja administradora dos negócios da família, case-se com meu filho Taylor, e juntaremos nossas famílias. É isso mesmo? Ele quer que eu me case com Taylor? Estão de brincadeira com a minha cara.
Casar com quem?! Taylor Bachmann, o menino mais cobiçado pelas garotas da Alemanha? O que ele tem de demais? Eu posso muito bem ser melhor do que ele, esse mauricinho não vai casar-se com ela.
Dia 03- “namore com Taylor, querida”
Meus pais me fizeram passar pela pior coisa da minha vida. Querem que eu me case com o Bachmann... Taylor Bachmann, o solteiro mais cobiçado da Alemanha, e um dos mais bonitos também, se bem que eu não o acho nada dessas coisas. Juntar as famílias Bachmann e Braumann é loucura. Não vou me casar com Taylor! Isso parece tempos antigos cuja a menina casa-se com quem os pais escolhem. Eu me mato mais não me caso com ele. Sonny Braumann deseja Taylor Bachmann como legitimo esposo? Claro que não né. Caramba eu só tenho 16 anos e já pensam em casamento? E ainda em minha aula de piano, eu odeio piano, mais continuando, eu estava em minha aula de piano e Taylor chega cercado de seguranças fazendo meninas gritarem, e me deixarem praticamente surda, me chama para um canto qualquer da sala e vem com a pergunta: Sonny quer namorar comigo?
O quê?! Ele quer namorar com Sonny? Ah droga o que ela respondeu? –fiquei aflito, ainda não sabendo bem o motivo da minha reação.
–Bill Kaulitz esse caderno é meu? –escutei Sonny atrás de mim, me olhando com uma cara de poucos amigos.
–Ele estava no chão eu o peguei senão ia sujar. –dei de ombros.
–Muito obrigado pela sua generosidade, mais pode me devolver? –sorriu ajoelhando-se ao meu lado.
–Pega. –bufei. –Sonny me diz uma coisa, o que você costuma fazer quando não está na fazenda? –arqueei a sobrancelha.
–Aulas de piano, jantares, pedidos de... –parou. –Aff não te interessa, Kaulitz. –bufou e saiu.
–Menina idiota, linda, mais idiota. –sorri.
Passaram-se alguns minutos e minha tia me chamava para o almoço. Entrei na casa, e um cheiro delicioso adentrou meu nariz.
–Santo Deus que cheiro bom! –gritei.
–Sai da frente, to chegando! –Tom gritou descendo as escadas me assustando.
–Tom idiota! –gritei.
–Vão começar? –José disse assim que nos viu.
–Tom parece um morto de fome, José. –sorri. –Cadê a Sonny?
–Hm vejo que se interessou, maninho. –Tom me cutucou no braço me olhando com uma cara de malicioso.
–Não é nada disso, ela deixou o violão dela embaixo de uma árvore. –bufei.
–Ela foi comprar creme de leite, e chocolate, aqui acabou. –Tia Rose respondeu sentando-se à mesa. –Ela disse que ia trazer ameixa pro Tom.
–Eba! –meu irmão gritou. –Tia onde você achou essa menina? Ela é perfeita. –sorriu.
–Os pais delas sempre deixam ela e José aqui, nas férias de verão.
–Nossos pais são muito ocupados, então para não nos atrapalhar optamos por ficar aqui. –José respondeu Tom calmamente.
–Meninos sentam-se e comam, senão vai esfriar. –sorriu e sentamos, aquele maravilhoso cheiro da comida da minha tia me dava alegria.
Comemos calmamente e assim que terminei me retirei da mesa e fui até o mesmo riacho de ontem, observando a paisagem linda e os pássaros que ali ficavam.
Sonny passou por mim e sentou-se do outro lado, jogando pedras na água, ela parecia triste, ou entediada.
–Qual o problema? –perguntei-a, e ela ficou calada. –O que custa me responder, mal educada?
–Eu te prometi que não ia te deixar quieto o dia todo, o que eu estou fazendo é isso. –suspirou.
–Faz o seguinte, vem aqui. –chamei-a para perto de mim. –Senta aqui. –apontei para o lado.
–O que quer de mim? –arqueou a sobrancelha.
–Nada, só te perguntar umas coisas.
–O que?
–Você é mesmo filha do Alexander, e da Elisabeth?
–Sou, se quiser, eu trouxe minha certidão de nascimento, pra provar.
–Não precisa. –bufei. -Por que você está aqui então?
–Por que meus pais não me dão carinho, não me dão atenção, estou de saco cheio daquela mansão idiota, vivo presa, eu amo a fazenda, ela é calma, posso andar, ficar com os animais, falar com a tia Rose, e ela me dá a atenção que meus pais nunca me deram na vida inteira.
–Puxa. –sorri. –Mas deve ser bom ser de família rica.
–Eu não gosto de dinheiro, eu tenho absolutamente tudo, mas não quero nada, só queria uma vida normal.
–E você não tem?
–Jantar com o presidente da Alemanha, com atores famosos, é normal?
–Não. –sorri. –Mais seus pais devem ser incríveis e, você deve ser mimada isso sim.
–Mimada? Bill quando eu nasci, quem cuidou de mim foi uma babá, quando tinha 7 anos me mandaram para um colégio interno, onde fiquei até os 10 anos. Com 11 anos eu tive um acidente de carro, e quem ficou comigo no hospital foi a babá, eles nem vieram me visitar. Quando eu finalmente fui morar na mansão, eu tive aulas de etiqueta, violino, piano, tive que me enturmar com umas patricinhas miseráveis e graças a Deus eu encontrei essa fazenda.
–Então você foi praticamente afastada dos seus pais?
–Sim, mais foi tão bom ficar longe deles.
–Você é idiota, eles devem te amar, só não conseguem demonstrar.
–Amar, Bill? Eles não gostam de mim, um dia eu pedi, pra eles ficarem o dia que eles tinham de folga comigo, e eles o que fizeram? Viajaram para Paris. E no meu aniversário eles não me disseram nem “Feliz Aniversário filha”.
–Eles devem ter ficado ocupados.
–Quem dera, mais quando eu perguntei, eu soube que eles tinham ido passar o final de semana na Baviera.
–Baviera?
–Sim.
–Aff, eles nem te ligaram?
–Não.
–Você é idiota, quem liga pra aniversários quando se tem uma família dessas?
–Idiota é você, eu daria todo o dinheiro da minha família por uma vida normal, com pais carinhosos, uma casa no centro de Leipzig, com um quintal e um cachorro.
–Eu daria de tudo pela tua mansão, eu vi pela TV aquilo parece coisa de novela.
–Eu odeio aquela mansão.
–Você é uma maluca!
–E você, babaca.
–Idiota.
–Garoto mimado.
–Garota insuportável.
–Eu te odeio.
–Eu te odeio mais ainda, seu maquiado. –se aproximou de mim.
–Eu não suporto você, caipira riquinha. –me aproximei de seu rosto também, nossos corpos pareciam ter um imã, acabamos selando nossos lábios. Ficamos roçando os lábios com força, ainda com raiva um do outro. Pedi passagem pra língua, e elas se movimentavam com sintonia, quase que, em perfeita harmonia e aos poucos ela cedeu, nos beijávamos com fúria, um beijo quase que... violento. Um beijo que no começo foi violento e ao passar do tempo foi ficando carinhoso. Sua mão em minha nuca e a minha em sua cintura. O ar acabou e precisamos nos afastar.
–Idiota o que pensa que está fazendo? –falamos em uníssono.
–Te beijando. –respondi.
–Por que? –ainda estávamos sem graça com a situação.
–Por que eu quis, caipira. –sorri.
–Babaca!
–Idiota.
–Doida.
–Eu... eu perdi a consciência dos meus atos.
–Eu também. –roubei um selinho rápido.
–Ah quem te deu permissão, idiota?
–Ninguém manda em mim, riquinha.
–Mas a boca é minha.
–E daí?
–Daí que eu tenho namorado, isso não é certo... eu não deveria ter beijado você.
–Você disse que tinha seu violão, e não namorado.
–Mais vou ter, estou praticamente em um relacionamento e...
–Esquece ele.
–Por que eu faria isto?
–Por que tem gente melhor por aí, basta procurar.
–Quem seria este alguém?
–Procure. –sorri e levantei-me, indo direto para a casa, deixando ela lá pensando, o que deu em mim? Beijar aquela garota maluca, idiota, mal educada, babaca, linda... ah o que eu estou pensando?
Entrei na casa e fui direto para meu quarto, deitei-me na cama, pensando na vida, até que meu celular tocou, me tirando dos pensamentos.
–Se for a Mellissa eu vou ter um ataque. –bufei. –Alô?
–Billy lindo maravilhoso o colar ficou perfeito em mim, ai tipo ele é tão lindo, tão fashion, minhas amigas vão pirar quando verem, ai Billlllllll que fofo eu te amooo. –Divino pai eterno me ajuda eu vou enfartar, oh essa voz parece uma alma me chamando a noite.
–Mellissa pode me deixar em paz um pouco?
–Está com raiva de mim, amor?
–Não, mais eu quero pensar na vida, olha eu vou desligar o telefone, vou me desconectar do mundo um pouco, tá?
–Não Billy! O que tá acontecendo? Ah já sei, você encontrou outra menina? Tá me traindo? É isso, Kaulitz?
–Ah não é nada disso, Mellissa, só me deixa em paz.
–Não Bill, você é meu namorado, meu tá ouvindo? Meu! –gritou.
–Aff deixa de escândalo garota, e eu não sou seu! Posso ser namorado, mais seu eu não sou! Você nunca foi uma namorada pra mim, você é mais uma exploradora e etc.
–Ah agora é assim, amor?
–É, e se faz questão de me atazanar, a gente termina nosso namoro agora.
–Não Billy! Eu vou desligar, mais não termina comigo.
–Então me deixa em paz! –desliguei o telefone com raiva.
–Mellissa? –Tom entrou no quarto com um sorriso no rosto.
–Sim, e que sorriso é esse hein?
–Eu estava procurando a Sonny e eu vi ela lá perto do riacho, eu cheguei perto e perguntei por que ela estava lá sozinha.
–E?
–E ela disse que tinha uma duvida.
–O que?
–Se beijar alguém desconhecido era estranho. –congelei aquele momento, ela achou nosso beijo estranho?
–E o que ela respondeu?
–Não sei, eu falei: quer descobrir? E beijei ela.
–Você fez o quê?! –arregalei os olhos.
–Ela perguntou se beijar um desconhecido era estranho, então eu beijei ela pra saber a resposta. –deu de ombros.
–Idiota! –gritei. –Por que beijou ela? Ela retribuiu?
–Não, ela não retribuiu, só ficou lá congelada igual uma estátua. –sorriu. –E por que você quer saber? Está gostando dela?
–Não Tom! –gritei. –O desconhecido que beijou ela primeiro foi eu! Eu Tom!
–Você beijou ela?
–Sim!
–Ah eu sabia que você gostava dela.
–Eu não gosto dela! Foi coisa do momento e... aff Tom quer pegar todas mesmo?
–Não, como eu iria saber que você tinha beijado ela? –arqueou a sobrancelha.
–Aff me deixa em paz.
–Desculpa aí. –sorriu.
–Ah não tem nada não, eu tenho namorada não é?
–Uma vadia isso sim.
–Olha o respeito! –joguei um travesseiro no meu irmão.
–E qual é? Quer duas ao mesmo tempo? Depois o tarado sou eu!
–Eu não quero duas! Eu não gosto da Sonny... eu beijei ela por que... por que ela é bonita.
–Sei. –sorriu.
–Ah vai se catar, rapper albino.
–Vou catar a Sonny isso sim.
–Nem pense nisso! –gritei.
–Estou falando, você gosta dela.
–Ah... filho da... Simone!
–Sim, com muito orgulho! Mãe maravilhosa, perfeita, linda, rainha! –falava e fingia se emocionar.
–Cala boca e sai do meu quarto, e diz pra Tia que eu não quero jantar.
–Ok, amorzinho. –gargalhou. –Tchau, sonhe com suas meninas e você em uma cama e seu mini-Bill dando defeito na hora do vamos ver.
–Ah, vai se... aff Tom, sai daqui.

Postado por: Grasiele

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