terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 4 - Nossa primeira...quase briga!


Ainda só na casa de David Jost, entrei no enorme banheiro, me despi sem pressa e tomei um banho quente, demorado e relaxante. Ao sair vesti um pijama de algodão e deitei-me na cama ligando a TV para ver o programa do qual Tokio Hotel participaria. Bill já havia me informado que logo após o programa a banda iria para uma pequena reunião que o canal de televisão VIVA havia preparado para eles.
A entrevista começou pontualmente às 22hs, Collien Fernandes os entrevistava antes do Comet 2008, o qual Tokio Hotel estava indicado em quatro categorias. Quando a primeira pergunta foi feita, ouvi a voz de Bill e quando sua imagem apareceu não pude deixar de sorrir levemente emocionada. Olhei o seu rosto delicado e bem maquiado, seu cabelo para o alto, e impecavelmente, bem vestido. Deus, ele era lindo.
A câmera o deixou e agora focalizava Tom. Não contive uma risada alta com as bobagens que falava e a forma que Bill virava os olhos e torcia os lábios a cada gracinha do irmão. Como ele conseguia falar tantas asneiras? Gustav e Georg como sempre quase não falavam às vezes me perguntava se eles eram felizes tendo os Kaulitz sempre um passo à frente; na verdade nunca percebi ou ouvi nada dos dois contra os gêmeos a respeito desse assunto.
Voltando minha atenção para a tela da televisão, foquei-me nas perguntas de Collien.Como esses apresentadores conseguiam fazer sempre as mesmas perguntas: como a banda começou, por que do nome Tokio Hotel, como eles sentiam com o assédio das fãs, quem estava solteiro e quem estava namorando. Tom, Georg, Gustav disseram que estavam solteiros; Bill apenas sorriu desconcertado, abaixando a cabeça por alguns segundos. Tom logo em seguida fez outra brincadeira com Georg, passando despercebida a ausência de resposta de Bill sobre o namoro.
Depois, Collien ainda insistiu nesse assunto sobre namoro e amor e a única coisa que Bill disse convicto e muito seguro sobre esse assunto foi:
Eu acredito no verdadeiro amor e também acredito em amor a primeira vista!
A entrevista acabou após trinta minutos de seu início. Olhei para o relógio passavam da meia noite, peguei o controle remoto e desliguei a televisão, pegando um livro para ler. Nem havia lido mais de três páginas quando meu celular tocou, tinha certeza de quem era, o atendi.
–Oi! – eu o ouvi dizer, como um leve sopro, que me fez arrepiar.
–Oi! - eu devolvi no mesmo tom
–Acabamos a entrevista!
–Eu assisti. – eu disse e logo em seguida murmurei. - Você estava lindo!
–Eu sei!– Ele brincou tímido, sorrindo desconcertado – Estamos saindo do camarim para a festa!
Percebendo que eu nada respondi, Bill continuou:
–Depois de amanhã vamos para a França. Lá teremos mais tempo para ficarmos juntos.
–As francesas estão no mesmo patamar que as alemãs. – lembrei-o com a voz triste. –A veneração chega a ser muito maior!
–Mas estaremos no mesmo hotel. – Ele disse esperançoso. – Poderei me locomover pelos quartos sem ser percebido.
Não pude deixar de arfar e fechar meus olhos, almejando estar ao lado dele naquele instante, nem que por alguns segundos, nem que fosse apenas para Bill sorrir para mim após um beijo, como ele sempre fazia.
– Queria que estivesse aqui...Apenas por um instante!
–Sinto muito por ser assim. – ele disse sincero.
Eu não queria intimidá-lo, não queria pressioná-lo. Mas o pedido saiu antes mesmo deu tentar segurá-lo em minha garganta. E me odiei por um segundo.
Então, ao fundo ouvi a voz grossa e grave do Tom, falando alto e o chamando.
–Tenho que ir, Kate!
–Sim, você tem!
– Nos vemos na França. – Ele disse antes de desligar.
– Até lá. – Respondi rápido.
Desliguei o celular colocando ao lado do meu travesseiro, amanhã cedo eu viajaria para França antes que ele, o vôo da banda chegaria apenas à noite. E pelo que Natalie me contou, meu quarto ficava um andar abaixo que o reservado para a banda, naquele andar ninguém mais se hospedava, apenas os meninos e Jost.
....
Na manhã seguinte, acordei sem o despertador, ansiava tanto para que a noite passasse rápido que quase não dormi. Levantei-me da cama, tomei um banho rápido e quando estava pronta chamei um táxi e segui para o aeroporto, meu vôo para Paris saiu às 8hs. O céu parisiense estava azul quando o avião aterrissou, o sol brilhava. Sem demora segui para o hotel. Em um inglês carregado de sotaque, o motorista fez um careta informando-me que teria dificuldades em estacionar na porta do hotel, devido ao enorme número de fãs já aglomeradas na rua.
Eu desci do táxi no inicio da rua e segui até onde consegui chegar. Por vinte minutos tentei entrar no hotel e depois de quase ser esmagada e provar que realmente estava hospedada em um dos quartos, cheguei à recepção para o meu check in. Cansada fui acompanhada por um concierge até o elevador, quando cheguei ao meu andar, não pude evitar sorrir.
Somente pelo hall já era possível deduzir a sofisticação do ambiente, quando passei meu cartão na porta, entrei no quarto amplo com janelas panorâmicas que davam para uma vista esplendorosa, bem como de uma grande parte da cidade de Paris, no fundo do horizonte, eu conseguia avistar a Torre Eiffel.
Quando olhei para a pequena mesa no canto da suíte, percebi um enorme vaso de rosas amarelas com as pontas levemente alaranjadas, como a que ele me deu em nosso segundo encontro no jardim da casa de David. Aproximei-me e observei o cartão com a letra dele, escrito meu nome. Eu o peguei no meio das rosas e senti seu cheiro antes de abri-lo e lê-lo:
Eu mesmo as colhi no jardim da casa de David...Ele vai me matar ao descobrir. Mas por você vale todo o perigo”
Com o cartão em mão, andei até a cama e sentei-me olhando para a gigantesca televisão ligando-a. Fui até minha mala e comecei a separar uma roupa confortável para descer até o restaurante para almoçar. Abri a mala, tirei um vestido creme e coloquei em cima da cama, tirei meus sapatos ao mesmo tempo em que ouvi a palavra Tokio Hotel sendo dita por uma apresentadora loira de meia idade, as únicas coisas que entendi foram Viva, Tokio Hotel e Bill Kaulitz.
A reportagem era sobre a recepção da noite anterior, do canal Viva. Sentei na cama e observei apenas as duas fotos, já que não compreendia uma palavra se quer em Francês. Bill sorria divertido e relaxado ao lado de duas moças: uma loira e a outra morena. Uma delas, os três apareciam com taças de champagne em mãos e na outra foto apareciam a morena de cabeça baixa e Bill, ele parecia falar no ouvido dela, muito próximos.
Minha primeira reação foi desligar a televisão, e andar até a janela tentando controlar minha respiração, por mais segura que eu fosse, e por mais confiança que eu tinha nele, era impossível não sentir ciúmes daquela cena.
Eu não tinha ciúmes das fãs, até por que em algumas cenas que presenciei em meet&greet, as fãs o recebiam sempre com os olhos marejados, falavam palavras de carinho. Eu percebia no rosto delas a diferença entre ser fã e tentar se passar por fã, para terminar na cama de um deles..
E naquela foto, a segunda opção era absurdamente gritante.
Abri a janela e deixei a brisa bater em meu rosto e no meu cabelo.
“É apenas uma foto” eu repeti várias vezes para o meu subconsciente, que naquele dia, insistia em me contrariar.
Meu celular tocou e eu me virei olhando para cama, era ele. Andei até o aparelho e olhei para o visor, respirei com calma e soltei o ar dentro de meu corpo, tentando parecer coerente e sensata na hora de falar e em seguida atendi:
–Bill! – consegui apenas dizer, segurando meu nervosismo.
–Oi, Kate – senti de imediato a apreensão na voz dele – Está tudo bem?
–Você quer perguntar se eu estou bem depois de ver as fotos da recepção de ontem? – Eu perguntei, ainda tentando controlar meu autodomínio.
Bill não respondeu.
–São apenas fotos, não é? – eu questionei sentando na cama – A menos que você queira-me dizer se ocorreu algo além delas.
– Nada aconteceu além delas. –ele disse seguro e muito firme – Aquilo foi o que aconteceu, a música estava alta e apenas me inclinei para conversamos melhor, como eu fiz para conversar com David, com todos os meninos e com Tom.
– Pois é a M6 não legendou a foto desta forma. – Eu tentei sorrir, fracassando.
–É a minha legenda contra a da M6, você decide em qual legenda acreditar, Kate. – ele fez uma pausa – Eu tenho minha consciência tranqüila.
Bill disse calmo, desarmando-me completamente. Eu não consegui dizer mais nada, respirei fundo e fechei meus olhos por um longo momento. Simplesmente nos calamos, apenas ouvimos um a respiração do outro. Depois de uma pequena pausa ele quebrou o silêncio desconcertante.
–E o quarto como é? – ele perguntou mudando de assunto, sentindo o meu desconforto.
–Enorme! – eu me deitei na enorme cama e suspirei aliviada por ele também estar – E eu gostei da vista.
–Também gosto da vista deste hotel, por isso sempre o escolhemos.
Ouvi um sorriso do outro lado da linha. Fechei os olhos lembrando-me de como ele era incrível sorrindo.
–Na verdade, eu pedi a David para alugar essa suíte para você. – ele se entregou – É a mais linda desse hotel!
–Você tem bom gosto. – eu olhei para o vaso com as rosas – As rosas são... Incríveis! – eu agradeci com a voz baixa e embargada.
–Que bom que gostou! – ele disse em um tom ao mesmo tempo firme e carinhoso.
–Eu tinha gostado, agora que sei que foi tudo escolhido em especial por você... Eu realmente amei, obrigada!
Mais uma vez ouvi vozes e cheguei a não ouvir mais a voz de Bill no meio de tantas vozes.
– Tenho que ir, nos vemos a noite, tchau.
–Tchau.
Fiquei olhando para o aparelho em minha mão, e depois de alguns segundos, levantei e me troquei para o almoço, desci ate o saguão e parei ao perceber os fãs cantando e gritando com faixas e máquinas fotográficas do lado de fora do hotel, e uma barreira humana com vários seguranças tentando contê-los.
–Essas meninas nunca se cansam? –Um segurança confessou para o outro passando ao meu lado – Fora os pedidos de suborno para elas entrarem no quarto dos meninos.
–Deve ser cada noite uma garota diferente. – O mais alto e forte disse - Vida fácil a desses garotos!
Não pude deixar de sorrir, eles não faziam idéia de como era difícil aquilo tudo, dormir em ônibus apenas duas ou três horas por noite, dez ou vinte entrevistas por dia. Era uma vida exaustiva e estressante, lógico que eles amavam tudo isso, viver daquela forma tinha suas compensações, mas não era tão fácil como todos imaginavam.
Bill às vezes não tinha tempo de sentar para fazer uma refeição sequer, tirava pequenos cochilos entre uma entrevista e outra, isso quando tinha intervalos entre elas. Ele tinha que administrar seu tempo entre: ensaios, ida ao local para a passagem de som, fotos, entrevistas, fãs, dormir, se alimentar, família e eu!
Tão jovem e com tantas responsabilidades sobre os ombros, eu tinha muito orgulho dele, de Bill e de toda a banda.
Segui até o restaurante onde almocei e sem nada para fazer até a noite, quando Bill chegaria, resolvi nadar um pouco; dei um mergulho e fiquei na espreguiçadeira por algum tempo. Quando o sol começou a se pôr, peguei o elevador e subi para a minha suíte, tomei um banho, coloquei um vestido com pequenas flores, e me deitei na cama com um livro em mãos, não consegui ler, adormeci antes do final do prólogo.
Acordei assustada com gritos, sirenes e vozes ao lado de fora do hotel. Levantei-me e em passos rápidos fui até a janela. Encostei minha testa no vidro tocando-o com as pontas dos meus dedos, fechei meus olhos, e mordendo o meu lábio inferior tentando controlar minha euforia, conclui sentindo-me completa novamente:
Ele havia chegado ao hotel...

Postado por: Alessandra

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