terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 6 - Sempre Seu... Anjo da Guarda!


Bill pigarreou e começou:
–Ficaremos um dia a menos na França, David acha melhor você voltar para Alemanha, hoje!
Fechei os olhos, eu não acreditava naquilo que estava ouvindo. Sem responder nada apenas bufei!
–Kate? – Bill me chamou – Eu sei o que esta pensando...
–Não, acho que não sabe! - eu tentei não demonstrar minha decepção.
– Desculpe Kate!
–É você já disse isso ontem à noite. – tentei não ser grossa com ele afinal, ele também não tinha culpa.
O silêncio nos dominou.
–A única coisa que posso falar em meu favor. – Bill quebrou-o da forma mais inesperada. - É que não desista de mim!
Fechei os olhos com força sentindo-me sem força para continuar aquela conversa. E quando ele insistiu da maneira mais sincera que ele pode, eu ainda continuei sem saber o que dizer -Não desista de mim... De nós!
– Preciso desligar para arrumar minha mala. – Eu murmurei – Nos vemos na Alemanha!
Olhei para o meu aparelho e desliguei, me sentindo agoniada e atônita, dias que eu esperava serem incríveis, tornaram-se um pesadelo!
Ao entrar no elevador, o reflexo no espelho me assustou, aproximei meu rosto e percebi minhas enormes olheiras, resultado de noites mal dormidas e as que seguiriam serviriam para contribuir para elas aumentarem.
E entrando na minha suite para pegar minha mala para voltar a Alemanha, pensei com leve pesar, e sendo honesta comigo mesma. Se eu tinha esperanças em ter um namoro normal, dentro dos padrões, aquela manhã, eu tive a certeza que se eu esperasse por isso, teria que sentar ou deitar para aguardar uma batalha per­dida contra a minha própria realidade.
Enquanto eu esperava um taxi, uma jovem com um casaco verde e um óculos escuro se aproximou, e sorrindo para mim perguntou:
– Tokio Hotel não está mais hospedado aqui né?
Eu apenas sorri e delicadamente respondi:
–Não sei!
–Você ouviu algum comentário dentro do hotel, entre os funcionários, para onde eles possam ter ido?
–Não, desculpe! –eu disse olhando-a, ela parecia irritada, mexia as mãos freneticamente.
Meu táxi chegou, eu sorri para ela e entrei seguindo para o aeroporto.
Bill’s Pov.
Peguei meu celular e o coloquei dentro da bolsa, quando Saki bateu a porta do quarto, ainda estávamos na França, era o nosso último dia, eu o olhei e ele entrou.
–Bill, estas cartas estavam no outro hotel, quando fomos pegar o restante da bagagem me entregaram.
Saki estendeu a mão e entregou-me as cartas, coloquei-as sobre a mesa olhando os envelopes, quando uma me chamou a atenção em especial, não era possível ela estava na França. Eu me levantei e a abri.
–Você esta bem, Bill? – Tom me olhou preocupado, vendo minha expressão fechada.
–Não... – Eu apenas disse saindo da minha suíte para procurar por David.
Bati na porta de sua suíte quando abriu a porta eu levantei a carta e ele deu um passo do lado para que eu entrasse.
–Mais uma ameaça, Bill! – David disse fechando a porta – A décima em cinco meses!
–Isso está me cansado! – sentei na cama e lhe entreguei a carta, ele leu e dobrou-a colocando dentro da jaqueta.
–Ela esta cada dia mais agressiva! - David me olhou preocupado
–Isso já esta começando a ficar sem graça!
–Não sabemos se ela está blefando! – David me olhou
Eu bufei e comecei a andar pelo quarto, de um lado para outro, impaciente.
–Você queria contar! – Isso não era uma pergunta de David e sim uma afirmação.
–Sim! – Eu estava decidido – Eu queria assumi-la!
–Sinto muito, Bill! – David bateu em meu ombro e antes de abrir a porta de sua suíte deixando-me sozinho. Disse:
–Tenho certeza que ela vai entender.
– Eu não tenho tanta certeza - Eu mordi o canto da bochecha e com raiva deixando a suíte de David.
x.x.x
Depois de algumas horas de atraso no aeroporto, consegui retornar a Alemanha em uma tarde cinza e úmida. Senti falta da luz vívida dos olhos de Bill. Ao chegar em meu apartamento, abri a porta e carreguei minha mala até o canto da sala, olhei para ele e me dei conta que ele era descon­soladamente frio e escuro. Esse era o mundo real... O meu mundo real.
Extremamente cansada, segui para o banheiro e tomei um banho demorado, batendo os dentes de frio, coloquei rapidamente um pijama e joguei-me na cama, adormeci em um segundo. Bill naquela noite não me ligou, nem no dia seguinte e nem no outro.
O meu celular só tocou depois de quatro dias...
–Kate?
–Oi Nathy – Não consegui disfarçar meu desânimo e me limitei apenas a dizer aquelas palavras.
– Bill pediu pra ligar, está tudo muito corrido por aqui. – Eu não disse nada e então, ela continuou – Ele pediu para um táxi passar em uma hora no seu prédio para te buscar e que assim que terminar a entrevista para a revista Bravo ele segue para a casa do David.
– Certo! – Eu desliguei sem esperar pela despedida dela. Confesso que fiquei brava, enquanto ele dava a ordem a ela, Bill podia ter me ligado. Para me manter sã, tratei de permanecer ativa e prática, não sabia até quando.
Foram necessários apenas alguns segundos para que eu me acalma-se, andei até o sofá e fixando meu olhar em lugar nenhum, consegui colocar meus nervos no lugar, respirei e inspirei, tinha que fazer aquele ritual sozinha, já que na frente dele, eu sempre me mantinha estável .
Natalie Franz. Gostava dela, de verdade, mas pela primeira vez aquela amizade entre o namorado e a maquiadora, me causou um certo desconforto. Na verdade ninguém devia ter inveja de mim, por ser a namorada escondida de Bill Kaulitz e sim de Natalie por que era ela que estava com ele em todos os momentos alegres ou tristes, em todas as horas, em todas as fotos postadas em sites, revistas e jornais. Não eu!
Eu mesma desarrumei minha mala, depois me troquei rapidamente e desci até o portão do meu prédio, o taxi chegou em dez minutos e em silêncio absoluto segui para a casa de David, chegando no enorme portão, toquei a campainha e depois de minutos quem me recebeu foi a empregada.
–Oi, o David está em casa? – Eu perguntei educada.
–Não, mas ele pediu para a senhorita entrar que já está chegando. – A senhora me disse também sorrindo muito educada.
Eu passei pelo portão e entrei na sala branca e sofisticada de David sentando-me no sofá esperando por Bill, por educação a senhora ligou a televisão e agradeci, iniciou-se um programa, terminou, outro começou e também terminou, não sei dizer quantos mais vieram e se foram, pois acabei pegando no sono, esperando a chegada de Bill.
–Kate... Kate! – Ouvi uma voz doce me chamar, longe. – Kate acorde!
Abri os olhos lentamente e deixei a imagem de Gustav se formar diante de meus olhos, me levantei devagar ainda processando onde estava me dei conta que enquanto esperava Bill tinha adormecido.
–Desculpe acho que adormeci - eu disse ainda sonolenta me endireitando no sofá, vendo-o sorrir para mim. Olhei em volta e vendo-o com Georg e Natalie. -Bill? – Eu o chamei girando meus olhos por toda sala. – Cadê ele?
–Bill não conseguiu sair da reunião, ele ficou decidindo alguns contratos com Tom e David, pediu para você esperar mais um pouco. – Gustav informou-me.
–Eu vou pra casa! – eu disse me levantando procurando minha bolsa. – Diga a ele que esperei demais e se quiser falar comigo... – Peguei minha bolsa e olhei para Natalie. – Ele sabe onde me encontrar.
–Espere que eu te levo! – Gustav disse pegando a chave em cima da mesa.
–Imagina Gustav não quero incomodar tem um ponto de táxi a dois quarteirões. Obrigada!
Sorri para ele saindo da casa de David. Uma onda amarga e dolorosa invadiu-me, dentro de mim eu sabia que não podia ficar com raiva, nem ficar brava com Bill por esses imprevistos, que não era o primeiro, porém ninguém podia me tirar o direito de me sentir daquele jeito: Abandonada, triste, desapontada e com uma imensa saudade de Bill, que chegava a machucar.
Perdida em meus pensamentos, levei um susto quando a buzina disparou ao meu lado, eu olhei para o carro parado e quando desceu o vidro insulfilmado vi Gustav olhando-me com reprovação.
–Vai chover Kate – Ele disse abrindo a porta do carro – Deixe que eu te leve para casa, por favor!
Eu olhei para os dois lados, bufei, sem ter outra saída, entrei no carro e fechei a porta. Virei minha cabeça fixando meus olhos nas casas e lojas.
–Kate ele não fez por maldade, quando ele estava saindo, o produtor pediu a ele para ficar para resolver algumas coisas para o dia do Comet Viva! – Gustav disse quebrando o silêncio de minutos.
Eu não disse nada. Apenas baixei minha cabeça.
–Não fique aborrecida com ele! – Gustav continuou - É desesperador ver Bill tentar ligar para você, tentar ter um segundo para ficar a só para dizer pelo menos um oi. – Ele não tirava os olhos da rua ao conversar comigo – Mas é muita gente ao redor dele falando sem parar, o Rock In Rio em Lisboa está se aproximando e você sabe como ele é perfeccionista e chato quando se trata dos preparativos. – Gustav me olhou por alguns segundos – Ele gosta muito de você!
Eu respirei e continuei calada.
–Bill tem muita sorte em ter alguém como você ao lado dele.
Olhei para Gustav ainda séria, mas era impossível ficar bravo com um ser humano como ele, calma e paz eram dois sentimentos que ele conseguia passar-me apenas com um simples olhar, me rendi e sorrindo disse a ele:
–Bill realmente arrumou um ótimo advogado.
O baterista olhou para mim, e depois trocou a marcha olhando para a rua, não resistindo sorriu. Não falamos mais nada, até chegar à porta do meu prédio, ele estacionou, desligou o carro e voltou a me observar.
–Suba! – Eu o convidei. - Deixa eu te oferecer uma bebida para agradecer a carona.
–Acho que vou aceitar!
Gustav estacionou o carro, ele jogou o capuz da jaqueta para se esconder descendo carro, andamos lado a lado até chegarmos à porta do elevador, subimos até o andar, quietos e quando abri a porta do apartamento indiquei o sofá para que ele sentasse.
–Whisky, né? - eu perguntei já me dirigindo até o pequeno bar no canto da sala, colocando uma pedra de gelo, e despejando o líquido até cobrir as três pedras, andei até ele e entreguei-lhe o copo, sentando-me no sofá ao lado, de frente para ele abrindo minha água com gás, bebendo um enorme gole.
–Bill vai ficar furioso quando chegar à casa de David e não te ver.
–É um risco que tenho que correr! – Eu disse triste!
– Qualquer garota esperaria várias noites acordada para ter um segundo da atenção dele. – Gustav bebeu um gole e olhou para pedras de gelo em seu copo.
– Eu não sou qualquer garota, Gustav! – Eu disse – Eu gosto muito do Bill, mas não vou parar minha vida, mais por causa da vida dele.
–Talvez ele goste tanto de você justamente por esse motivo.
–Não faço isso para ele gostar menos ou mais de mim – Eu disse colocando a garrafa de água na mesa de centro. – Faço por que eu quero gostar de mim primeiro.
– Mas você sabia que seria dessa forma.
–Como poderia saber se nunca namorei um famoso?
–Nossa vida não é fácil, Kate!
–A minha também não é, Gustav!
Gustav sorriu, e bebeu todo o líquido do copo e depois com um sorriso, concluiu.
–Realmente, você tem todas as respostas na ponta da língua!
Eu sorri e arfei, estava descontando minha raiva na pessoa errada e não era justo fazer algo desse tipo com alguém tão doce como Gustav. Então, suspirei e com calma expliquei a ele:
–O que eu quero dizer, eu gosto de Bill, muito, sei o quanto é difícil a vida que vocês levam, e tinha total consciência que teríamos algumas dificuldades ou até mesmo imprevistos em nosso relacionamento. – Eu o olhei sério – O que Bill tem que entender é que imprevistos eu suporto, falta de consideração, não!
– Bill é meio egoísta!
–Meio?! – Eu disse sorrindo – Você está sendo muito generoso.
–Mas um defeito que desaparece perto de centenas de elogios que posso fazer a ele!
–E lá vem você novamente fazer o advogado de Bill Kaulitz
–Não é ser advogado! – Ele sorriu baixando a cabeça – Bill é um garoto muito responsável, sério, dedicado e tudo que se propõe a fazer faz muito bem feito.
Gustav sorriu, peguei o copo dele da mesa de centro, fui até o bar novamente e o enchi, quando lhe entreguei o copo, ele me perguntou:
– Você já reparou que uns tempos para cá Bill tem reclamado muito após o show?
–De dor de garganta! – Eu já havia percebido.
–Você reparou? – Gustav fez uma careta. – Todos acham que pode ser o cigarro.
–Mesmo odiando que ele fume, acho que não seja! – Eu dei minha opinião. – Mas, vou ficar de olho e, por favor, me avise se isso persistir.
–Eu aviso! – Ele levantou-se e pegou a chave do carro. – Agora, preciso ir!
–Não vá! - eu disse, brincando chorosa. – Vou pedir uma pizza, não quero jantar novamente sozinha!
– Volte comigo para casa de David! - Gustav tentou mais uma vez.
– Quantos não serão necessários para te convencer? – Eu o olhei fingindo que estava brava. - A minha parte eu fiz, quem não apareceu, foi ele!
–Vou aceitar a pizza! – Ele disse mudando de assunto, sabendo que não me convenceria.
Sorrimos um para o outro, peguei meu celular e disquei o número pedindo a pizza, e quanto esperávamos , servi mais um whisky, quando ela chegou sentamos a mesa, e jantamos esquecendo o desastroso dia que tive, o sentimento de solidão tinha desaparecido de dentro do meu peito, eu me sentia leve e incrivelmente bem com Gustav.
–Vou preparar um café! – Eu disse quando terminamos de jantar – Minha especialidade!
Quando me levantei para ir até a cozinha o meu celular tocou, eu o peguei e olhando para o visor pensei seriamente em não atender, mas ao ouvir a tossida intrometida de Gustav, atendi.
–Kate! – ele disse calmo, nem esperando o meu alô. – Por que não me esperou?
–Eu esperei... Até demais – Disse baixo fechando os olhos, tentando não deixar Gustav ouvir.
–Gregory me segurou no estúdio não deu para...
–Está se desculpando? - Eu o interrompi. - Natalie, Gustav e Georg fizeram o favor de fazê-lo por você, não gaste sua saliva.
– Quero que volte para a casa do David! - Ele disse em um tom baixo, mas extremamente dominador.
–Não!
Eu o ouvi bufar, sua respiração começara a mudar e seu tom de voz aumentou cresceu um pouco quando ele voltou a falar:
–Custa vir me ver?
–Eu fui te ver Bill! – Diferente dele, eu não alterei meu tom de voz, continuei calma. – Você pediu para a Natalie ligar e eu fui!
–Ah então foi isso? – Bill sorriu nervoso. – Você ficou brava por que pedi para a Natalie te ligar!
–Não subestime o limite da minha paciência! - Eu disse ríspida – Isso tem a ver apenas com você!
Ele ficou em silêncio.
–Você espera que eu implore? – Bill disse, depois arfando, sem paciência.
–É o que vai fazer?
–Não! - Ele disse – Mas... Se eu implorasse, você viria?
–Não! – eu disse sincera. - Amanhã tenho uma entrevista. – Eu finalizei.
–Entrevista do que? – ele perguntou bravo
–De emprego!
–Você não me disse nada! – Bill disse nervoso.
–Eu teria o maior prazer em dizer se você pelo menos tivesse a consideração de agir como um namorado e ligar de vez em quando!
Houve outro silêncio. Gustav percebendo o clima pesado pegou a chave do carro e de longe acenou para mim, gesticulando que ia embora.
–Espere!
–Espere o que? – Bill perguntou sem entender.
– Não, não disse a você eu disse a Gustav!
–Gustav? – Bill disse surpreso. – Ele está ai?
–Sim veio me trazer em casa!
–Daqui quatro dias vamos para Portugal e gostaria que você fosse. – Bill fez uma pausa e continuou, ainda com a voz alterada. – Só que terá que chegar amanhã. – Bill explicou. – Eu chego depois de 24 horas.
–Não sei Bill! – Não disse para fazer charme, eu não estava disposta a viajar com ele. – Preciso realmente pensar e como já expliquei tenho a entrevista e...
–Você não ira nessa entrevista estúpida! – Ele disse, bravo – Kate... Venha conversamos e resolvemos tudo aqui na casa de David!
–Bom show em Portugal para você! - Eu apenas disse.
–Kate... - Bill suspirou, parou de falar. -David já reservou o seu quarto em Portugal e o vôo sai amanhã às 10hs – Bill suspirou e com a voz calma pediu – Venha para cá e te coloco em um táxi, amanhã. – e antes de desligar Bill murmurou: -Não quero discutir mais, Kate...Venha!
Bill desligou sem esperar minha resposta ainda fiquei por alguns segundos com o aparelho de celular no ouvido, pensando o que eu faria, que atitude eu tomaria.
–Kate eu preciso ir!
Olhei para Gustav e coloquei o celular no sofá, indo em direção a ele, lhe dando um beijo na bochecha.
–Obrigado pela tarde e noite agradável!
–Disponha, quando precisar de um ombro amigo! – Gustav disse também me dando um beijo na bochecha.
–Bom show para você também!
–Você não fará isso, não é mesmo?!
Eu apenas sorri, não respondi, andando pelo hall e entrando no elevador, sorrindo antes de fechar a porta do mesmo. Meu sorriso morreu, assim que fechei a porta.
x.x
Gustav chegou à casa de David depois de vinte minutos, entrou pela sala, atravessando-a dando uma pequena olhada para Bill, seguindo para o escritório onde Georg estava no computador.
Bill o olhou e sem dizer nada ao amigo, seguiu para o quarto para tentar dormir, tentou ainda ligar uma última vez para Kate, mas o celular dela caiu na caixa postal, ia tentar na casa, mas sabia que como no celular, ela não o atenderia.
“Ela vem... Tenho certeza que ela vai comigo para Portugal!” Bill pensou, antes de pegar no sono.

Postado por: Alessandra

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