terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 10 - Por Bushido!


Nada mais nos separou, depois da nossa primeira vez na minha casa, naquele dia deitada em seu peito, Bill propôs que falaria com David que pelo menos nas premiações, eu participaria. O empresário torceu o nariz a principio, mas sabia que mexendo alguns pauzinhos, conseguiria me colocar sem ser notada.
Para nós, para o nosso namoro, esse era um enorme passo.
Sim, continuávamos a nos esconder perante o mundo, isso era indiscutível e não mudaria, por enquanto.
Então, decidi, ou melhor, decidimos deixar como estava. O assunto foi esquecido. E devo admitir que uma grande ajuda para entender e esquecer sobre esse capítulo foi Gustav. Ele passou a me aconselhar, sempre explicava como seria chato se a imprensa soubesse sobre Bill e eu, como seria desagradável se os paparazzi ficassem em cima de nós o tempo todo, tornando nossa vida insuportável.
Diante dessa aproximação, percebi que diferente de Bill, com ele eu era, eu mesma. E aos poucos fui descobrindo um amigo, ou até mesmo um irmão que eu nunca tive.
Para não magoar Bill, ou deixá-lo chateado, eu apenas tentava agradá-lo na maior parte do tempo. Mesmo que me desagradasse, eu fazia, ou melhor, não... Eu fazia simplesmente por que eu o amava, e falar NÃO para ele ainda era muito difícil.
–Bill esta se arrumando e disse que já vem para conversar com você e dar as últimas coordenadas. –Gustav disse quando entrou no camarim.
–Últimas coordenadas! – Eu sorri olhando para Gustav. – tenho certeza que foram essas palavras que ele usou.
–E você tem dúvidas? – Gustav me olhou e sorriu, deixando o sorriso morrer aos poucos – Tudo bem com você? – Ele me olhou desconfiado.
–Sim! – Eu disse surpresa por ele ter notado
– Parece triste!
– Impressão sua. - Eu tentei disfarçar.
–Acho que não!
Eu ri, olhando para Gustav.
– Engraçado.
– O que é engraçado? - Gustav perguntou
– Bill não notou e você...
–Bill tem tantas coisas em seus ombros que...
Olhamo-nos e sorrimos, Gustav baixou a cabeça e sorriu sem jeito.
–Antes que diga que estou defendendo ele...
–E não esta? – O cortei, ainda sorrindo.
–Kate, são dez horas da noite e Bill não conseguiu comer nada desde o café da manhã e muito menos fechar a boca de tanta entrevista que já deu – Gustav defendeu-o – tenho certeza que quando estiverem sozinhos e sem ninguém para encher, ele perceberá que há algo errado.
Nesse momento a porta do camarim reservado para a banda no Comet 2008 se abriu e Natalie entrou seguido de David e Bill, já arrumado com os cabelos extremamente lisos e negros, as mechas brancas haviam desaparecido.
Apenas observei a movimentação, já que sabia que tinha que demonstrar discrição, por que ali eu era apenas uma staff, nada mais. Esperei os seguranças saírem, David falar com Bill e Gustav, e também deixar o camarim com Natalie.
Quando estávamos apenas os três, Bill fechou a porta do camarim me olhou no canto e estendeu o braço me chamando para perto dele.
–Vem aqui!
Aproximei-me e ele me abraçou pela cintura dando um beijo rápido em meus lábios começou a explicar:
– Kate você assistira a premiação ao lado do pessoal da Universal, junto com Natalie, só que depois terá que partir. David acha arriscado você aparecer na after party.
– Ok! – Apenas disse.
–Kate? – Bill tocou meus ombros e ergui meus olhos - Tudo bem?
–Sim! – Olhei para Gustav e ele sorriu baixando os olhos.
–Esta longe!
– Estava pensando em ir para a casa da sua mãe depois.
– Ela vai gostar. - Bill sorriu entusiasmado e semicerrou os olhou ficando sério por um momento - Hoje faz dois anos que seus pais faleceram?
Olhei para Gustav mais uma vez e baixei meus olhos, triste.
–Kate, eu tinha me esquecido completamente – Bill pegou minhas mãos e trouxe-me para perto dele, abraçando-me forte beijando o topo de minha cabeça. –Sinto muito que eu não tenha ficado o dia todo ao seu lado.
–Tudo bem! – Eu disse sorrindo – Você não parou um minuto. – Meus olhos ficaram marejados.
Bill segurou meu rosto com as duas mãos e tocou meu nariz com o dele e murmurou com carinho perto do meu ouvido.
– Prometo que amanhã passaremos o dia todo juntos.
Não respondi apenas concordei com a cabeça fechando meus olhos, essa resposta embora não fosse proposital era como se fosse uma espécie de prêmio por bom comportamento, uma compensação no fim do dia por ter feito algo certo para ele.
Mas eu deixei que esses pensamentos fossem carregados para longe quando minhas lágrimas rolaram pelo meu rosto. Bill ainda com as mãos em meu rosto, limpou as com os polegares.
Houve uma batida na porta e Gustav a abriu deixando Georg e Tom entrarem fechando a porta em seguida. Bill sentou no enorme sofá e eu para não mostrar minha tristeza enterrei minha cabeça em seu peito, enquanto ele acariciava meus cabelos.
–Você é muito devagar – Tom entrou no camarim falando com Georg – Aquela morena já esta na minha.
– Todo mundo esta na sua, Tom! – Georg disse sorrindo.
– Todo mundo não, só as mulheres – Tom esfregou a mão uma na outra e sentou no sofá – Preciso pegar umas cinco camisinhas.
–Tom? – Bill olhou para ele, fazendo uma careta.
– O que foi? – Tom olhou sem entender para Bill – Só falei que vou pegar camisinhas por que tem uma morena que me deu o telefone dela, que é perfeita e tem um par de ...
–Tom! – Bill chamou a atenção dele. – Quem esta interessado nessas suas baixarias?
–Georg!
–Eu? – Georg olhou para ele fazendo uma careta. – Desde quando fico interessado nessas besteiras que você fala ou faz Tom?
– Desde quando o que eu falo te faz aprender alguma coisa com as mulheres. – Tom sorriu para Georg. - Assuma que tudo o que você sabe foi eu que te ensinei.
– Tudo que eu sei das mulheres eu aprendi sozinho!
– Por isso não sabe nada e esta sempre sozinho - Tom disse ao baixista.
– Nunca ouvi tanta asneira. - Gustav balançou a cabeça sorrindo – Vou dar uma volta!
– Você devia parar e me ouvir um pouco Gustav – Tom disse ao baterista.
– Ouvir para que? - Gustav cruzou os braços e olhou para o gêmeo sorrindo.
–Para aprender a ser mais social com o sexo oposto?
–Só se eu fosse um louco para aprender alguma coisa relacionada a mulheres com Tom kaulitz!
– Você não devia falar assim, Gustav – Tom sorriu – Pelo que eu soube Trina precisou de dois anos de analise depois que eu a deixei.
Gustav colocou o boné e olhando para Tom disse com um sorrisinho de canto de boca.
– É, eu a entendo bem, se eu continuar mais um segundo aqui ouvindo suas bobagens eu também precisarei. – Gustav abriu a porta e saiu do camarim deixando Georg gargalhando da cara de Tom.
– Ele esta de mau humor? – Tom perguntou a Bill.
– Não, só deve estar cansado de ouvir tanta babaquice saindo de um único ser. – Bill o olhou sério.
Nesse momento, eu levantei minha cabeça e olhei para Bill, meus olhos estavam inchados e minha maquiagem borrada.
– Vou ao toalete, arrumar a maquiagem e já vou procurar pelo meu lugar. – Bill passou o dedo pelo meu rosto e sorriu.
– Deixe o celular ligado!
–Deixarei – eu sorri e o beijei – Boa sorte!
– Eu já a tenho. – ele baixou os olhos para os meus lábios e levando uma mão até minha nuca trazendo-me para perto beijando-me da forma sutil e intensa que sempre fazia meu coração bater descompassado.
– Você é real? – eu perguntei com os olhos fechados.
Bill uniu nossos lábios novamente, mas ao invés de beijar, mordeu meu lábio inferior.
–Ai! – eu gemi de dor
–Isso responde a sua pergunta? – ele uniu seu nariz ao meu.
–Sim! – Eu sorri e me levantei do sofá e beijei Tom e Georg na bochecha, desejando-lhes boa sorte.
.....
– O que ela tem? – Tom perguntou, preocupado.
– Não esta se sentindo bem. – Bill respondeu ao irmão
– Ela esta com cólicas menstruais? – Bill revirou os olhos não acreditando na pergunta sem cabimento do gêmeo mais velho e bufou sentando na frente do espelho. – Você não sabe nada sobre mulheres.
– E você sabe? – O irmão lhe perguntou com um sorriso de deboche nos lábios.
–Mais do que você, pode apostar que sim. – Bill também sorrindo abrindo a porta – Agora vamos que já esta na hora.
....
A noite foi ótima para a banda, como eu e o resto dos fãs havíamos previsto Tokio Hotel foi vencedor em quatro categorias: Melhor atuação, melhor banda, melhor vídeo e super comet.
De longe, não pude conter as lágrimas em ver a emoção e a alegria no rosto bem maquiado de Bill. A cada categoria vencida, a banda comemorava muito e se abraçavam. A noite foi deles, merecidamente.
Não esperei pelo fim da premiação, levantei do meu lugar e me dirigi para o corredor que dava para a saída da casa, as luzes não havia se acendido e o ambiente ainda estava escuro e para o meu azar quando fui descer dois degraus me desequilibrei e se não fosse por duas mãos me segurando eu teria caído no chão.
–Obriga...
– Não se preocupe. – A voz grave e masculina disse.
Olhei para o paletó dele e estava uma mancha enorme, seu copo estava vazio, quando foi me ajudar, deixou quase todo o líquido derramar em sua roupa.
–Eu sinto muito! – eu disse olhando para seu copo.
– Que seja não importa.
– Posso pegar outra bebida pra você. – eu tentei ser gentil.
– Se me fizer companhia eu aceito.
– Não... Obrigada. – Pude ver quem era o dono da voz.
Ele tocou um dedo no meu queixo.
– Preciso ir. – Tentei me afastar
– Como eu não vi você antes? – ele perguntou - Está trabalhando na premiação?
Eu apenas sorri sem vontade e me virei para ir embora, ele segurou meu braço e me trouxe para o corpo dele.
– Pode me soltar, por favor? – eu pedi, minhas pernas tremiam - Eu estou acompanhada.
– Verdade?
– Sim.
– Está mentindo. – ele sorriu maliciosamente - Pode parecer clichê, mas que nome podemos dar quando conhecemos alguém em circunstâncias das mais improváveis e imediatamente sentimos uma ligação?
Revirei meus olhos, nunca havia recebido uma cantada tão sem imaginação e estúpida como aquela.
–Meu nome é Bushido
–Sim, eu sei – Eu disse séria tentando tirar sua mão do meu braço.
–Quero que tome algo comigo
–Eu já disse que não. – fui educada tentando novamente me afastar.
Ele segurou minha cintura e sorriu debochado, me dando nojo em olhar para aquela feição bêbada. Eu já não gostava dele, por tudo que sempre falava sobre Bill, e agora eu gostava menos ainda.
...
No outro lado da festa...
– Tom? – Georg chamou o guitarrista cutucando seu braço.
– Que?
– Olha só.
Tom olhou e viu Kate nos braços do Bushido.
– Mas o que? – Tom fechou a cara e chamou pelo irmão - Bill!
– Eu estou vendo. – O gêmeo mais novo olhava fixamente para o casal em distância – E não acredito que isso esteja acontecendo.
– Acho que todo mundo está vendo. – Tom disse ao irmão.
Os gêmeos olharam ao redor e toda equipe estava prestando atenção na reação de Bill.
– Ele está importunando ela. – Gustav disse. –Não acho que seja isso que estamos pensando.
–E parece que não ensinou a ela como se comportar Bill. – Tom disse contrariado.
– Cale a boca Tom!
...
–Nenhuma mulher me diz não! – Bushido estava irritado.
–Eu estou dizendo e me solte, por favor. – Eu disse baixo, tentando não chamar a atenção. Agradeci pelo ambiente estar à meia luz.
– Vem comigo!
– Não!
– Parece não ter certeza. – ele abriu um enorme sorrindo, me irritando.
– Eu tenho.
– Me quer eu sinto isso. – Ele deu um passo à frente - Mulheres como você, precisam de homens como eu. – Ele me tocou outra vez - Vamos lá eu conheço seu tipo.
– O que? – eu franzi a testa - O que quer dizer?
– Mulheres tecnicamente difíceis como você sempre terminam submissas em minha cama.
Nunca havia ouvido tanta obscenidade na minha vida, aquele homem era no mínimo nojento. E eu tinha que sair dali o mais rápido possível. Eu estava com nojo, mas acima de tudo estava com medo porque eu sabia que não haveria ninguém para me proteger se ele realmente tentasse me arrastar para outro lugar.
Naquele instante houve uma gritaria e virei o rosto quando seguranças passaram poucos metros de nós, e vi Bill passar por nós. O olhei e meu olhar se manteve por alguns segundos.
– Estou vendo que prefere tipo afeminados! – Ouvi sua voz muito perto.
Eu me virei e o olhei perguntando.
– O que disse?
– Pelo olhar que deu para a “mocinha” vejo que prefere tipos afeminados. – Ele sorriu debochado olhando para Bill. – Quem ele pensa que engana? Se eu pudesse bateria naquela cara cheia de maquiagem até ele ter vergonha e usar aquilo que tem no meio das pernas da maneira correta.
Eu o olhei e depois olhei para Bill, ele mantinha o rosto baixo conversando com David, não tinha certeza se ele havia me visto ali com Bushido.
– Você é incrivelmente nojento. – Eu disse a ele - Não sou obrigada a ficar aqui ouvindo isso.
Peguei uma taça de vinho branco na mesa ao lado e atirei o líquido em seu rosto.
– Uma pena que não seja tinto.
Eu disse antes de me virar e em passos largos saindo do recinto, eu praticamente corri, até a saída, levantando meu braço dando sinal a um táxi. Quando entrei e sentei-me minha cabeça rodava, o nível que ele havia chegado era baixo, e meu rosto ardia de vergonha.
Ouvi-lo falar daquela maneira sobre Bill e não poder defendê-lo era torturante pra mim. Segui para casa de Simone e a ajudei a terminar a pequena comemoração que preparava para os filhos.
Depois de uma hora, dois carros estacionaram na garagem e vozes foram ouvidas, a porta da sala foi aberta com força fazendo-a bater na parede.
–Como pode fazer isso comigo?
Eu o olhei e ele pegou meu cotovelo e me arrastou para o quarto de Simone batendo a porta do mesmo jeito que abriu a da sala.
–Bill?
– Porque fez aquilo Kate, porque deixou ele te tocar daquela forma. – As lágrimas grossas caiam dos olhos de Bill.
– Você viu.
– Sim eu vi. – Seu rosto estava enfurecido - Preferia que não tivesse visto?
– Sim, eu preferia.
– Você me decepcionou.
– Desculpe. – Eu pedi - Mas por favor deixe-me contar o que aconteceu antes de tirar suas próprias conclusões.
– Você ficou de papo furado, de flerte, com Bushido.
– Não. – Eu balancei a cabeça - Derrubei bebida na roupa dele, eu só queria me desculpar...
– Pelo modo que ele sorria pensei que fosse... Transar com ele.
– O que? – eu andei até ele - Não acredito que disse isso, você está bêbado.
– Você acha? – ele bufou ainda mais nervoso pegando meus pulsos.
– Ele estava me ofendendo Bill, ele tocou em mim, aproximou meu corpo do dele contra a minha vontade. – eu comecei a explicar - Eu estava sozinha.
Bill me soltou com raiva e virando de costas gritou batendo forte na parede.
– Droga!
– Por favor, fique calmo. – Eu pedi a ele - Eu vou embora...
–Vai? – Bill se virou e me olhou, ainda com desprezo – Ele está esperando você em algum lugar?
– Está me ofendendo. – Minha voz saiu embargada - Eu estava só tentando me defender da forma que podia e se não precisasse me esconder teria o defendido também.
Ele chutou com força a porta do banheiro fazendo um estrondo e gritou:
– Que merda! - Bill bufou - Esse filho da puta nos provocou a semana inteira.
Nunca em minha vida eu presenciei Bill tão fora de si. Minha garganta não conseguia produzir o mais leve som. Apenas pude balançar a cabeça em negativo, aterrorizada demais com toda aquela cena, atônita. Jamais imaginei que ele possuísse inclinação para a violência,.Os dedos dele enterraram-se nos meus ombros, me segurando com força.
– Você gosta da forma que eu te toco Kate? Gosta do jeito que faço amor com você ou prefere o jeito dele? Eu vi os olhos dele percorrerem seu corpo como se quisesse te devorar. – Bill gritava desorientado.
A porta do quarto se abriu e Tom colocou a cabeça dizendo:
–Olha dá para ouvir os gritos de vocês na sala.
– Vai embora. – Bill gritou com o irmão.
– Espere ai ela que flerta com Bushido e você vem descontar sua raiva em mim?
Bill o olhou feio, eu engasguei ao me dirigir a Tom.
– Eu não fiz isso Tom.
–Não foi o que pareceu! – Tom disse num tom terrivelmente acusador.
Sentei na cama e coloquei minhas mãos no rosto
– Bastasse um para me acusar!
–Não to acusando, apenas relatando os fatos.
–Tom fora! – Bill berrou
Tom olhou-me e eu o encarei, ele me mediu, parecendo defender a honra manchada do irmão, e saiu do quarto.
–Todos viram você flertando! – Bill falava baixo agora, mas ainda cuspindo as palavras, com ódio.
– Você esta me magoando. – Eu disse levantando da cama.
–Eu vi Kate.
– Não viu direito.
– Tom viu
– Não, ele não viu
– Gustav viu!
– Não, ele e nem ninguém viu porque nada aconteceu. – Eu tentava fazê-lo compreender.
– Você é minha. – nossos olhares se encontraram, fixando-se por instantes - Só minha, entende isso?
– Bill... – ele não me deixava explicar, agora andava de um lado para outro.
–Não fale nada! - Ele esbravejou, assustando-me eu me encolhi e calei-me.
Só depois, de alguns minutos batendo e xingando tudo e a todos, ele se acalmou e então voltei a falar.
–Me desculpe se magoei você, mas eu não consegui fazer ele se afastar, desculpe.
Minha visão embaçou, não queria usar as lágrimas para persuadi-lo ou mesmo que se convencesse por causa delas, queria que ele realmente acreditasse em mim.
Bill passou a mão pelos cabelos negros. E soltou a respiração, como se finalmente tivesse acreditando, como se tivesse se rendendo, então sentou na cama e baixou a cabeça deixando os cabelos caírem sobre o rosto, envergonhado talvez de ter perdido o controle daquela forma.
– Eu queria ir até lá, mas...
– Você não podia, eu sei...Bill... - Procurei desesperadamente qualquer coisa para dizer, mas não consegui.
Bill levantou a cabeça e me encarou, agora com um semblante mais calmo.
– Você me assustou. – eu disse baixo passando a mão pelas marcas de dedos de Bill em meu braço. Sempre percebi um ciúme exagerado de Bill por Tom, sempre achei que esse sentimento era exagerado, porem assistir a uma crise, por minha causa, ao vivo e a cores, não era nada agradável.
– Nunca mais deixe que façam isso com você. – Bill murmurrou - Nunca mais fique tão próxima de outro homem. — ele virou seu rosto para mim e semicerrou os olhos - Você me afeta de um modo inexplicável.
– Eu prometo que isso não se repetirá.
Mais uma vez nos olhamos, e por segundos foi apenas isso que fizemos.
– Senta aqui ao meu lado! - ele bateu no colchão.
– Quero ir para minha casa hoje. – eu sussurrei - Estou envergonhada demais para enfrentar um jantar com a sua família.
– Me desculpe pelo que eu disse. – seus olhos se fecharam quando eu sentei ao seu lado - Eu não estava...
– Tudo bem, eu ouvi coisas ruins a noite toda, mas acho que vou superar. – minha voz era de mágoa - Me leva pra casa?
– Não. – Ele me olhou - Não precisamos descer, vamos para o meu quarto. – e finalizou - Eu estou bêbado demais para levar você em casa.
...
Naquela noite passamos na casa de Bill, em seu quarto, de manhã, um outro Bill acordou ao meu lado, carinhoso e gentil, sugeriu que fossemos para casa de David, sem que ninguém nos visse, segundo ele, seria uma desculpa pela noite anterior. E na verdade, foi!
Ficamos na casa do manager, que estava viajando, passamos o dia inteiro no quarto, tomamos café, almoçamos, ouvimos música, vimos TV, conversamos sobre vários assuntos e somente no fim da tarde, quando o sol estava se pondo, Bill abriu as enormes cortinas da suíte e fizemos amor com um por do sol digno para uma reconciliação.
– Kate? - ouvi sua voz macia me chamando longe - Kate acorde!
Eu abri meus olhos com dificuldade, percebi que era de manhã.
–Desculpe temos que acordar, tenho que ir – senti seus lábios em minha nuca - se quiser ficar fique mais um pouco, aviso para David.
–Não. – eu disse sonolenta.
–Vou lá embaixo preparar algo para você comer enquanto usa o chuveiro.
....
Bill desceu as escadas, usando apenas calça de moletom, ajeitando os fios negros com os dedos, antes de ir para a cozinha, passou no escritório de David para imprimir um roteiro de shows do mês de Junho e Julho para entregar para Kate.
A impressora cuspiu a folha, Bill a pegou e quando se virou para desligar o computador ouviu a voz:
– Bill Kaulitz, é você mesmo?
 Postado por: Alessandra

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