terça-feira, 26 de junho de 2012

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 25 - Escolhas...!

– A Alice está? – Falei quando a mãe de Marcos abriu a porta.


– Sim. – A mãe deles me analisou com desprezo. – Pode esperar na sala.


– Obrigada. – Entrei e, antes de sentar, Alice apareceu por uma outra porta que eu não havia notado. – Alice!


– Oi Bi. – Sorriu – Vem cá. Quero te apresentar alguém!


– Alguém? Quem? – Murmurei me levantando.


– Biara, - Ela segurou minha mão. Entrou no quarto, fechou a porta e pegou algo que estava ao lado da cama. Quando me acostumei com a visão, encarei um gato. Um gatinho muito gordo e peludo. Um pelo branco e macio. – este é o Pantufa.


– Pan... Pantufa? – Eu ri segurando o gatinho que ela estava me entregando. – Ele é muito fofo.


– Ah, que é isso! – Sorriu animada. – Ele come a maior parte do tempo e está sempre contra minhas ideias.


– Claro... – Sorri colocando Pantufa no chão. Logo em seguida, ele arrumou-se ali mesmo e, ronronando, deitou-se no chão. – Mas o que quero falar Alice, é sobre a audição.


– Oh, aconteceu alguma coisa? – Ela sentou-se e arregalou os olhos curiosos para mim.


– Ahm, na verdade não... – Passei a mão nos cabelos, fechando os olhos por um minuto lembrando-me dos pedidos de Tom. – Eu queria saber se pode antecipar para amanhã. Amanhã pela manhã para que na segunda eu possa viajar para Londres.


– Já quer viajar para Londres? Que apressadinha. – Riu. – Mas você já está melhor do acidente?


– Sim. – Murmurei.


– Então vou chamar o Carriel. – Levantou-se e saiu do quarto. Não demorou muito e ela voltou com um cara muito lindo. Admito meu desespero para substituir Tom. – Biara, esse é Carriel.


– Oi. – Sorriu. Ele era bem mais alto que nós duas, os cabelos muito negros bagunçados, com alguns fios sobre os olhos, a pele branca e os olhos extremamente verdes. Parecia até um modelo. – Sou Carriel Heinz.


– Biara Schmidt. – Apertei a mão dele.


– Então, qual o problema? – Ele olhou para Alice desconcertado.


– Ela quer antecipar a audição para amanhã. – Alice jogou-se na cama e nos olhou. – Dá certo?


– Ah... – Ele disse desanimado. – Achei que ia passar mais tempo aqui.


– Bom, se ela fizer dupla com Marcos, porque não admitimos os dois? – Ela saltou da cama feliz. – Assim você poderá ficar com o Marcos!


– Ligarei para a diretora imediatamente. – Ele disse corando.


Ficar com Marcos? Então ele também era homossexual? Ah, meu Deus. Porque todo cara lindo tem que ser gay? Isso é algum carma? Alguma sina? E porque Marcos nem se deu ao trabalho de ir me visitar no hospital? Que droga! Sempre me apaixono pelo cara errado. Isso também inclui Tom.


– Então nos encontre aqui amanhã bem cedo, certo? – Alice sorriu.


Quando sai do quarto, acabei esbarrando num cara de cabelos azulados. Marcos me olhou com afeição e medo ao mesmo tempo. Ele tentou sorri e ainda abriu a boca para falar alguma coisa, mas nada saiu. Ele apenas me observou. Quando finalmente pensou em algo, eu já tinha saído de sua casa e batido a porta.


Fui para debaixo da árvore que uma vez me sentei com ele e, uma vez lá, comecei a pensar se era mesmo certo largar tudo isso e ir para Londres. Deixei que algumas lágrimas escapassem, antes de limpá-las bruscamente com a manga da minha camiseta.


– Porque tudo tem que ser tão difícil. – Murmurei deixando que mais uma lágrima despencasse e, repentinamente, alguém a enxugou antes que ela tocasse meus lábios.


– Porque se fosse fácil não iria valer à pena. – Bill sentou-se ao meu lado e apoiou os braços nos joelhos. – Bi, me desculpa por ter sido tão incompreensivo. Se for o que você quer, quem sou eu para te impedir? Você deve fazer isso, deve se tornar uma bela bailarina profissional e depois, quando quiser, pode voltar sempre que tiver vontade.


– Obrigada. – Disse tristemente. – Me desculpa por causar tantos problemas.


– Problemas? – Bill sorriu. – Essa casa já estava ficando chata só comigo e o Tom nela.


– Amo você. – Sorri.


– Também te amo. – Ele sorriu.


Foi um minuto depois, ou nos segundos seguintes, não prestei muita atenção. Bill me olhou com afeto e me abraçou. Desta vez ele segurou na minha nuca e acariciou meus cabelos. Eu toquei seu ombro e deslizei a mão até seu pescoço. Parecia o lugar mais seguro e sem problemas do mundo.


– Presente de despedida? – Murmurei.


– Não, presente de aniversário antecipado. – Ele bagunçou meu cabelo. – Esse é o presente de despedida.


E quando achei que ele iria me abraçar outra vez, ele puxou um caderno. Mais parecia uma agenda. Era com a capa de couro bege e uma pequena tala, como se fosse para colocar um título. Eu segurei o caderno e o admirei, folheando, e, na primeira página tinha uma dedicatória escrita “Não importa, longe ou perto, posso te apoiar quando precisar – Bill Kaulitz”.


– Nossa Bill, nem sei como agradecer. Obrigada. – Sorri abraçando-o.


– Olha só, agora você tem duas coisas preciosas. Uma agenda para escrever tudo o que sente e uma assinatura do famoso Bill Kaulitz. – Ele disse fazendo-me rir. Sim, eu ia sentir falta dele. – Aproveite, hein?!


– Sim, eu irei. – Ri admirando a agenda.


– Biara, - Bill disse me fazendo desviar o olhar da agenda para ele. – vou sentir sua falta.


– Eu também. – Murmurei.
(Narrado por Bill Kaulitz)


– Olha só, porque você não vai preparar as coisas para seu teste? – Sorri colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.


– Sério? – Ela sorriu.


– Claro, vou estar lá te dando apoio... moral, pelo menos. – Eu falei fazendo-a rir.


– Bom, vou procurar meus trajes. – Levantou-se num salto e saiu correndo.


Virei o rosto vendo-a desaparecer pelo portão, foi quando senti algo roçar na minha perna. Olhei rápido por reflexo e vi um gato. Um branco, gordo e felpudo gato. Acariciei sua cabeça sorrindo e ele subiu no meu colo e confortou-se lá mesmo.


– Ah, Pantufa! – Uma garota loira de olhos azuis apareceu na minha frente. – Nossa, achei que ele tinha sido sequestrado.


– Sequestrado? – Eu ri.


– Sim, ladrões, mercado negro, esse tipo de coisa... – Sorriu sentando-se ao meu lado e tentando pegar o gato, mas ele pareceu não querer sair. – Nossa...


– O que foi? – Acariciei o gatinho mais uma vez olhando-a. Ela tinha um olhar muito cheio de curiosidade, mas parecia guardar tanto sofrimento.


– Pantufa não costuma se apegar às pessoas muito rápido. - Ela murmurou acariciando o gato e, sem querer, tocando minha mão. – Meu irmão até tentou conquistá-lo, mas foi em vão.


– Ele me pareceu muito dócil. – Sorri.


– É, ele realmente gostou de você. – Mudou sua expressão, agora sorria de uma forma doce.


Continuei acariciando o gatinho enquanto procurava algo para falar. Olhei para a garota e percebi que ela havia mudado novamente sua expressão, agora olhava o relógio e piscava os olhos rapidamente.


– Nossa, estou atrasada! – Falou levantando-se e tirando o pó da saia que vestia. Levantei logo em seguida e passei o gato para o seu colo. – Ah, obrigada. – Sorriu. - Foi muito bom conversar com você, mas preciso ir agora. Até logo. – Se despediu, dando um beijo no meu rosto e saiu caminhando.


Fiquei por uns segundos tentando processar o que havia acontecido. Caminhei até a porta de casa ainda tentando assimilar tudo aquilo. Com toda certeza ela era diferente de todas as pessoas que eu conheço e olha que conheço muita gente. De onde aquela garota veio? Será que vou encontrá-la outra vez? Foi em meio a todas essas perguntas que eu percebi que sequer sabia o seu nome. Agora seria mais difícil ainda de vê-la de novo.


Entrei em casa e não vi ninguém na sala. Com certeza a Bi deve estar no quarto arrumando as coisas. Caminhei até a cozinha, na busca de algo para beber, e Tom estava lá. Inclinado no balcão escrevendo alguma coisa.


– Olá. – Falei indo na direção da geladeira. – Tom, eu tô falando com você. - Falei, enquanto enchia o copo de suco.


– Oi. – Respondeu seco, sem ao menos me olhar.


– O que você tá fazendo? – Me aproximei da bancada.


– Nada de importante. – Percebi sua voz diferente, como se ele estivesse chorando.


Contornei a bancada e parei ao seu lado. Ele parou de escrever e baixou ainda mais a cabeça. Coloquei minha mão em seu queixo, virando seu rosto para mim. Com certeza ele havia chorado, ainda tinha o nariz vermelho e os olhos marejados. Cheguei mais perto e o abracei. Tom retribuiu o abraço, me apertando forte.


– Não fica assim. – Murmurei encostando o queixo na cabeça do mais baixo.


– Como eu não vou ficar assim? – Perguntou ainda abraçado a mim. Senti suas lágrimas molharem minha camisa. – Me diz, como? Se quando eu finalmente me apaixono por alguém, essa pessoa me abandona.


– Tom, tenta entender. São os sonhos dela. – Me distanciei um pouco, para olhar em seus olhos. – Ela precisa fazer isso para realizá-los.


– Mas e eu? Como eu fico? – Falou enquanto enxugava algumas lágrimas.


– Tenta entender. Ela não pode desistir de tudo por uma coisa tão incerta.


– Eu desistiria de tudo por ela. – Gritou de forma raivosa, levantando-se bruscamente do banco em que estava, derrubando-o. - Da banda, da fama, de tudo... – Murmurou observando o piso.


– Tom, você fala assim porque já realizou muitos dos seus sonhos. – Me aproximei, colocando a mão em seu ombro. – Ela está começando agora...


– Quer saber... – Falou, pegando o papel que estava em cima da mesa e amassando. – Não importa mais. – Jogou o papel no lixo e saiu da cozinha.


Fiquei sem saber o que fazer. Agora eu entendo o ponto de vista da Bi, mas não consigo deixar de sentir pelo Tom. Ele não lida muito bem com essas coisas. Me apoiei na bancada e fitei o banco caído. Corri os olhos pela cozinha, até que cheguei ao lixeiro. Logo me veio à curiosidade de saber o que ele estava escrevendo.


Caminhei até o lixeiro e peguei o pequeno pedaço papel amassado. Desamassei e comecei a ler. Li e reli, custando a acreditar no que estava lendo. No papel havia uns versos, que me pareceram uma música para alguém em especial.
 Postado por: Alessandra

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