terça-feira, 26 de junho de 2012

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 24 - Insensível. Intragável.

Na minha vida, só tive dois grandes arrependimentos. Um foi quando convenci meus pais a irem para minha apresentação de balé e ocorreu o acidente. E o outro foi quando eu acabei com toda e qualquer esperança de ficar junto do Tom.


– Biara, - Ouvi a voz de Georg e em seguida alguns toques na porta. – posso entrar?


Ele apareceu com uma bandeja nas mãos. Eu já havia recebido alta do hospital há dois dias e estava no quarto do Tom. O quarto do Bill estava passando por uma reforma, a qual não quis saber detalhes. Tom estava dormindo no sofá desde então, não falava comigo, nem olhava para mim. E o problema, é que não sei o que eu faço. Ele quer que eu desista de tudo para uma coisa que não tem garantia de que vai dar certo. Eu só quero ter um futuro. Só isso.


– Ei fofa. – Georg acariciou meus cabelos. Ele havia colocado a bandeja sobre o criado mudo e sentado ao meu lado na cama. O médico disse que se eu quisesse dançar teria que passar três dias em repouso. – Olha, eles só estão passando por um momento ruim. Tudo vai ficar bem.


– Eu espero. – Murmurei cabisbaixa. Deixei que uma lágrima caísse, mas foi totalmente sem querer.


– Ei, não quero ver você chorar. – Ele limpou a lágrima e levantou meu rosto. – Você decide seu futuro. Seus amigos tem que te apoiar, não importa o que aconteça. Ou então eles não são realmente seus amigos.


– É que eu... tô apaixonada por ele. – Murmurei. Parecia que eu tinha engasgado no meio da frase, porque era bem difícil falar aquilo. Meu orgulho foi pisado para isso sair.


– Isso já estava bem na cara. – Ele riu – Olha, o Tom... ele...


– Georg! – A voz grave invadiu o quarto. – O que pensa que está fazendo?


– Tom... – Georg murmurou assustado. – Eu só...


– Saia! – Apontou para fora do quarto. Quando Georg me lançou um último olhar de afeto e desapareceu pela porta, Tom a fechou. – Você é uma imbecil, sabia?


– Oh, fechou a porta para me xingar? Não dá para fazer isso de porta aberta, ou é falta de educação? – Resmunguei raivosa.


– Biara. – Tom murmurou. Caminhou alguns passos em direção a parede oposta, ficando de costas para mim. Então, repentinamente, virou-se inseguro. – Eu sou... louco por você.


Eu gelei. Parecia que um frio tremendo arrastou-se por toda minha espinha. Tom Aproximou-se e parou na beirada da cama. Ele parecia perturbado com as ideias e começou a tamborilar os dedos no colchão.


– Você o que? – Eu ri. Sabia que aquilo era uma piada. Talvez ele fizesse qualquer coisa para me fazer ficar. – Que coisa baixa, até mesmo para você!


– O... O que? – Ele sorriu, mas depois me olhou sério. – Acha que estou mentindo?


– Olha, eu sei que quer que eu fique, mas isso envolve meu futuro. Não posso abandonar tudo por um cara que me ignorou a maior parte do tempo, depois me irritou e agora vem dizer que é louco por mim. – Sentei-me na cama. – Vai que isso não dá certo? E se não ficarmos juntos muito tempo? De que tudo isso vai valer? Eu ter desistido do balé, você ter desistido de... Ah, espera. Você não vai desistir de nada. Só eu que saio perdendo.


– Biara, você é louca?


– Não Tom! Para de dizer que sou louca! – Me levantei e segui até a porta. – Eu tenho que... ir lá em baixo.


– Por que está fazendo isso? – Segurou no me braço me fazendo virar.


– Isso o que?


– Porque não quer ficar sozinha comigo?


– Eu não sei do que você está falando. – Tentei me virar, mas ele me puxou de novo.


– Sabe Biara, eu estou cansado desse joguinho idiota! – Ele segurou meus dois pulsos.


– Que? Me larga Tom!


– Eu sei que você gosta de mim como eu gosto de você. – Ele me empurrou contra a parede segurando meus pulsos na altura da minha cabeça e aproximando o rosto.


– Para com isso. – Virei o rosto. – Sabia que é feio escutar atrás da porta? Além do mais, você deve estar ouvindo coisas.


– Para de fingir, droga! – Ele se irritou, me fazendo olhá-lo.


– Eu não estou fingindo. – Disse calmamente, mantendo meu rosto parado.


– Então porque fica arrepiada quando chego mais perto? – Ele aproximou muito mais o rosto, fazendo nossos narizes se tocarem. Senti a respiração dele tocar minha boca e seus olhos prenderem os meus.


– Eu... eu não... – Tentei falar, mas minha voz saiu fraca e falha.


– Me diz por que quando você fica corada quando te olho nos olhos? – Ele murmurou um pouco mais baixo e então, eu fechei os olhos, desistindo de todas as minhas lutas.


– Aí, porque que esse sabão é amar... – Gustav entrou no quarto e parou. – Opa, foi mal!


Tom baixou a cabeça e me largou. Gustav riu e saiu do quarto, dando um forte baque na porta. Tom deu alguns passos pelo quarto até que parou. Virou-se para mim e, mais uma vez, seus olhos estavam cheios de lágrimas.


– Nunca senti isso por ninguém antes. – Ele murmurou com a voz trêmula. – Eu me importo mais com você que comigo mesmo. Eu realmente gosto de você. Quando te vi desacordada no hospital fiquei desesperado, pensei que nunca mais iria sequer ouvir sua voz.


– E o que quer que eu faça? – Cruzei os braços. – Quer que eu diga que também sou louca por você?


– Só quero que você fique. – Aquela deve ter sido a cena mais estranha, tocante e tensa que já vi. Tom não fez esforço para segurar as lágrimas. Ele realmente estava chorando. – Por favor.
I really can't stay - But baby it's cold outside
[Eu realmente não posso ficar – Mas querida, está frio lá fora]
I've got to go away - But baby it's cold outside
[Eu tenho que ir embora – Mas querida, está frio lá fora]
This evening has been - Been hoping that you'd drop in
[Essa noite tem sido… - Tem sido esperar que você aparecesse]
So very nice - I'll hold your hands, they're just like ice
[Tão agradável – Eu vou segurar suas mãos, elas estão geladas]


– Na segunda-feira vou estar em Londres e isso tudo vai acabar. – Murmurei friamente. Eu me odiava. Simplesmente me odiava por fazer aquilo.


– Você... Você o que? – Ele passou a mão no rosto bruscamente. Seu nariz estava vermelho. – Você vai para Londres depois de amanhã?


– Sim. Minha audição vai ser amanhã pela manhã na casa da Alice. – Baixei a cabeça, mas respirei fundo e voltei a levantá-la.


– Mas você ainda não tem dezoito. Como vai pagar a escola? – Ele passou a mão pelas tranças. – Não vá. Não precisa ir.


– Tom amanhã é meu aniversário. Amanhã vou ter direito a tudo que meus pais deixaram.


– Não vá para Londres. Por favor. Eu estou implorando. – Ele disse segurando minha mão.


– Não posso fazer isso. – Olhei para nossas mãos juntas. – Já comprei a passagem. Já está tudo agendado.


– Mas você nem sabe se vai passar na audição...


– Tom pare com isso! – Gritei soltando a mão dele. Na verdade eu não tinha audição alguma amanhã, muito menos uma passagem para Londres. Mas amanhã irei falar com Alice, ela com certeza irá entender. – Minha entrada na academia já está confirmada. A audição é só uma formalidade para que não pensem que tenho privilégios.


– Então amanhã é seu aniversário de dezoito anos e você vai embora? – Ele murmurou antes que eu abrisse a porta.


– Sim. – Respondi baixo e rápido.


– Você nem ao menos teve coragem de me falar antes.


– Você ia tentar me impedir. – Girei a maçaneta.


– Se você sair por essa porta, vou saber que está tudo acabado. – Ele disse com a voz impecável, como se não sentisse nada. Estava frio e estático. Eu vi as lágrimas caindo penosamente dos olhos dele. Seu rosto frio, mas a expressão despencava com as lágrimas.


– Na verdade Tom, - Eu falei saindo. – nunca começamos.
 Postado por: Alessandra

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