quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sie Hat Mich - Capítulo 8 - A viagem

“Leather and jeans
your watch glamorous
Not sure what it means
But this photo of us
It don't have a price
Ready for those flashing lights
'Cause you know that baby I-”
(Trecho da música Paparazzi, da Lady Gaga)
- Então, vocês terão que andar de mãos dadas, agirem como dois apaixonados e saírem juntos, para se conhecerem melhor e nem passarem vergonha um perto do outro. É basicamente isso. – Johan nos explicou entusiasmadamente seu plano, enquanto tomávamos o café da manhã – A frente da sua casa está lotada de paparazzis! Está um surubão aqui!
- Você está se divertindo com isso. – falei emburrada, a parte dos paparazzis já era imaginável – Aposto que tem dedo seu nisso tudo que aconteceu.
- Eles descobriram até sobre a briga entre eu e aquele babaca. – o Kaulitz falou baixando o jornal e olhando emburrado para o Johan também.
- Vocês dois falam como se a culpa fosse minha. – ele falou meio tristonho – Eu não fiz nada que vocês fizeram essa noite... E que noite! Teremos que usar maquiagem para tampar esses chupões que você tem no pescoço Julinha.
Automaticamente levei a mão ao pescoço e corei um pouco.
- Culpa minha... Sei. A culpa é dele. – falei em minha defesa.
- Ah sim, a culpa é minha? Foi você quem tinha a camisinha... – ele falou sarcástico me olhando com um sorriso de canto.
- Não acredito! – Johan se descabelou – Finalmente ela serviu para algo! – comemorou – Estou tão orgulhoso de você Julinha! – e apertou a minha bochecha por cima da mesa.
- Não é hora para comemoração! – reclamei – E vai me deixar com mais uma marca.
- Oh, é verdade. Perdoe-me diva.
- Idiota. – Bill e eu afirmamos ao mesmo tempo. Nos encaramos por um momento e depois viramos o rosto para o lado.
- Seus bobinhos... Não me diga que brigaram agora! Essa madrugada vocês não brigaram, pelo jeito que eu vi vocês dormindo na cama. – ele falou segurando o riso.
- Não acredito que você entrou no quarto. – falei me alterando rapidamente.
- Quem você acha que deixou a revista e o jornal lá? – falou – Euzinho. Não sei como vocês conseguiram chegar até o quarto...
- Já chega Johan, não é necessário falarmos mais sobre isso. – repreendi-o e me levantei da cadeira – Vou arrumar as minhas coisas e vamos para Hamburgo logo.
- Sim, sim, sim! Vamos para a praia! – os olhinhos de Johan brilharam.
- Voltarei para o meu apartamento. Tenho que pegar algumas coisas lá. – Bill levantou-se também.
- Ótimo, nos encontramos lá!
- Ahm? Como assim? – perguntei sem entender.
- É, como assim? – Bill perguntou também erguendo uma sobrancelha.
- Oh, não me digam que vão perder a chance de viajarem juntos? Será ótimo! – falou e riu, acho que da nossa cara.
- Você não pode estar falando sério!
- Mas eu estou falando diva. – Johan falou na maior cara de pau me olhando.
- Será que você cabe no porta-malas? – Bill provocou-me.
- Ora seu... Espera pra ver quem é que vai no porta-malas! – falei irritada, fechando a mão.
Ele apenas riu e nos deu as costas.
- Nos vemos mais tarde.
Ah, Johan ia escutar de mim, ia escutar muito! Enquanto eu reclamava para ele e arrumava as minhas coisas para a viagem, o tempo foi passando. Quando eu vi, já estava na hora de nós irmos. Novamente, entrei no carro do Johan, após passarmos por vários paparazzis querendo saber sobre a minha madrugada com Bill Kaulitz, e Johan me levou pelas ruas de Berlim, para o apartamento dos gêmeos. Onde Tom, Georg, Gustav e Bill nos esperavam encostados numa 4 por 4 e uma BMW prateada. E junto deles, tinha uma Mercedes com alguns seguranças.
- Finalmente vocês chegaram! – Tom falou me ajudando a tirar as três malas que eu havia trazido.
- Não fui eu que deixei as minhas coisas para serem arrumadas para a última hora... – Johan falou meio bravo olhando para mim.
- Desculpe se eu nasci. – falei na maior irritação.
- Ei, olha o stress... Estou muito feliz que por meu irmãozinho ter tido uma noite daquelas, é bom vocês não estragarem essa minha felicidade toda! – Tom exclamou animado, largando as minhas malas na BMW.
- Cala boca Tom. – Bill falou cruzando os braços e desencostando do carro.
- Ah Bill, não vai contar nadinha do que aconteceu pro seu adorado irmãozinho? – Tom perguntou rodeando o irmão.
- Claro que não idiota. – ele falou dando a volta no carro, para a porta do passageiro.
- Não seja mal Bill! Ao menos usou camisinha? – perguntou seguindo-o – Pelo que eu sei você nunca carrega uma... Como fez? Comprou em alguma farmácia?
Eu corei nessa hora, e de pensar que fui eu quem forneceu isso... Bill ignorou-o e abriu a porta do carro.
- Entre no carro. – mandou. Quem ele pensa que é para mandar em mim?
- Você não manda em mim. Não vou entrar no seu carro. – falei durona, cruzando os braços em frente ao corpo.
- Ui, essa doeu. – foi o comentário que eu ouvi do Georg.
Bill apenas rolou os olhos e tornou a me encarar, mas irritado do que antes.
- Entra no carro logo. – mandou novamente.
- Não entrarei nisso, enquanto você não pedir com delicadeza. – falei me emburrando e girando os olhos.
Tom riu e se juntou a Georg nos comentários idiotas.
- Nem parece ser meu irmão... Será que foi sexo selvagem e o deixou mal por não estar acostumado? – Tom perguntou rindo para o Georg.
Eles apenas riram mais ainda, acompanhados de Johan e Gustav.
- Poderia fazer a grande gentileza de entrar no carro. – ele pediu ainda segurando a porta – Por favor. – acrescentou.
- Claro que sim. – dei um sorriso falso e me dando por vencida, entrei naquele carro.
Ele fechou a porta com força desnecessária e deu a volta rapidamente no carro, enquanto eu sorria satisfeita colocando o cinto de segurança. Bill entrou no carro e fechou a porta novamente com força, colocou o cinto e quando ia dar a partida, Tom bateu na janela dele. Emburrado, ele abaixa o vidro da janela.
- O que você quer? – pergunta irritadinho.
- Sabe, eu estava pensando... Se vocês precisarem parar num motel na estrada, eu vou entender... Três horas e meia de viagem... – Tom falou todo malicioso, mexendo no piercing da boca.
- Vai se danar Tom. – Bill falou subindo novamente o vidro da janela.
- Mas é uma possibili... – continuou.
Ele ia continuar provocando ainda mais ele, mas Bill deu a partida no carro um tanto bruscamente e saiu em alta velocidade em direção à rodovia.
- Será que você podia ir mais devagar? – perguntei rapidamente, assim que ele ultrapassava os carros mais lentos.
- Quem está dirigindo? Eu ou você? – ele perguntou na maior ignorância.
- Ei, eu pedi para você ir mais devagar... Quer saber, dirija do jeito que quiser! – me emburrei novamente, comecei a mexer na minha bolsa e tirei meu iPod de lá.
Apesar de tudo, ele diminui a velocidade e pelo retrovisor, pude ver o carro do Tom nos seguindo e provavelmente a Mercedes com os seguranças. Logo entramos na rodovia e ele ligou o radio, colocando um CD do Green Day. Eu particularmente gosto deles... Tenho algumas músicas no meu iPod, e essa foi uma deixa para eu tirar os fones e ficar ouvindo junto com ele.
Não conversamos boa parte da viagem, mas eu fiquei observando-o pelo canto do olho. Ele era bonito e tudo mais, mas o que me levou a ir para cama com ele? Atração? Desejo? Ou carência? Não que eu tenha terminado há pouco tempo com o meu namorado, tipo, fazia no mínimo seis meses que eu não beijava ninguém. E na primeira chance que eu tenho, acabo indo para a cama com o individuo, isso nunca tinha acontecido comigo! Foi até bom, isso eu não posso negar, levei a minha mão as marcas de chupões que aquele individuo tinha deixado, e de pensar que eu o deixei marcado também... Mais dez minutos de viagem, vimos um daqueles motéis de estrada. Não sei por que, mas automaticamente olhei para o Bill e ele olhou para mim.
- Se quiser nós podemos parar... – Bill sugeriu sorrindo de canto, sem parar de me olhar.
Dei olhar mortal para ele.
- Preste atenção na estrada. – mandei desviando o olhar e cruzando os braços.
- Eu estou prestando atenção na estrada. – ele falou como se fosse obvio, mas senti um ar divertido em sua fala.
- Europeu idiota. – foi ridículo o que falei, eu sei. Fiz um trocadinho com “American Idiot”.
Ele gargalhou com o meu comentário e parcialmente o carro saiu da pista.
- Presta atenção! – elevei um pouco a voz.
- Desculpe, desculpe... Mas foi hilário. – ele pediu ainda rindo.
- Hunf. – resmunguei.
- Não sabia que gostava de Green Day... – comentou, talvez tentando puxar conversa.
- Eu gosto, por quê? Algum problema? – perguntei ainda emburrada.
- Nenhum, isso é ótimo. – falou dando de ombros.
- Hunf. – resmunguei novamente.
- Qual é a sua música preferida? – ele perguntou me olhando pelo canto do olho.
E disso, se iniciou uma conversa que eu achei que nunca teria. Conversamos sobre cada baboseira... Que para resumir, tínhamos bastante coisa em comum até. Deu que, passamos grande parte da viagem conversando e eu, com o porta CD dele no colo, ainda olhando a grande variedade de CDs que ele tinha e encontrando até alguns que eu tinha e que adorava. Nós até que estávamos nos dando um pouco bem, mas chegou uma hora que ficamos sem assunto, quando eu terminei de ver os CDs dele, e guardei no porta-luvas. Sem contar que parecia que nunca chagávamos a Hamburgo.
- Que demora. – reclamei relaxando no banco. Já estava ficando cansada.
- Daqui a pouco nós chegamos. – ele suspirou e continuou a olhar para a estrada.
- Parece que no carro do Johan não demora tanto assim... – comentei olhando para o marcador de velocidade.
- O carro do Johan é mais lerdo que esse. – Bill falou descontraído.
- Então, por que está demorando tanto? – perguntei.
- Não sei...
- Como não pensei nisso antes... Deve ser culpa sua! Está indo devagar para tentar me passar uma outra cantada barata e depois tentar abusar de mim! – exclamei. Agora sim entendia o porquê dessa demora! Só podia ser isso.
- Você tem algum problema? – ele perguntou me olhando seriamente por um momento.
- Não. Você é quem tem problema. – afirmei – É um pervertido, e de pensar que falam tanto do seu irmão... Mas na verdade você é o pior!
- Você que é a problemática. De onde tirou isso? – ele perguntou se irritando – Não sei como podemos ter algo em comum.
- Eu também não sei. – emburrei-me novamente.
Coloquei os fones e passei o resto da viagem ouvindo meu iPod, sem dar atenção para o pervertido ao meu lado. Devo ter cochilado, pois o tempo passou mais rápido, e chegamos à casa de praia onde seria o ensaio fotográfico. Desci rapidamente do carro dele sem falar nada e parei encostada no murinho da casa, esperando Johan sair do outro carro.
- Como foi a viagem diva? – ele perguntou assim que se aproximou de mim.
- Insuportável. Nunca mais me obrigue a entrar num carro com aquele ser. – respondi cruzando os braços.
- O que aconteceu? – Johan perguntou me olhando preocupado.
- Ele estava fazendo alguma coisa para tentar abusar de mim, fazer alguma coisa! – respondi rapidamente apontando para ele, que vinha na nossa direção com as minhas malas.
- Meu adorado irmãozinho está virando homem! Ah, isso é ótimo! – Tom comentou com os olhinhos brilhando.
- Cale a boca! – eu e Bill falamos novamente juntos.
- Oh, estão em perfeita sincronia! – Johan exclamou maravilhado.
- Você também, fique quieto Johan. – mandei – Vamos logo fazer essas fotos, eu quero descansar.
Esse ensaio não seria nada tranqüilo para mim, pois novamente, teria aqueles olhares que eu não sabia como nomear vindo dele.

Postado por: Alessandra 

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