sábado, 10 de setembro de 2011

Double Life - Capítulo 41 - Self Deception

"Eu joguei a parte e peguei a culpa
Enquanto você finge nada é real
A vida se tornou noites enquanto você dorme
Sangue escorrendo, isto é um sonho?"

(Lacuna Coil - Self Deception)

Ao chegar no hospital Jasmine foi levada a uma sala e lhe pediram para ela tirar toda a roupa e começou a ser examinada.

-Esses machucados foi o seu cafetão quem fez? É verdade? – perguntou uma das enfermeiras.
-Foi! – lembrou das palavras de um dos investigadores que disse em alto e bom som que se ela falasse sobre a surra ia ser bem pior.
-E essa mordida? Também foi o seu cafetão?

Jasmine lembrou da mordida em seu ombro que Bill deu no dia que transaram em seu escritório. Lágrimas escorreram de seus olhos, lembrou de Bill naquele instante, como ele estaria reagindo a tudo aquilo. Ela mentira tantas vezes para ele, será que ele acreditaria nela? Não conseguiu responder a pergunta da enfermeira apenas baixou os olhos e chorou calada.

-Coloque a roupa terminamos.

Jasmine pensou qual seria o seu destino a partir de agora. O que fariam com ela pra onde a levaria? Colocou suas roupas, duas policiais a algemaram e a colocaram no carro. Chegaram em um prédio enorme, o carro entrou no prédio e Jasmine foi tirada a força de dentro dele. Entrou em outra sala e lhe deram um macacão cinza e um sabonete.

-Agora vá até aquele banheiro tome banho e coloque a sua roupa. Você tem 3 minutos.

A morena obedeceu tirou mais uma vez sua roupa e ligou o chuveiro. A água não era quente, jasmine entrou embaixo dela e quase morreu de frio, se ensaboou rapidamente e saiu do banho vestindo o macacão. Saiu do banheiro e encontrou a delegada que tanto lhe ajudará na noite anterior.

-Jasmine seu nome, né?
-Sim!
-Bom você já sabe meu nome. Chamo-me Karine, você ficara aqui até o dia do seu julgamento. Dividirá a cela com mais seis detentas. Bom você tem um bom advogado e hoje mesmo ele virá falar com você.
-E quando poderei receber visitas?
-Só a semana que vem! – a delegada percebeu as lágrimas que se formavam nos olhos da morena e falou baixo quase no ouvido dela. – Vou hoje mesmo atrás desse cara que lhe deu o presente. Mas vou devagar senão acabamos ferrando a sua vida. Temos que montar uma estratégia e fazer ele confessar.
-Por favor, eu queria pelo menos falar com o meu namorado. Só falar... – Jasmine não conseguia segurar as lágrimas.

Seus olhos não abriam mais, havia chorado tanto que seus olhos estavam excessivamente inchados.

-Um segundo!

A delegada olhou para o lado verificando se não tinha ninguém por perto e disse:

-Um segundo e se ouvir alguém se aproximando desligue rapidamente. Não quero me encrencar...

Bill acordou e viu o irmão e a DJ dormindo no sofá. Tinha certeza que era um pesadelo, mas infelizmente não era. Queria acordar daquele sonho terrível, levantou-se e foi até a janela olhou para fora e viu a garoa fina que caia lá fora.  Hoje ele ia ver Jasmine de qualquer jeito.
Seus pensamentos foram interrompidos pelo som de seu celular ele olhou e não conhecia o número. Mas mesmo assim atendeu:

-Alô?
-Bill... Bill... Meu amor! –Jasmine disse com voz baixa.
-Jasmine... Minha morena! – essas palavras foram pronunciadas alta que acordou Tom e Alê.
-Bill, eu só liguei para dizer que sou inocente.
-Eu sei, meu amor, eu acredito em você. E vou te tirar daí... Vou sim!
-Eu te amo. Nunca esqueça disso.
-Eu também... Jasmine? Jasmine?  – ela já não estava mais na linha.

Bill sentou na beira da cama e chorou olhando para o celular. Tom resolveu que àquela hora era a hora de contar o motivo da prisão de Jasmine. Bill ouviu tudo embasbacado. Nunca virá Jasmine nem com um cigarro, como isso seria possível?

-Bill ela recebeu uma caixa daquele homem que você bateu lá no hotel. Ele é obcecado por Jasmine. Com certeza foi uma cilada.  – disse Alê.
-Tom, vamos atrás dele. Fácil!  O pegamos e terá que confessar.
-Bill meu irmão você chega a ser bobo de tão inocente. Você acha mesmo que ele vai confessar? Nunca. Olha a delegada que esta cuidando do caso vai nos ajudar.  Não vamos nos meter, podemos até prejudicar Jasmine. Vamos esperar e receber as instruções. Ok?
-Mas eu posso visitá-la?
-Bill só a semana que vem. Sei que é tudo muito difícil, mas terá que esperar meu irmão não há nada que você possa fazer além de esperar.

Bill baixou a cabeça e disse um baixo e triste sim...

Jasmine depois que desligou o celular com Bill entregou o celular para a delegada e ouviu uma senhora robusta e de cabelos curtos dizer:

-Vamos por ali!

O ‘ali’ para Jasmine era o inferno. Ela foi conduzida para um corredor gelado e parou de frente a cela.

-Opa, opa carne fresca!

A guarda abriu aporta de uma cela.

-Entre.

Jasmine não conseguia dar um passo estava com tanto medo que suas pernas congelaram e não conseguia se mover.

-Anda logo! – empurrou a guarda.

A cela era escura não era apertada. Tinha uma mesinha, um espelho, um armário e 4 beliches.  A mulher loira foi a primeira a quebrar o silencio da cela.

-Seja bem vinda belezinha. Por que a mandaram para cá? O que a boneca fez de errado?
-Eu sou inocente.

Todas na cela riram da frase de Jasmine.

-Sim, todas nós somos.

Jasmine foi para seu beliche e deitou. Não era suja e nem cheirava mal. O que incomodava era aquelas mulheres a observando como se ela estive nua. Carne fresca. Ela se sentiu subitamente aterrorizada. Deitou em sua cama, decidiu dormir, esquecer aquele martírio quem sabe dormiria, acordaria e perceberia que tudo aquilo não era um terrível pesadelo...


Naquela noite a boate funcionou normalmente. Bruno convenceu que não sabia da droga e pagou um cafezinho muito alto para os policiais para não fechar sua boate. Dy e Alê estavam proibidas de comentar sobre o ocorrido e para os outros funcionários da boate, Jasmine tinha ido para o Brasil visitar seus familiares.
Naquela noite o celular de Jasmine tocou e foi Alê quem atendeu. Era uma mulher que falava em português.

-Alô?
-Jasmine, sou eu!
-Desculpe, a Jasmine foi viajar e deixou o celular comigo.
-Viajar? Pra onde? Bom, não interessa, apenas diga que preciso de mais dinheiro. E que o João foi internado. Obrigada e tchau.

Alê ficou passada de ver a frieza da pessoa com quem acabará de falar. Devia ser a mãe de Jasmine, pois ela sempre falou muito mal da mãe. E agora essa, o irmão que ela tanto amava doente. Coitada da amiga como ia falar lhe sobre esse problema.
Naquela noite Alê, Bill, Tom e Bruno tinha uma reunião secreta com a detetive Karine na casa de Alê. Tentariam arrumar um jeito de pegar o tal cliente.

Bruno foi o primeiro a falar sobre o tal cliente.

-Ele sempre foi um ótimo cliente. Minhas meninas só dançavam para ele, sempre pedia as morenas, pagava sempre em dia e sempre pagava muito bem. Nunca tive problema com ele.
-Você disse que ele sempre queria dançarinas morenas? Ele exigia sempre essa característica na moça que dançaria para ele?  - perguntou a detetive anotando em seu caderno.
-Sim... Era a única exigência dele. Morena e de cabelos compridos. – disse Bruno.
-Peraí... Peraí... Morenas? – Disse Alê se levantando.
-Alê o que foi? Você nos assustou. - disse Tom com um ponto de interrogação enorme no rosto.
-Bruno, você tem certeza que aquelas duas moças voltaram para o seu país?
-Que duas moças, Alê? Do que você esta falando? – perguntou Bruno sem entender nada do que a DJ falava.
-Meu Deus, lembra daquelas duas morenas que dançavam na boate e de um dia para o outro deixou um bilhete dizendo que tinham voltado para o seu país? Foi o ano passado. Como elas se chamavam? Minha cabeça essa hora da madrugada não funciona mais...
-Alê, eu me lembro. Eu lembro sim era a Flavia e a Rubia elas enviaram um cartão de agradecimento por tudo o que eu fiz para elas e não apareceram mais. Um foi em janeiro e a outra foi em Outubro ou novembro. Mas o que elas tem a ver com tudo isso?
-Elas dançaram para o Senhor Montez? - perguntou Bill.
-Sim, mas se recusaram ir à segunda vez porque ele... Meu Deus... Meu Deus... Será que ele as... Meu Deus! – Bruno não acreditava naquilo que Alê estava querendo dizer.
-As duas mandaram cartão de agradecimento pelo correio? - perguntou Karine.
-Sim! – Bruno estava indignado com a possível descoberta. -Os dois cartões chegaram pelo correio.
-E você nunca achou estranho? - perguntou Bill.
-Não, algumas moças não agüentam a distancia da família e não ficam por muito tempo. Nunca achei estranho. Não foram as únicas, perdi mais de 10 moças em menos de dois anos.
-E você tem os cartões ainda guardados com você? – a detetive pergunta. – Você pode me entregá-los?
-Sim vou procurar no meu escritório e te dou.
- Bom gente acho que estamos diante de um assassino em série e muito perigoso. Temos que tomar muito cuidado e sermos os mais discretos possíveis. Bruno providencie tudo o que tiver relação com esse louco e me entregue. Eu estou indo embora amanha de manha vou visitar Jasmine na cadeia.
-Eu vou junto! – Diz Bill.

Tom apenas olhou para o advogado e não disse nada. Todos foram embora e Bill mais uma noite foi dormir na casa de Tom. Alê o acompanhou também para ajudar a cuidar do irmão de seu namorado. Chegando na casa de Tom Bill foi tomar banho e Alê conversou baixo com Tom.

-E agora como vamos impedi-lo de ver Jasmine?
-Só tem um jeito. Sei que vai doer mais em mim fazer isso, mas tenho que fazê-lo!

Tom ligou para o Doutor Korn e depois pediu que Alê fizesse um chá para o irmão. Ao sair do banho Bill se sentou na cama e ficou pensativo. Tom queria cortar os pulsos ao ver o irmão mais novo naquela tristeza. Ofereceu-lhe o chá e depois colocou o irmão para dormir. Deu lhe um beijo na testa e não conseguiu conter a lágrima que pingou na face do irmão mais novo que já dormia. Alê vendo a situação de Tom abraçou-lhe por trás e lhe disse:

-Vamos para o quarto ele vai dormir por 24 horas. Deixe-o descansar venha agora eu vou tomar conta de você. 

Tomaram um banho de banheira Alê fez uma massagem em Tom que não resistiu deitou sobre a Dj. O sexo não durou muito, mas foi relaxante e desestressante para ambos. Dormiram abraçados.
Tom no outro dia foi para a reunião com os franceses e deixou Georg tomando conta de seu irmão. Alê foi à penitenciária visitar Jasmine com o advogado.

-Ela não pode entrar. Só o advogado! – disse um guarda baixo e careca com cara de estriga.
-Mas ela é minha assistente.
-Cadê a carteira de advogada da sua assistente. Quero ver!

Alê olhou para aquele idiota, fechou o punho e logo após fechou os olhos... 


Postado por: Alessandra


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog