segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nós Dois (Continuação) - Capítulo 27



Fiquei esperando ele me ligar durante a semana. Na faculdade, não vi Mike durante esses dias. Acho que agora sim ele preferia se esconder, pelo menos até a poeira baixar. O que eu sei que não mudaria muita coisa caso Tom encontrasse com ele novamente.
Quando chegou na Sexta eu comecei a me preocupar, ele ainda não havia me ligado, e a viagem para o Brasil era no Domingo. Passei o dia na faculdade sem conseguir me concentrar em absolutamente nada.
Quando eu saia da faculdade e me dirigia para o banco para esperar Monica, senti meu celular vibrar na bolsa. O peguei correndo quase deixando tudo que havia dentro cair. Era ele finalmente ligando.

Mila: Alo
- Mila.
Mila: Fala.
- Eu... não sei se vou poder te ver antes de viajar. - Meu coração deu um pulo batendo forte, me deixando sem ar.
Mila: Por que?
- Eu to em Nova York, tive de vir pra cá ontem com o David pra resolver algumas coisas, que são de contratos do Bill.
Ele falava com a voz baixo e claramente chateado.
Mila: Por que o Bill não foi?
- Porque ele estava gripado, quase perdeu a voz, e ele não pode viajar pra Nova York com o frio que está lá.
Mila: Por que não me avisou antes?
- Porque eu estava ocupado por causa da turnê, e eu não podia sair daqui, se eu ligasse, iria acabar indo até ai, e no momento seria impossível.
Eu respirei fundo ao telefone profundamente triste por não poder ve lô até a viagem ao Brasil.
- Aonde você está?
Mila: To na faculdade esperando a Monica sair.
- Não vai a pé pra casa, pega um ônibus ou um taxi.
Mila: Ok.
Ele ficou em silencio novamente, respirou fundo como se ainda pensasse em como resolver o problema.
- Eu... estou sentindo a sua falta... de uma maneira insuportavel. - Eu sorri quase chorando ao telefone.
Mila: Eu tambem.
Monica apareceu na porta e logo me viu, olhei para la sorrindo e ela logo percebeu com quem eu falava. Depois de uma pequena pausa, somente respirando ao telefone ele se despediu.
- Eu já vou, se cuida garota.
Mila: Uhum, beijo.
- Beijo, tchau.

Ao desligar o telefone meu coração ainda batia forte, mas agora muito mais agoniado e apertado, querendo saltar do meu peito. Eu jamais imaginei que isso aconteceria quando nós perdessemos o medo de estarmos juntos. Agora, o que parecia sufocar, era totalmente o contrario, o que acontecia agora era o medo de não estarmos sempre juntos.

Eu não me surpreendi quando ele me ligou dizendo que não poderia me encontrar até a viagem. Eu resistia em acreditar que estava me comportando como uma namorada grudenta, me entristecendo cada vez que ele dizia que estava ocupado com algo. Eu ficava triste, mas me lembrava de quando ele disse o que pensava sobre o status de "namorados" trazia para um casal, isso eu tambem não queria de forma alguma.
Eu até preferia que ele não me ligasse tanto, aumentando a expectativa para quando nos encontrássemos, ele sempre fazia dessa forma. Quando ligava, mostrava claramente o quanto sentia a minha falta, por isso estava ligando.

Passei essa ultima semana até o dia da sua volta da turnê pela América Latina sufocando, quando me deitava a noite pensando em cada passo seu. O Aniversário de Monica estava chegando e nós ainda combinávamos o que fazer. Provavelmente seria perto da volta do Tom, mas não sei em que dia exatamente de sua volta.

Parei de pensar um pouco na volta dele me concentrando em assuntos da faculdade. Monica chegou no nosso apartamento no dia do seu aniversário pulando de felicidade porque havia conseguido reservar lugares em uma area vip de um club muito legal em Beverly Hills.
Ela me puxou do sofá me sacudindo os braços tentando me animar.

Monica: A gente vai, a gente vai. A GENTE VAAAAAAAAAAAI.

Eu realmente fiquei animada depois disso, e não me importava em sair para me divertir em uma data tão especial, o aniversário da minha melhor amiga, aquela que sempre esteve ao meu lado, sem se importar com nenhuma problema que eu carregava e a obrigava a carregar tambem.
Era noite do dia 3 de Dezembro. Peguei em meu armário um vestido que eu usei poucas vezes, era decotado com pequenas mangas fofas, cobrindo somente meus ombros. Mas em meu corpo era justo até o meio de minhas coxas. Alisei meu cabelo, o deixando mais liso do que já era geralmente, e coloquei o scarpin altíssimo que Monica me emprestou.
Nós duas já estávamos prontas quando escutei meu celular tocar na sala.

- Estou aqui na porta do seu prédio.

Eu sorri quase explodindo de felicidade e respondi apenas com um "Ok", não querendo esperar mais nenhuma segundo para ter aqueles olhos em cima de mim novamente. Larguei o celular no sofá e sai correndo pela porta. Monica gritou da cozinha perguntando para onde eu estava indo, mas não dei ouvidos.
Desci as poucas escadas mesmo, com meus sapatos nas mãos.
Quando cheguei na porta não me preocupei em colocar os sapatos e parecer menos entusiasmada. O avistei dentro do Audi olhando para frente, mas logo ele me viu tambem, e seu enorme sorriso pareceu, tão feliz ao me ver, que me deixou ainda mais entusiamada.
Corri até o Audi me preocupando com o vestido justo que levantava conforme eu corria. Abri a porta correndo me jogando em seu colo o deixando completamente sem ação.

Tom: Não era o que eu esperava, mas adorei a recep...
Eu o calei lhe beijando da forma mais intensa que pude, satisfazendo toda a vontade que tive de beija lo loucamente durante os dias que ele ficou fora. Ele me segurou pelo traseiro me apertado forte contra seu peito, com suas mãos eu percebia que ele havia notado meu vestido diferente, que ele tateava com as mãos tentando identificar como era.

Quando finalmente paramos de nos beijar, ele olhou para minha boca notando meu batom vermelho. Seus olhos brilhavam de uma forma unica, e eu não tive medo que ele notasse o quanto eu estava feliz tambem.
Tom: Você ta usando batom vermelho?
Mila: Tava, né?
Tom: Hahaha, ainda tá, todo borrado mas tá.
Mila: E eu te sujei inteiro. - Passei as mão em sua boca tentando tirar um pouco do batom.
Tom: Hum, droga.
Mila: Pronto, limpei.
Tom: Por que ta toda arrumada, vi aonde? - Falou olhando para o meu vestido e os sapatos que eu havia jogado no banco ao lado.
Mila: É aniversário da Monica, nós vamos a um club que ela conseguiu vip.
Tom: Tá de sacanagem, e a gente? Eu acabei de chegar do México, queria ficar com você...
Mila: Vem com a gente.
Tom: Pro club?
Mila: Sim.
Tom: Não, não. Eu quero ficar sozinho com você, não quero ir pra festa.
Mila: Mas eu não posso deixar de ir no aniversário da Monica.
Ele afundou seu rosto no meu decote beijando meu seio, fiquei em silêncio sentindo que aos poucos seu beijos em meu decote o despertava. Já havíamos nos esquecido do que falávamos e voltamos a nos beijar intensificando o amasso.
Tom: Você tá tão...tão gostosa com esse vestido.
Sua mão foi lentamente tentando abaixar a alça de meu vestido mas eu mesmo louca para deixar que ele o fizesse e continuasse a me despir, tive de parar.
Mila: Não, não, eu não posso agora. Eu e Monica já íamos sair.
Ele continuou a beijar meu pescoço me provocando tentando me fazer mudar de ideia.
Tom: Eu não vou dançar.
Mila: Não quero que você dance, apenas que vá comigo, ou então volte pra casa.
Tom: Não, não, eu vou, eu vou. Só vão vocês duas?
Mila: Mais 3 amigos.
Tom: Quem?
Mila: Da faculdade, não conhecem você.
Tom: Vai algum homem?
Mila: Caramba, um amigo e duas amigas, e ele é gay. E preciso colocar meu sapato, ela tá me esperando.
Me sentei no banco ao seu lado calçando o sapato e arrumando o vestido. Ele se movimentou retirando alguma coisa do bolso, segurou na minha frente algo que parecia ser um cartão ou bilhete. Eu ainda distraída tentando me arrumar, olhei para o que ele segurava, com ele me olhando esperando minha reação
Mila: O que é isso?
Tom: Sua passagem para Alemanha.
Eu passei meus olhos do bilhete para ele não entendo o que isso significava.
Mila: Não entendi.
Tom: É sua passagem pra viajar comigo nas férias do final do ano.
Eu arregalei os olhos tentando entender o que isso significava, e como ele era rápido em pensar nas coisas. Sim, eu estaria de férias agora no final do ano mas jamais pensei que poderia voltar a Alemanha tão cedo, muito menos em uma viagem junto dele.
Mila: Você só pode estar brincando?
Tom: Depois que eu voltar do Japão, eu e Bill vamos para a Alemanha para passar o feriado de Natal, e eu quero que você venha comigo.
Eu engoli seco totalmente sem palavras para responder ou dizer algo para o homem que me olhava esperando uma reação entusiasmada, mas nem me mexer direito eu conseguia.
Mila: Quando você teve essa ideia maluca?
Tom: Gostou, não gostou?
Eu só consegui agarra lo pelo pescoço e lhe beijar inteiro feito um filhotinho. Seu sorriso ao me ver feliz era radiante.
Tom: Eu não falei que até minha viagem para o Japão arrumaria mais alguma coisa para você me encher de beijos.
Mila: Você não precisa inventar nada pra isso.
Ele me beijou deixando aquele momento durar mais um pouco, acariciando meu rosto. Eu me sentia tão feliz por tudo que ele agora não tinha mais medo de demonstrar, e que estava feliz por poder fazer sem medo.
Tom: Ta feliz?
Mila: Muito.
Tom: Então fica comigo.
Mila: Haaa, não nós vamos para o aniversário da Monica. - Ele fez cara feia feito uma criança.
Tom: Caramba, eu não via a hora de poder voltar e ficar com você, e você quer me arrastar pra um club?
Mila: Você já entendeu, mas ta fingindo que não.
Ele não falou mais nada porque sabia que não me faria mudar de ideia, ele teria sim de vir comigo se quisesse passar pelo menos a noite comigo. Depois do club podíamos fazer e ir para onde quiséssemos.

Monica desceu logo em seguida e ao saber que Tom iria junto ela ficou animada, me jogando sorrisos e olhares que me faziam ficar ainda mais envergonhada. Fui com Tom em seu carro para lhe mostrar onde era o club. Ao sair do carro eu sentia seu olhar o tempo todo em mim, pela forma como eu estava vestida, que eu sabia que ele amava.
Quando entramos as meninas já estavam no bar, eu lhe dei um Oi a distancia e Monica apontou para a mesa onde eles tinha reserva. Fui andando na frente dele, que segurava em minha cintura todo tempo. A mesa era em um local bem discreto com um sofá oval de veludo roxo que dava vista para a pista de dança.
Tom se sentou ainda me segurando pela cintura e me sentou em seu colo. Passei o braço em volta de seu pescoço e ele voltou a me olhar esperando um beijo.
Mila: Haha, você anda correndo riscos demais. Quer mesmo me beijar em um lugar cheio?
Tom: Acha que eu vou passar a noite aqui sem te beijar?
Mila: Você precisa tanto disso? - Falávamos olhando nos olhos um do outro.
Tom: Muito, e um pouco mais.
As meninas apareceram trazendo garrafas de cerveja para nós. Tom pegou agradecendo e depois de dar um longo gole, sorriu para as outras meninas as comprimentando. Monica apresentou, Leticia, Sarah e Johnny para ele.
Depois que eles se afastaram, preferindo curtir a pista de dança, Tom aproximou lentamente seu rosto do meu me encarando, seu olhar provocador me chamava para um beijo, então sua boca tocou suavemente meus lábios, sua respiração falhando e sua língua brincando com minha boca fazia parecer que estávamos sozinhos ali, apesar da musica alta não prestávamos atenção nisso.
Mila: Sentiu saudades?
Tom: Do seu cheiro, da sua pele macia, do toque das suas mãos, do cheiro do seu cabelo.
Eu sorri ao sentir cocegas que sua boca provocava em meu ouvido.
Era difícil de imaginar algum tempo atrás que eu estaria agora com ele, sendo sua única necessidade, sendo sua garota.
Conversamos pouco, a musica alta só nos dava permissão de nos olharmos e nos beijarmos.
Durante a noite toda eu quase não sai de seu colo. Monica e nossos amigos ficaram conosco por alguns instantes, bebemos e conversamos e ele pareceu a vontade, todo tempo, como eu nunca tinha visto.

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