segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nós Dois (Continuação) - Capítulo 26



Quando cheguei em casa, corri para o quarto para tomar banho e me vestir o mais depressa possivel. Deixei Monica dormindo enquanto isso. Depois que sai, fui até sua cama tentar acorda la.
Mila: Monica, Monica. Eu já cheguei, acorda.
Monica: Huuuuum, por queeeee?
Mila: Eu preciso te contar uma coisa.
Monica decobriu a cabeça e me olhou com os olhos quase fechados. Me sentei ao lado dela e comecei a falar.
Mila: Aconteceu uma coisa ontem, que eu jamais achei que poderia acontecer.
Monica: Você ta gravida?
Mila: Que mané to gravida, Monica. Não é isso. Só sei que agora eu to morrendo de medo que algo muito ruim possa acontecer.
Monica: Espera ai, você ta me deixando nervosa.

Ela se sentou na cama realmente preocupada com o que havia acontecido, e eu mais ainda, porque só agora que não estava mais com o Tom, é que pensava com clareza no que havia acontecido, morrendo de medo da forma que ele reagiria quando estivesse de frente para Mike.
Contei tudo a Monica, que não acreditou que Mike havia sido capaz de fazer tamanha covardia, e ela se preocupou tanto quanto eu já estava.

Monica: Mila, ele te deu um tapa? Meu Deus. Que idiota ridículo. Mila, isso é absurdo.
Mila: O mais agravante, foi o Tom me ligar na hora que eu estava chorando sem parar, ele veio correndo até onde eu estava desesperado.
Monica: Oh Deus. Parece que ele sabia.
Mila: Claro, e...se ele não tivesse me ligado naquela hora, é obvio que eu não poderia contar isso a ele, não tudo que Mike fez, porque eu sei o que ele quer fazer.
Monica: Se você não contasse, ele iria descobrir de qualquer forma, você sabe. E ele ta aonde agora?
Mila: Deixei ele no hotel, sai e deixei ele dormindo.
Monica: Vocês passaram a noite no Liebe foi?
Mila: Haaaam, mais ou menos, a gente discutiu tambem, porque acabei contando sobre voltar pra Alemanha.
Monica: Huum merda. E o que ele achou disso?
Mila: Ele ficou bravo comigo. E...eu não achei que ele reagiria dessa forma, discutiu comigo me dando milhares de motivos para ficar. O único suficiente, pra mim, é ele, mas ele acha que eu não estou pensando nisso.
Monica: Mas é claro, você tomou a decisão de ir embora tão depressa, não pensou em nada nem ninguem.
Mila: Eu sei, é que, eu ainda me sinto mau por fazer minha tia acabar com o dinheiro que ela tem no banco pra pagar meus estudos.
Monica: Esquece isso. O que o Mike fez tambem é muito grave, Mila. Ele merece apanhar, se ao menos estivesse bêbado ou algo do tipo até seria uma justificação, meio torta, mas seria. Mas ele estava sóbrio, ele te atacou, te bateu de cara limpa. Se o Tom for bater nele, eu quero ver.
Mila: Ai Monica, para de falar isso que eu já estou nervosa o suficiente.

Me arrumei enquanto conversava com Monica e logo sai para a faculdade. Durante todo tempo fiquei com a cabeça em Tom, pensando em como ele reagiu ao acordar e ver meu bilhete, se ainda estava com raiva de mim, se me ligaria hoje ou não.
Monica: Quer que eu vá mais cedo contigo pra faculdade?
Mila: Não, não, dorme, não precisa eu estou bem.
Monica: E se você cruzar com o Mike, Mila.
Mila: Ele não está lá essa hora, e ele estuda no outro prédio.
Monica: Tudo bem, te vejo mais tarde.

Eu fui para faculdade apressada, olhando de cinco em cinco minutos o visor de celular que eu levava na mão para ver se ele me ligava ou mandava alguma mensagem. Não me preocupava o que ele poderia fazer com o Mike, o que me preocupava era o problema que isso causaria para o Tom.
Durante o dia não vi nem sombra do Mike, e não sei como reagiria se por acaso me encontrasse com ele hoje, ainda sendo tão recente o que aconteceu.

Foi a primeira coisa que Monica me perguntou quando nos encontramos a tarde, se eu já tinha visto Mike por aqui. E não, durante todo o dia eu não o vi, nem na hora da saída. Talvez ele tivesse realmente querendo evitar se encontrar comigo depois do que fez, acho que faltou a aula.
Hoje foi Monica quem ficou até depois da aula e eu pude vir embora mais cedo. Como ainda era cedo, vim andando até o apartamento.
Quando eu abria o portão escutei alguem me chamar, me virei para olhar, e Mike estava parado alguns metros, mas não foi isso que me assustou, Tom vinha logo atrás, e rapidamente tudo ficava bem claro na minha cabeça. Mike havia me seguido depois que sai da aula, e Tom havia seguido Mike, desde a faculdade tambem. Eu me assustei ao pensar no que viria logo a seguir. Quando Tom se aproximou de Mike, ele nem ao menos deixou que Mike olhasse em seu rosto, lhe socou a cara o derrubando no chão. E Mike mesmo sem saber quem era, tentou se defender, mas parecia que o ódio de Tom deixava sua força sem limites. Eu ainda não conseguia falar, estava em choque com a forma que Tom esmurava Mike caído no chão. Segundos depois consegui intervir.

Mila: TOM, NÃO FAZ ISSO. PARA, PARA.
Tentei segurar em seu braço mas ele me afastou, não me machucando mas me fazendo quase cair no chão. Mike tentava bater em Tom, retribuir os socos que já o fazia sangrar muito.
Tom: VOCÊ ESTAVA SEGUINDO ELA? É ISSO SEU FILHO DA PUTA?
Mike: ME SOLTA, EU SÓ VIM ME DESCULPAR.
Tom: ENGOLE SUAS DESCULPAS SEU MERDA.

Tom segurava Mike pela blusa,decidido a acabar com ele se fosse necessário.
Eu sabia que algumas pessoas, poucas que passavam pela rua, já olhavam assustadas, mas eu não conseguia prestar atenção nisso. Comecei a chorar por causa do meu estado de nervosismo, segurei Tom pela cintura o puxando de cima de Mike, que estava muito machucado, muito.

Mila: PARA, VOCÊ VAI MATAR ELE, PARA TOM.
Tom: EU VOU ACABAR COM ESSE FILHO DA PUTA.
Mila: Chega, Tom, CHEGA.
Tom: Encosta nela e eu te mato, VOCÊ ESCUTOU?
Eu ainda segurava Tom pela cintura, ele ofegando muito e cansado pela luta, que nem ao menos havia lhe provocado um arranhão. Mike continuou jogado no chão gemendo com as mãos no rosto e cuspindo muito sangue.
Arrastei Tom para dentro do prédio antes que a policia aparacesse e tudo ficasse ainda pior. Eu subi pelas escadas desnorteada, com Tom atrás de mim, com sua respiração acelerada e ainda fora de si.
Agora de assustada eu passava ao estado de irritada por ele se comportar de uma maneira tão selvagem e correr um risco desses.
Entrei pela porta indo em direção a cozinha sem olhar para ele que entrou bufando e sacudindo a mão que parecia estar machucada. Peguei gelo e enrolei em uma toalha. Ele se sentou no sofá ainda sem falar nada e quando me aproximei com o pano de seu rosto ele tomou de minha mão, não me deixando chegar perto.

Mila: Por que ta fazendo isso?
Tom: Filho da puta, é um merda mesmo.
Ele falou me ignorando olhando para frente e mordendo o lábio ainda muito nervoso.
Mila: E você um completo sem noção. Meu Deus Tom, se ele vai na policia prestar queixa, você ta ferrado.
Me levantei do sofá ficando de pé, indo para o outro lado da mesa de centro de frente para ele.
Tom: Ele não vai dar queixa nenhuma ou..
Mila: Ou você vai arrebentar ele de novo?
Tom: Ta de sacanagem comigo? Acho que eu não deveria ter batido nele?
Mila: Para o seu bem não.
Tom: Haha, eu to me lixando pra isso, se ele não tivesse o que merce continuaria perseguindo você como fez hoje.
Mila: Ele disse que queria pedir desculpas.
Tom: PORRA Mila, você estava sozinha, e se ele subisse atrás de você, te arrastasse pro apartamento e tentasse terminar o que não conseguiu ontem? Ou era isso que você queria?
Mila: Deixa de ser ridículo.
Tom: Você que está sendo ridícula, devia ficar quieta em vez de ficar se preocupando com aquele babaca.
Mila: Eu não estou me preocupando com ele, merda, estou me preocupando com você.
Ele me encarou em silencio, eu parei de falar engolindo minha saliva tentando recuperar o folego depois de falar sem conseguir parar. Ele abaixou a cabeça olhando para sua mão que ainda mantia enrolada no pano com gelo.
Tom: Eu vou embora.

Ele falou se levantado do sofá. Me espantei com essa iniciativa dele, e apesar de não entender o porque dele estar chateado comigo agora, eu sabia que ele ainda tinha motivos para agir friamente comigo.
Mila: Não, por que?
Eu o empurrei o fazendo se sentar novamente no sofá, me sentei em seu colo de frente para ele, mas suas mãos não tocaram o meu corpo, ele olhava para para todos os lados, menos para mim, mas quando aproximei minha boca da dele e entrelacei meus braços em seu pescoço seu olhar percorreu meus lábios.
Mila: Para com isso, para de agir assim comigo.
Rocei meu rosto no seu, beijei seu pescoço gemendo baixo perto do seu ouvido, foi quando suas mãos tocaram minha cintura, e eu senti que primeiramente com a intenção de me afastar, mas depois ele me apertou e sua respiração acelerou.
Tom: Mi...Mila, para com com isso. - Falou ainda demosntrando estara chateado.

Eu o ignorei e colei ainda mais meu corpo no seu, esfregando minha cintura na sua. Ele me segurou mais forte pela cintura impulsionando meu corpo para frente. Logo estávamos excitados com esfrega e um beijo foi inevitável. Ele não resistia mais, e me beijava apaixonadamente, com sua mão me segurando pelo pescoço e a outra meu quadril, que ele apertava esfregando nossas cinturas.

Suas mãos passaram para as minhas costas, me acariciando por debaixo da blusa. E sem pensar em mais nada somente nos beijamos fazendo o nossos corpos pedirem mais. Ele passou sua mão para frente da minha blusa tentando apertar meu seio enquanto me beijava. Seus beijos foram passando da minha boca para o meu pescoço sem que ele parasse para respirar.
Eu o empurrei o encostando no sofá, e agora eu o beijava, sua boca, queixo, pescoço, e ele extasiado gemia baixo sussurrando querer mais.

Tom: Você ainda vai acabar comigo.
Mila: Eu fico, eu fico aqui enquanto você quiser que eu fique.
Falei enquanto nos beijamos, ele abriu os olhos ainda me beijando e eu tambem o fiz. Ele estava feliz e surpreso por eu comunicar tão de repente o que nunca foi uma duvida na verdade, ficar somente por ele.
Mila: Diz que precisa de mi...
Tom: Eu preciso de você.

Eu sorri e ele não disse mais nada, voltamos a nos beijar da forma louca que já nos beijamos, gemendo.
Quando ele passou suas mãos para o botão da minha calça tentando abri la, escutamos o barulho de chaves abrindo a porta, dei um pulo do colo do Tom me sentando no sofá, fechei minha calça rapidamente e Tom ajeitou a dele. Monica entrou distraída sem nos ver no sofá. Eu olhei para Tom que sorria balançando a cabeça olhando para a calça que ele ajeitava, não acreditando que já era a decima vez que Monica aparecia quando estávamos nessas situações.

Monica: Ai meu Deus, não sabia..não vi vocês, ai desculpa, eu cheguei na hora errada.
Tom: Nãããão, você nunca chega na hora errada.
Tom olhou pra mim sorrindo. Eu me levantei do sofá e ao passar por Tom sentado quase tropecei de nervoso em seu pé.
Mila: Não, não, a gente só estava conversando.
Tom: Eu já vou.
Ele cruzou seu olhar com o meu me chamando até a porta. Olhei para Monica e ela logo percebeu que algo a mais tinha acontecido, na verdade não sei como ela não achou Mike desmaiado na entrada do prédio. Mas isso me deixava aliviada, se não estava mais lá, é porque pode se levantar sozinho e ir embora.
Monica: Tudo bem, tudo bem, eu já sei que sempre atrapalho.
Tom: Haha, relaxa Monica.
Ele foi até Monica e se despediu lhe dando um beijo na bochecha. Ela sorriu pra mim envergonhada.
Tom: Tchau Monica.
Monica: Tchau...Tom.
Quando eu abri a porta ele saiu me puxando pela mão, quando a fechei ele me colocou contra a parede me beijando.
Mila: Não, não, não começa, no corredor nem pensar.
Ele me amassou contra a parede fingindo desmaiar.
Mila: Tom, para, para com isso, você é pesado. - Falei tentando não rir.
Tom: Fala pra Monica arrumar um namorado, por favor.
Mila: Haha, ela estava saindo com um amigo do Mi..ham, esquece. - Ele se afastou me olhando .
Tom: Com um amigo do Mike? Fala pra ela tomar cuidado. E eu não quero...
Mila: Hey hey, esquece isso. E por favor não faz mais besteira, esquece o Mike.
Ele mantia suas mãos na minha cintura me presionando contra a sua enquanto eu falava e tentava afastar meu corpo para falar olhando para o seu rosto.
Tom: Mila, Domingo eu estou indo para o Brasil e me preocupa o que esse cara pode tentar fazer.
Mila: Tom, ele não é um psicopata, não vai vir atrás de mim de novo, não depois do que você fez.
Tom: Como não? Ele te seguiu hoje. O filho da puta estava te esperando sair do faculdade e veio atrás de você.
Mila: E você estava me vigiando.
Tom: Claro.
Mila: Haha, claro, você é incrível.
Tom: Claro que sou, o que podia ter acontecido se eu não tivesse na porta da faculdade?
Mila: Você saiu do hotel, e foi direto pra porta da minha faculdade..
Tom: Pegar o filho da puta. - Falou me interompendo
Olhei para ele não conseguindo segurar o riso.
Mila: Ok, chega, esquece isso, esquece o Mike.
Fiquei em silencio esperando uma reação dele, ele olhou para o meu decote ainda pensativo.
Mila: Você vai ficar martelando isso todo tempo não é?
Tom: Vou.
Eu toquei seu rosto o fazendo olhar para mim, ele se aproximou colando seu rosto ao meu e beijando meu pescoço.
Tom: Quando foi que decidiu ficar? - Ele falou ao meu ouvido.
Mila: Eu não decidi, eu amo você, não tenho outra opção a não ser ficar.
Tom: Que você me ama eu já sabia, mas que isso era o suficiente pra te fazer parar de ser orgulhosa e cabeça dura é novo pra mim, e eu gosto disso.
Mila: Hahaha.
Ele me olhou sorrindo, daquela forma convencida com seus olhos apertados e brilhando.
Tom: Me beija. - Falou aproximando sua boca da minha.
Mila: Não, não, eu sei o que você quer, vai embora.
Ele me puxou com força contra seu corpo, me apertando por trás.
Mila: Heey, que isso?
Tom: A gente pode dar uma rapidinho aqui.
Mila: Não, a gente NÃO pode não.
Eu tentei empurra lo mas suas mãos me tocavam nos lugares certos para me enlouquecer.
Tom: É isso mesmo? Vai querer me deixar na mão?
Mila: Ham? Deixa de ser ridículo, a gente passou a noite juntos.
Tom: E isso quer dizer que eu não posso transar com você hoje?
Mila: Isso quer dizer que...para de ser tarado Tom, meu Deus.
Tom: Não me convenceu.
Mila: Tom, sério, não.
Ele ainda me beijava roçando seu rosto na pele do meu pescoço e me apertando o traseiro.
Tom: Porque? Você não quer?
Mila: Não é questão de querer é de poder. Sério, vai, vai antes que apareça alguem.

Ele se afastou de mim me olhando ainda, passando seu olhar por todo o meu corpo. Mas a necessidade parecia maior do que tudo, quando eu deveria deixar que ele se afastasse eu o puxei novamente, somente para abraça lo. Ele me apertou forte respirando no meu pescoço me levantando do chão.

Tom: Quer mesmo que eu vá?
Mila: Não, não. - Ele riu.

Ficamos em silencio por alguns segundos, apenas abraçados. Era uma mistura louca de sentimentos que surgia de repente, uma vontade louca de chorar porque ele iria daqui alguns segundos descer pelo elevador e ir embora, vontade apenas de ficar assim para sempre abraçado, vontade de beija lo todo tempo, ou de somente olhar nos olhos dele por horas.
E seu abraço parecia demonstrar o mesmo, ele não desapertava seus braços em volta da minha cintura.

Começamos a nos soltar aos poucos, ao mesmo tempo, ele se afastou me olhando novamente.
Tom: Eu te procuro antes de viajar.
Mila: Tá.

Ele me beijou novamente, tentando não me tocar para talvez não ter de começar tudo de novo. Segurei em sua mão que ele mantia no ar perto da minha cintura e apertei entrelaçando meus dedos, ele apertou tambem mas logo a soltou indo embora.
Eu só podia estar louca, como era possível me apaixonar tanto a cada segundo. Estar com ele depois que havíamos assumido essa relação, tornava tudo ainda mais intenso, se é que isso era possível.

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