segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nós Dois (Continuação) - Capítulo 23



Peguei minha bolsa do chão e corri pela calçada sem saber para onde rir, não havia nada aberto, somente prédios e becos que pareciam desertos. Quando me afastei o bastante de seu carro, entrei em um beco e me encostando na parede desatei a chorar desesperada e tremendo.
Eu ainda engolia o choro engasgando, quando dei um pulo de susto por causa do telefone tocando, atendi de qualquer maneira sem pensar em quem poderia ser.

Mila: Alô. - Falei chorando muito ainda.
- Mila? O que aconteceu? Porque ta chorando?
Era Tom do outro lado da linha, e apesar de saber o tamanho da encrenca que isso daria, eu não me importei em conter o choro, porque nem isso eu conseguia.
Mila: Euuu, não, não aconteceu nada, não me liga.

Eu desliguei o telefone sem deixa lo responder. Mas obviamente ele ligou novamente, e depois de tocar pela quinta vez eu resolvi atender.

- NÃO DESLIGA ESSA MERDA DE TELEFONE. O que aconteceu? Aonde você está?
Mila: Eu não sei onde eu estou. Eu estava perto da faculdade.
- Como você foi para onde você está? E porque esta chorando?
Mila: Eu vou tentar ir pra casa.
- Mila, ME DIZ QUE EU VOU ATÉ AI, AGORA.
Mila: É perto da minha faculdade, é uma rua deserta, sem casas.
- To indo pra ai.

Ele desligou o telefone me deixando mais calma, mas eu havia o deixado muito nervoso, e quando ele chegasse eu estaria em uma encrenca maior do eu já estava. Mas eu só conseguia pensar que Mike poderia ter conseguido o que queria, ai sim seria mil vezes pior.
Acho que esperei por 30 minutos, ele não fazia ideia de onde eu estava e devia estar rodando com o carro pelas ruas próximas a minha faculdade.

Quando do beco, vi um farol alto se aproximar, sai para olhar, era o Audi vindo longe, no inicio da rua, eu fui até a calçada deixando que ele me vesse. Ele acelerou com o carro e veio em alta velocidade até mim, eu cheguei a me afastar com medo que ele subisse com o carro na calçada.
Ele freou o carro fazendo um enorme barulho e saiu bateando a porta, enquanto andava apressado até mim, ele me olhou de cima abaixo com os olhos arregalados, eu nunca o havia visto tão preocupado dessa forma. Me senti uma criança depois de ter feito algo muito grave.

Tom: Você está maluca? O que ta fazendo aqui?
Ele parou na minha frente olhando para o meu rosto inchado. Eu comecei a chorar novamente com a pergunta dele e o abracei.
Mila: Desculpa.
Ele me segurou pelos braços me afastando dele.
Tom: O que aconteceu Mila? Fala logo.
Mila: Eu estava com o Mike.
Sua expressão mudou completamente, ele me olhou incrédulo, depois seus olhos passaram para minha blusa que eu tentava fechar.

Tom: O que você estava fazendo com ele? Eu abaixei a cabeça chorando. - FALA, PORRA.
Mila: Ele me deu carona, foi isso, eu sai tarde da faculdade.
Tom: E como isso foi acontecer? Podia ter me ligado e eu pegava você.
Mila: Eu não pensei..
Tom: O que ele fez com você? O que foi que ele fez?
Mila: No caminho ele começou a falar de nós dois, ele já sabia que eu estava namo...estava..que eu estava com você e disse que queria ficar uma ultima vez comigo. Depois ele me beijou a força, e tentou me forçar a transar com ele.

Tom mordeu os lábios furioso ao ouvir o que eu contava, ainda muito nervosa, e comigo mais ainda. Eu estava assustada e ainda tremendo, mas mesmo sabendo o quanto de ódio que ele estava de mim agora, ele ter feito o que fez, vindo ate mim, me confortava. Era tudo que me acalmava agora.

Tom: Cade esse filho da puta? Onde ele mora?
Mila: Tom calma, você não precisa ir atrás dele.
Tom: O QUE? E você, por que é tão idiota? Por que entrou na porcaria do carro com ele?
Ele se afastou um pouco mais de mim me fazendo ir para frente tambem, a luz fraca do poste iluminou meu rosto, então ele conseguiu ver que Mike não havia somente tentando me estuprar.
Tom: O que isso no teu rosto? O QUE É ISSO? Ele bateu em você?
Ele puxou meu rosto para olhar melhor.
Tom: Mila, me responde. Por que seu rosto está roxo?
Eu fiquei em silêncio com ele me encarando esperando que eu dissesse. Mas ele já sabia.
Tom: Haaaaaaa, eu vou acabar com raça dele.
Ele andou de um lado para o outro irritado esmurando a palma da mão. Eu olhava para ele tentando pensar em algo para acalma lo, mas acho que qualquer coisa que eu falasse só pioraria.

Tom: Por que? Entrou na merda do carro dele? Você sabia que ele faria alguma coisa. Merda, Mila, ele te beijou em todas as vezes que esteve com você. Você não é idiota.
Mila: Eu sei ta bom, eu sei que foi um erro, tudo foi um erro, eu ter vindo pra cá principalmente foi um erro, eu já devia ter voltado pra Alemanha, eu não sei o que estou fazendo aqui dando trabalho para os outros. É o que eu vou fazer.
Tom: Hey, hey, do que você ta falando? Voltar pra Alemanha por que?
Mila: Porque...porque. - Tentei falar mas me engasgava por causa do choro. - Porque eu não posso mais ficar aqui, minha mãe não pode me manter mais aqui. E eu não vou deixar minha tia pagar para eu ficar por causa de um capricho.
Ele me olhou sério entendo que era dele que eu falava.
Tom: Eu sou um capricho seu?
Mila: Eu não posso ficar, eu não posso deixar isso assim, você não entende.
Tom: Você veio pra cá fugindo de mim e agora vai fazer isso de novo?

Eu andei até o beco e me encostei na parede olhando para baixo, ainda chorando e morrendo por dentro, porque ele se importava, mais do que eu imaginava. Eu achava que eu era mais uma preocupação, só mais uma, mas eu parecia ser a principal para ele, o que só me deixava ainda pior.
Ele veio até mim ficando de frente e me olhando.

Mila: Tom, eu não posso ficar aqui, mesmo que eu trabalhasse em tempo integral eu não poderia ficar, minha tia me sustenta aqui, totalmente, e eu não acho isso justo.
Tom: Mas vocês está estudando.
Mila: Foi uma desculpa, Tom, só uma desculpa pra vir pra cá, era o que pagaria a minha vinda pra cá.
Ele parou a alguns metros com as mãos na cintura e balançando a cabeça.
Tom: Eu não to acreditando nisso.
Quando mordi o lábio senti meu rosto doer, eu coloquei a mão no rosto apertando e voltei a chorar.
Tom: Mila, pelo amor de Deus, para de chorar.
Ele veio até mim e me puxou me abraçando. Eu o abracei sem jeito, mas a maneira protetora que ele me envolveu em seus braços me fez o abraça lo forte tambem, não querendo solta lo nunca mais.
Mila: Me desculpe, mas eu não posso ficar. - Falei enquanto minhas lagrimas caiam.
Tom: Para de falar isso, para, para.
Mila: Não dá, Tom eu....
Tom: Porque você não continua estudando como fazia, esquece isso, fica aqui comigo.
Mila: Mas mesmo que eu fique, minha tia tá se matando pra me manter aqui porque minha mãe não pode pagar minhas despesas.

Ele falava de uma forma agitada tentando encontrar uma solução, gesticulando com as mãos me olhando com desespero nos olhos.
Tom: Se você não conseguir pagar alguma coisa eu pago pra você, se tiver de sair do apartamento você pode ficar comigo e...
Mila: Tom, para, para, olha o que você ta dizendo. Não, você não vai pagar nada pra mim. Não tem outro jeito, não é o que minha tia quer ou que minha mãe quer, é o que eu quero, é o sensato a se fazer, ela junta dinheiro a séculos pra poder se aposentar e ela ta gastando esse dinheiro comigo. Isso só porque eu quis fugir da Alemanha porque era apaixonada por você.
Tom: Você sabe que eu não vou deixar isso acontecer.
Mila: Eu não quero ir.
Tom: Então fica comigo.
Ele me segurou pelo pescoço me beijando com uma paixão que parecia que eu nunca havia sentido. Ele me abraçava forte enquanto me beijava e ao mesmo tempo que mostrava paixão no seu beijo mostrava carinho em seu abraço.
Tom: Fica, fica.
Ele foi se abaixando enquanto me beijava, passando pelo meu peito, minha barriga chegando nas minhas pernas, aquilo que parecia desejo a principio, depois percebi que era uma forma desesperada de pedir para que eu ficasse, ele implorava de joelhos para que eu ficasse.
Mila: Tom, para, para.
Tom: Passa essa noite comigo, vem pra minha casa.
Ele voltou a me beijar, e eu tentando corresponder ao beijo e tentando pensar no que responder. Os beijos já eram o suficiente pra me convencer.
Mila: Não Tom, pra sua casa não, não dá.
Tom: Então vamos pra algum hotel, fica comigo, eu preciso de você.
Eu o agarrei pelo pescoço o beijando da forma mais louca possível, puxando seu corpo contra o meu.
Mila: Tudo bem, me leva embora daqui.

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