sexta-feira, 4 de maio de 2012

Coração de Outono - Capítulo 34 - Reconciliações, decisões, atitudes!

(Contado por: Aiyra)
Antes de chegarmos ao nosso destino final, Bill me contou para onde estávamos indo e questionei se lá poderia ser mesmo um bom lugar para se passar a noite em segurança. Ele afirmou com tranqüilidade que sim. O carro fora estacionado três ruas antes, descemos e seguimos o restante do caminho a pé. Aquele foi um modo estratégico que encontramos para que não descobrissem onde estaríamos. O veiculo parado numa rua qualquer seria como uma pista falsa a quem fosse nos procurar, e assim ganharíamos tempo para pensarmos no que faríamos.
Mesmo estando tarde da noite e não tendo um sinal de vida se quer por onde passávamos, a preocupação nos rondava. Tínhamos medo de que alguém estivesse nos vigiando de longe ou até mesmo nos seguindo discretamente. E eu só fiquei mais relaxada quando chegamos ao nosso “esconderijo”. Aguardei em frente à porta, enquanto Bill vasculhava as pedras do jardim, tentando encontrar aquela que era oca e guardava uma chave.
- Não seria melhor tocar a campainha e esperar que ele viesse atender? – perguntei.
- Isso pode chamar muita atenção. – responde Bill, já destrancando a porta.
- E estarmos invadindo a casa de uma pessoa não vai chamar nem um pouco de atenção, não é? – ironizei.
Entramos e estava tudo muito escuro. O proprietário certamente dormia tranquilamente em sua confortável cama. Quando a luz é acesa, damos de cara com o Carlos - isso mesmo, aquele amigo do Bill que fora viajar para visitar a mãe e nos aproveitamos da oportunidade para consagrar o quarto dele como nosso “ninho de amor” – segurando um taco de baseball em mãos e pronto para atacar. Nos assustamos profundamente com sua presença, e se eu não estivesse “acostumada” com surpresas, teria desmaiado naquele mesmo momento.
- Calma! Calma! – diz Bill, com as mãos para cima. Me coloquei atrás dele.
- Mais que droga, Bill! – diz Carlos, abaixando o taco. – Achei que fosse um ladrão invadindo minha casa!
- Eu avisei, mas ele não quis me ouvir. – disse.
- Desculpa te assustar desse jeito. – Bill também abaixa as mãos. – Mas... Nós precisamos da sua ajuda.
- Acho que já sei do que se trata. – Carlos dá a volta no sofá e se senta. – O Tom veio aqui há dois dias.
Nos acomodamos no sofá e então o Carlos começou a nos contar algumas coisas que aconteceram nesses dias em que estivemos fora. O Tom havia ficado encarregado por rastrear o celular que Bill carregava secretamente em seu bolso, mas o que ninguém sabia – e não poderia nem imaginar – é que dias antes o Gordon entrou em contato com a empresa responsável pelo plano de rastreamento, e fez o cancelamento da conta. Desse modo, independente do que acontecesse, os irmãos ficariam incomunicáveis entre si. Jogados a própria sorte. E como o Bill tem uma sorte do tamanho do mundo, ele conseguiu nos livrar do perigo eminente.
Até pouco tempo, eu não acreditava realmente que o Gordon fosse capaz de fazer qualquer coisa contra seu próprio filho. Mas após ouvir esses relatos, cheguei à conclusão de que não existe pessoa tão cruel quanto ele. Ser tão frio ao ponto de pagar alguém para matar aquele que tem seu sangue correndo pelas veias.
O Tom procurou o Carlos justamente por saber que, se o Bill conseguisse se livrar, a primeira pessoa a quem recorreria seria ele. E conhecendo o irmão como conhece, tinha toda razão. O primeiro nome que veio em sua mente foi o do amigo.
- Eu não posso ficar parado, esperando que o Gordon diminua o circulo a cada hora e me encontre. – diz Bill. – Se ele me encontrar, não vai perder tempo em acabar com minha vida.
- E o que pretende fazer? – pergunto. – Se entregar a ele pra facilitar o trabalho?
- Não seria uma má ideia. – responde.
- O quê? – um misto de dúvida e indignação tomou conta de mim. – Não pode fazer isso! De maneira alguma!
- Ela tem razão. – diz Carlos. – Você precisa esfriar a cabeça e pensar com cuidado. Um passo dado na hora errada e você morre!
Com muita insistência, o Bill concordou em permanecer quieto naquela noite, mas disse que suas ações não passariam do dia seguinte. Fiquei extremamente preocupada com ele, ainda mais por perceber que, após descobrir todas aquelas coisas de seu pai, o Bill mudara de repente. Estava com um olhar frio e os pensamentos muito distantes, focado no que pretendia fazer. Parecia aquele Bill que conheci a algum tempo, no meu primeiro dia de aula. Um rapaz que não dava sinais de que tinha um coração batendo dentro do peito. E isso me deixava triste e amedrontada.
***
Carlos me entregou uma calça de moletom e uma blusa, para que eu pudesse tomar um banho e finalmente me sentir limpa. Eu não estava em condições de recusar, então não hesitei em dizer um “obrigada” e partir para o banheiro. A água do chuveiro estava morna e aquilo fez meus músculos relaxarem e nunca agradeci tanto a Deus por estar viva, contemplando o calor que a água me fornecia e que eu não tinha há dias. Pude lavar o cabelo descentemente e tirar toda a sujeira que carregava daquele cativeiro. O dono da casa também cedeu o seu quarto pra mim, e disse que dormiria na sala. Bill alegou não estar com sono e se isso viesse a acontecer, ele se encostaria em qualquer lugar e tiraria um cochilo.
No meio da noite, confirmei que eu também não tinha sono algum. Fiquei deitada na cama de barriga para cima, pensando em tudo e em nada. Queria fechar os olhos e ao reabri-los, saber que tudo não passava de um pesadelo. Queria apagar da minha memória todas as coisas ruins e deixar apenas os bons momentos. Queria poder fazer algo pra contribui para o fim daquela “guerra”. Queria encontrar palavras boas o suficiente para dizer ao Bill. Eu só queria que nada semelhante tivesse ocorrido.
Algum tempo depois ouço alguém bater na porta e me sentei na cama. Em seguida a mesma se abre e vejo o Bill.
- Te acordei? – perguntou, com um olhar terno.
- Não, não. Perdi o sono.
- Posso... Entrar? – abriu um pouco mais a porta, e balancei a cabeça, dizendo que sim.
Ele entrou e se sentou bem próximo a mim. Me olhou por alguns minutos, e durante estes mesmos, permaneceu totalmente calado.
- Você não está nada bem, não é? – perguntei.
- Não. – respondeu, abaixando um pouco a cabeça. – Eu não estou nada bem. – voltou a me olhar. – Meu pai é um assassino, e a nossa família está correndo perigo. Sem contar que eu quase me igualei a ele!
- O quê é isso, Bill? – estranhei. – Do que está falando? Você não é nada parecido com o Gordon!
- Eu poderia ter matado uma pessoa hoje! – alterou um pouco o tom de voz. – E teria que conviver com isso até o fim dos meus dias.
- Fez aquilo pra me salvar! Se não fosse por aquele tiro, sabe lá Deus o que teria acontecido conosco. – fiz uma breve pausa. – Estou orgulhosa do cara me arriscou sua própria vida, sem pensar nas conseqüências.
- Orgulhosa? – ele solta uma leve risada. – Quase me tornei um assassino e você se diz orgulhosa?
- Mais que droga! – quase gritei. – Pára de falar isso! Você não é um assassino e nem que matasse o Jess se tornaria um!
Ficamos calados, e ele continuava me olhando, agora com um olhar vazio como se estivesse pensando. Logo Bill volta a se manifestar.
- Aquele dia que discutimos no corredor do colégio, antes de toda essa confusão, eu me senti a pessoa mais idiota do mundo por não tê-la puxado pelo braço e te beijado naquela hora. Aiyra, eu só fui atrás de você porque não queria te perder. Na verdade... Eu não quero.
Seus olhos foram de encontro aos meus, profundamente e sorri.
- Eu te amo, Kaulitz. – disse.
Bill me puxou para perto dele e beijou meus lábios com voracidade. Eu não podia negar que sentia saudades dele e que não via a hora de tê-lo ao meu lado novamente. Ele me puxava cada vez mais, e enquanto tirava a minha calça de moletom com desejo, eu o beijava e tirava sua camiseta.
Pude notar que ele dava sorrisos durante o beijo, e eu gostava daquilo. Em questão de minutos não havia mais roupa para ser tirada. Nos olhamos maliciosamente, e Bill acariciou meus seios, que logo ficaram rígidos. Ele desceu devagar, beijando e dando leves mordidas pelo caminho que percorria. Gemi baixinho.
Instantes depois, ele já estava dentro de mim. Abafávamos nossos gemidos com beijos, e eu arranhava sem piedade as suas costas, fazendo-o suspirar exageradamente alto, com um misto de dor e prazer. Chegamos ao clímax juntos, e a essa altura estávamos suados e exaustos. Ele repousou sobre meu corpo, e podíamos sentir os corações um do outro baterem acelerados.
- Você não sabe o quanto esperei por isso. – diz ele, meio ofegante.
***
O dia mal havia amanhecido e eu estava acordando de um sono que durara menos de quatro horas. Vi o Bill de pé, vestindo suas roupas de um jeito apressado. Me sentei, cobrindo a frente do meu corpo com o lençol da cama.
- O que está fazendo? – perguntei.
- Eu disse que não passaria de hoje. – ele abotoa a sua calça. – Vou fazer uma visita ao Gordon.
- Bill...
- Não adianta tentar me convencer. – interrompeu. – Eu vou fazer isso e acabou!
- Pelo menos me deixe ir com você?
- Não. – se aproximou e me deu um selinho. – Esse é um assunto que preciso resolver sozinho. – segurei seu braço, impedindo que se afastasse.
- Eu não vou ficar aqui roendo as unhas, esperando por qualquer noticia sua.
- É perigoso! – se senta de frente pra mim, e acaricia meu rosto. – Prometo que ficarei bem. Ele não vai conseguir me tirar do mapa tão fácil assim.
- Você não entende... – meus olhos se encheram de lágrimas. – Eu não posso perder mais alguém, Bill. Ainda mais se esse alguém for você. Então, por favor, me deixe ir. – ele solta um suspiro. – Eu juro que fico calada, deixando você resolver tudo sozinho. Eu só quero ter certeza de que ficará vivo.
- Tudo bem. Você pode vir comigo, mas se as coisas começarem a esquentar, você vai fazer o que eu mandar, ok?
- Um-hum.
 Postado por: Alessandra

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