terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dead Or Alive - Capítulo 19 - Vivendo em pecado!


Eu não preciso de licença
Assinar em nenhuma linha
Eu não preciso de pregador
Para dizer que você é minha
Eu não preciso de diamantes
Eu apenas preciso de você
Vivendo em pecado...
Living In Sin  - Bon Jovi
x.x
-Sim, eu não sou uma simples prostituta...Esses oito milhões eu ganhei para fazer parte do seu destino!

Ele a soltou repentinamente e arregalou os olhos, esperava tudo, menos aquela confissão...
Alice percebeu a expressão de espanto no rosto de Bill, jamais ele imaginou que ela seria tão rápida em revelar a verdade. Bill se afastou, andou pelo quarto, quieto e depois de alguns segundos voltou a olhá-la e ainda anestesiado perguntou:
-Como é que é? – Bill tentava digerir a verdade. –Você o que?
-Oito milhões e eu entrei em sua vida! –Alice repetiu olhando para ele. -Naquela noite... na noite que nos conhecemos, depois que fui embora do seu quarto, Tom estava no celular, eu o ouvi falando que vocês iam fazer uma entrega no México, na hora, ouvi e não dei importância, na verdade nem sabia que ele era o seu irmão.
Alice respirou, pegou fôlego e continuou:
 -Quando cheguei em casa, liguei o meu celular e tinha uma chamada, de um ex-cliente, um homem no qual devo alguns favores, uma pessoa que me ajudou muito durante esses últimos anos, ele precisava de um grande favor, alguém que atravessasse oito milhões de dólares dos Estados Unidos para Cuba, neguei na hora, mas depois ele disse que me daria 800 mil quando eu chegasse ao meu destino, eu pensei aquela manhã inteira como esse dinheiro ia me ajudar e como ele me tiraria dessa vida miserável.
Bill estava ainda em pé, olhando-a e ouvindo a sua explicação, e pela expressão facial, Alice estava convencendo-o.
-Foi quando me lembrei do rapaz, que estava no mesmo hotel que você.
-Tom!   – Bill disse.
-Sim...Então, quando eu estava indo ao encontro dele, você apareceu, me viu naquele estado deplorável, e foi tudo como se o destino tivesse me ajudando, você surgiu e quando vi Tom dentro do carro e percebi que estavam juntos, não perdi a chance e pedi para você me levar com você.
-Você disse que estava indo ao encontro do rapaz, Tom...Você ia fazer o que?
-Não sei!  -Ela disse movendo os ombros – Ia observar, tentar uma aproximação, tentar seduzi-lo, vi como ele me olhou quando eu passei por ele, sabia que seria muito fácil envolvê-lo e que por alguns serviços bem feitos ele me ajudaria chegar pelo menos até o México.
-Serviços bem feitos? –Bill a olhou e sorriu sem emoção – Você ofereceria sexo para ele!
-Eram 800 Mil, sabe o que é isso? –Alice perguntou com um leve sorriso nos lábios.  –O fim das ruas para mim! Você sabe como é difícil essa vida?
Bill não respondeu nada. E ela prosseguiu em sua explicação.
-Bom, continuando, não precisei dormir com Tom, Graças a DEUS, pois você apareceu, e aqui estou!
-Sabe o que é engraçado? –Bill aproximou-se de Alice e ela deu dois passos para trás se afastando  –Eu nunca vi essa mala vermelha!
-Você nunca a viu por que eu nunca estive com ela!  –Alice explicou, segura de si.
-Não? E quando o seu amigo do peito lhe entregou o dinheiro, os oito milhões?
-Ontem!  –Alice disse se afastando mais, esperando a reação negativa dele.
-Ontem? –Bill repetiu, não escondendo sua raiva. –Ontem?
-Sim, depois que eu sai do motel! –Ela disse tentando controlar o pavor que crescia em seu interior.
-Depois que você me deixou no motel desmaiado! –Bill fechou os punhos para conter a sua raiva.
-Sim! –Ela apenas disse baixo.
-Você me deixou desmaiado e foi se encontrar com seu amante é isso? –Bill cerrou os olhos tentando manter-se calmo.
-Eu não tenho amante, ele é um apenas velho amigo!
Alice percebeu Bill arquear uma sobrancelha e morder os lábios, podia jurar que ele estava com ciúmes!
-Um velho amigo? Era para ele que você estava ligando do orelhão ontem?  –Bill perguntou cruzando os braços na altura do peito.
-Sim, eu ligo sempre para ele, para lhe deixar informado de todos os meus passos. –Bill agora andava pelo quarto, sem tirar os olhos dela.  - Ele vai me enviar documentos falsos para eu entrar em Cuba.
- Falsos? Por que falsos? Você é alguma assassina que não pode ter documentos legítimos?
Alice o olhou, engoliu a seco e tentou não falhar na resposta.
-Não...Não é isso...é que os meus estavam com o meu cafetão...aquele que você matou naquela manhã, lembra?
-Hum...lembro! –Bill parou de andar pelo quarto, mas ainda a olhava fixamente e tal atitude estava deixando-a trêmula.
-Foi ele que me ensinou a usar uma arma, a lutar e a sobreviver nas ruas, tudo isso ajudou a me defender dos clientes inoportunos, ele me ensinou tudo o que eu sei hoje...digo sobre defesa pessoal!
Ela tentou corrigir o duplo sentido de sua frase, mas Bill já tinha levado o “ensinado tudo” para o lado sexual, e ouvir isso não foi tão simples, ele pela primeira vez se sentiu incomodado e com ciúmes.
-E esse seu amigo faz o que? –ele perguntou tentado ainda manter a calma.
-Para o seu bem é melhor eu não te contar. –Ela foi curta.
Bill se aproximou e Alice fechou os olhos, sentiu ele perto demais, sentiu a respiração em seus cabelos, prendeu a sua respiração e o ouviu perguntar:
-Você já transou com ele?
-Totalmente irrelevante! –Ela disse saindo de perto dele e sentando na cama de costa para ele.
-Ontem quando me deixou desmaiado no motel e se encontrou com ele para pegar a mala, vocês transaram?
Alice baixou a cabeça e não respondeu. Sentiu o olhar de Bill perfurar sua pele e sugar sua alma, e ela não respondeu,permaneceu calada.  Em vez de responder a pergunta, ela disse:
-Eu preciso do dinheiro. Até por que ele não é meu! – Alice disse sem olhá-lo – Eu tenho que passar pela fronteira em cinco dias.
-Cinco Dias?
-Sim, daqui cinco dias eu saio da sua vida Bill Kaulitz! –Alice levantou-se da cama e virou encarando-o.   Os olhos verdes encontraram os olhos mel dele em brasa e raivosos.
Cinco dias! A calma de Bill foi embora nessa hora, fechou os punhos e se controlou, queria pegá-la e lhe dar uma surra, queria chacoalhar os ombros e...e...pedir para não o abandoná-lo daqui cinco dias. Queria gritar com ela e pedir para não falar e muito menos terminar essa missão para o seu velho amigo.
Mas, não podia!
 Bill respirou, tentou se controlar para não fazer nada que se arrependesse depois. Por que algo nele avisou que se abrisse a boca, denunciar-se!  Maldito Amigo!
O quarto ficou em silêncio novamente, depois de alguns segundos, Alice ouviu os passos e depois o barulho da chave, a porta foi aberta porem antes de ser fechada, ela ouviu:
-Eu devolverei o dinheiro para o seu velho amigo, não se preocupe! –Bill disse fechando a porta. Ouviu a voz de Tom e depois a de Bill que sem a preocupação de falar em alemão, disse ao gêmeo:
-Amanhã cedo entregaremos Lara e dane-se o que vão fazer com ela, pra mim chega, acabou e não dá mais para eu continuar com isso mais um dia sequer. Se você quer levar adiante, leve, mas sozinho! Eu estou fora!
-Bill, eu não vou entregá-la! –Tom disse a ele.
O irmão mais novo o olhou e balançou a cabeça negativamente e antes de passar por Tom, disse:
-Então a dupla se desfaz aqui e agora, meu irmão!
Bill passou pelo irmão e seguiu corredor a fora, descendo as escadas e entrando no restaurante do motel, deixando Tom parado na porta do quarto, olhou para Alice e lhe sorriu sarcasticamente dizendo:
-Não sei a explicação que você deu a ele, mas aposto que nenhuma palavra que saiu dessa boca imunda foi verdade. Você continua mentindo!  –Tom fechou a cara e saiu atrás do irmão mais.

 Alice permaneceu imóvel, não respondeu a acusação de Tom, estava cansada demais, de tudo e de todos, foi até a porta fechando-a e deitou-se na cama, até tentou chorar, mas não conseguiu, então fechou os olhos e abraçou o travesseiro e a última frase que pensou antes de pegar no sono profundo foi:
-Você esta certo, Tom Kaulitz!

Alice jamais poderia contar a verdade para Bill, que foi Syn que a treinou e a designou para estar ao lado dos gêmeos, para depois lhe entregarem para a polícia alemã. Muito menos podia dizer para Bill que a mala vermelha estava no maleiro escondida e que lhe foi dada no dia do incêndio, por que era nesse dia, que ela tinha que ir embora para a Suíça e deixar os irmãos a mercê do FBI alemão, o seu último dia com os Kaulitz foi adiado por causa do ruivo desgraçado, que com o incêndio tentou matar: Bill, Tom e Lara.
A verdade não podia ser dita a Bill. Não antes da prisão dos Kaulitz, que aconteceria no dia seguinte.
No dia seguinte...Mas, por que aquilo lhe doía tanto?


x.

x

-Por que você contou para a prostituta sobre Carlos? –Tom disse ao entrar no quarto com Lara, depois de ter jogado o dinheiro em Alice e ter se pegado com ela.  –Não sabia que vocês eram amigas confidentes?
-Não sou intima dela. – Lara o olhou.  - Ela viu a foto que esta dentro do seu envelope amarelo e me perguntou quem era. E respondi! –Lara deu de ombros.
-E você respondeu que era seu noivinho querido e amado.
-Não seja tolo, Tom! –Lara disse aumentando o tom de voz. –Sim, afinal Carlos é o que meu? Meu noivo!
Lara olhou para Tom e viu que ele estava extremamente nervoso com a amizade de Lara e Alice. Tentou chegar perto dele, odiava brigar com ele. Tentou afagar-lhe o rosto. Ele a olhou e saiu de perto dela.
-Você percebeu o que você fez se abrindo toda com ela? –Tom a olhou de longe – Agora, ela pode sair daqui e falar para Carlos, que temos um caso e que fugimos!
O estômago de Lara deu uma fisgada, sua cabeça rodou e ela sentou na cama mordendo os lábios.
-Eu não pensei nisso...Eu...
-Pois é, voltamos à estaca zero –Ele disse impaciente - Voltamos a ficar nas mãos de Carlos!
-Sinto as vezes que você tem medo de Carlos. –Ela disse não sentindo o perigo. –Parece que ele exerce um poder sobre você! Percebo que existe uma ligação entre vocês dois.
Aquilo para Tom foi como lhe dar um murro no nariz, com um soco inglês. Um chute forte e certeiro em suas partes intima. Ele andou furioso até Lara e a levantou da cama com raiva e furioso cuspiu as palavras:
-Eu não tenho medo de homem algum, nenhum homem me intimida, você entendeu? –Ele sacudiu Lara pelos braços e a segurou a olhando com os olhos pegando fogo. –Muito menos esse ladrãozinho de merda do seu noivinho!
Lara o olhou e sentiu que existia, que tinha alguma coisa ligando os dois, e que não era apenas o amor dos dois pela mesma mulher, era muito, além disso.
-A nossa ligação é apenas uma minha querida –Tom falou cheio de sarcasmo- Transamos com a mesma mulher!
-Não é só isso,Tom! –Ela se soltou dele e o olhou.  –Carlos é o mandante desse seqüestro!

Não era uma pergunta, e sim uma afirmação.

-Antes fosse!  –A resposta foi rápida, curta e verdadeira  – Não, Carlos não é o lado mau desse seqüestro...infelizmente!
-Não é o lado mau?  –Lara perguntou tentando entender a afirmação dele.
-Sim, minha querida, o seu noivinho prestativo, é o lado bom dessa sujeirada toda!
Quando Lara abriu a boca para falar, Tom continuou:
-E é por isso que eu o odeio tanto. Odeio esse amor super protetor que ele sente por você. –Tom respirou com dificuldade e prosseguiu:
-Carlos daria a vida dele por você! –Aquelas palavras doíam nele e quase em um sussurro ele finalizou   -Ele te ama...muito e talvez isso que estamos fazendo, não seja correto com ele!
Tom fechou os olhos e sem dizer mais nenhuma palavra, deu as costas para Lara.
-Carlos sabe quem me sequestrou, não é?  –Lara perguntou  –Sim, ele sabe!
Tom permanecia em silêncio, Lara andou até ele e tocou em seu ombro apertando-o.
-Não tenho um futuro para lhe dar...Não tenho nada! –Tom baixou a cabeça, triste – Nem o dinheiro desse maldito seqüestro eu terei.
-Dinheiro...Dinheiro...Tudo se move através desse maldito dinheiro! –Lara gritou, furiosa. Batendo com força a mão fechada na porta do banheiro. –Dá pra você parar de falar nisso, de pensar só nisso? Nessa porra de vida só existe isso? Nunca te ensinaram outra palavra? AMOR por exemplo?
Tom arregalou os olhos, levantou e encarou Lara que ao ver os olhos de Tom cheios de água, tentou puxar todas as palavras de volta para dentro do seu ser, mas não foi possível.
-Amor!  –Tom a olhou com dor no coração.  –Essa palavra é tão presente na minha vida nesse exato momento, é exatamente ela que me prende aqui, que me impede de viver minha vida, que não me permite raciocinar direito, a partir do momento que deixei a palavra amor entrar dentro de mim, eu não tive mais paz e meu juízo foi jogado aos abutres no deserto!
Uma lágrima rolou, Lara abriu a boca para se desculpar, não conseguiu, tentou correr para não deixar a lágrima rolar, mas seus pés permaneciam grudados no chão, como se tivessem cola. Tom Kaulitz estava chorando.
-Tom...eu...não quis –Lara conseguiu se mover e andar até ele, chegou muito próxima,  apenas seguiu a lágrima até que ela deixasse o rosto dele e pingasse no chão do quarto.
-A vida cheia de diamantes, segurança e amor que ele te oferece, eu nunca vou poder oferecer. – Tom passou a mão no rosto para enxugá-lo –Amor somente nunca é suficiente...Acorde para a realidade e volte para a sua vida de conto de fadas.
Ele tocou levemente o rosto delicado de Lara e com um gemido sofrido sussurrou:
-Meu doce pecado...
 Sem mais nada a dizer, virou-se e antes de sair do quarto deixando-a sozinha, disse:
-Vou ver se Bill precisa de ajuda para matar aquela vagabunda.
Ela o viu sair do quarto, sentou na cama, abraçou as pernas e deixou as lágrimas rolarem:
-Eu não quero diamantes...só o seu coração...só isso...

Deixou-se chorar.

 Depois mais calma, olhou para a porta do quarto e tentou se mexer para finalizar aquele martírio, queria passar por aquela porta e ir de encontro com Carlos e lhe exigir todas essas respostas, mas todo amor que sentia por Tom lhe segurou ali, naquele quarto de motel.
Maldito amor, obsessão desgraçada, como podia amar tanto alguém, como podia depender de um homem daquela forma? Por mais que ela fizesse mil perguntas. As mil e uma respostas seriam sempre iguais... Amava Tom Kaulitz mais que sua própria vida.
E muita segura do que queria do seu destino, começou a arrumar a sua mala e depois a de Tom, assim que ele colocasse os pés no quarto novamente, eles fugiriam para outro lugar.
Lara sabia que seria uma fuga difícil e cheia de obstáculos, mas precisava correr todos os riscos, tudo era válido por Tom, a fuga tinha que ser feita e o mais rápido possível...Ainda naquela noite!


x.x


Alice acordou num pulo assustada, sonhará que Bill a enforcava, passou as mãos em volta de seu pescoço e depois pulou da cama, percebeu que já era de noite e Bill não estava no quarto.
Então, aproveitou a ausência, saiu do quarto, atravessou todo o motel até chegar ao orelhão discando e ao ouvir mais uma vez a voz disse:
-Os gêmeos vão entregá-la amanhã na parte da manhã. –Alice fechou os olhos e disse para ele – Depois que ele entregar Lara, os flagramos e os entregamos para a Alemanha. –Ela ouviu Syn e sentindo o coração apertar finalizou a conversa:
-Amanhã será o fim dos Kaulitz!

Ela colocou o telefone no gancho, ouviu o barulho da moeda caindo, colocou a testa no orelhão e tentou fazer seu corpo parar de tremer, não saberia o que seria mais difícil no fim dessa missão, encarar Syn depois de tudo o que viveu com Bill ou a prisão dos Kaulitz, mesmo sabendo o tipo baixo e sem escrúpulos que eles eram, de se envolver em um sequestro tão sórdido e mesquinho, ela lutava com seus sentimentos, ele queria ter raiva e ódio de Bill e por mais que tentasse, ela não conseguia.
Jamais em toda sua vida ela tinha se envolvido com alguém dessa forma, nunca tinha se relacionado tão intimamente com alguém. Além de sexo, muito além dos lençóis, até por que com seus clientes, ela era só ato sexual, satisfazia-os e fim.
Alice sempre se policiou e deixava claro para ela mesma: Não havia lugar para o amor em sua Vida. Apenas metas, compro­missos e riscos.
Pensou em Syn Gates, o velho amigo, mesmo sendo fiel a ele, mesmo lhe devendo a vida desde os seus 15 anos, depois de quase 7 anos de relacionamento de amizade, ela jamais se entregou a ele da forma que se entregava para Bill. Ele sempre pediu e ela sempre negou.
Alice colocou a mão no bolso e pegou o maço de cigarro, pegou um, acendeu, fumou e depois de quinze minutos contemplando a lua e as estrelas, respirou fundo e subiu para o quarto, quando entrou encontrou Bill deitado na cama apenas de boxer com os braços embaixo da cabeça, assistindo TV.
Parou na porta ao vê-lo, seminu e estirado na cama, da forma que ela mais gostava. “Ele podia ser feio” ela pensou passando seus olhos verdes pelo corpo magro e bem desenhado dele, parou  o seu olhar na tatuagem de estrela que ele tinha no lugar mais sexy de seu corpo e engoliu a saliva.
-Quer um babador?
A pergunta debochada de Bill a trouxe de volta ao quarto. Era óbvio que ele tinha notado seu olhar de cobiça e desejo exacerbado para ele, Bill sabia o poder que exercia sobre Alice.
“Maldito...Gostoso!”
Ela o xingou em seus pensamentos, não respondeu a sua insinuação, Alice apenas entrou no quarto rapidamente, foi até a gaveta pegou uma calcinha e uma camisola e seguiu em direção do banheiro, tudo isso sob o olhar atento de Bill. 
Entrou, fechou a porta com a chave e tomou um banho demorado, quando terminou e já estava vestida, torceu para que Bill já tivesse dormindo. Não queria falar com ele, não queria que ele lhe perguntasse nada naquela noite.
A última noite com Bill...

Saiu do banheiro e sua primeira reação foi olhar para ele, suspirou aliviada quando percebeu que ele dormia, seguiu até a cama, deitou sem fazer muito barulho e apagou a luz do abajur, deixando o quarto escuro, fechou os olhos virando de costas para ele tentando dormir.
-Foi ligar para o amiguinho?
Ela se assustou quando ouviu a pergunta e a resposta foi verdadeira.
-Sim!
O silêncio caiu sobre o quarto novamente.
-Eu não transei com ele naquela tarde.  -Ela confessou.
-Você espera que eu acredite nisso?  –Bill disse
-Na verdade depois que entrei em seu carro naquela manhã, eu não fiz mais sexo com ele, na verdade eu não fiz sexo com mais ninguém, só com você.
-Que azar o seu! –Ele disse sério.
O quarto estava escuro e não dava para um ver o rosto do outro...mais silêncio!
-Eu não transei com ele!
-Sim, você já disse! –Ele se mexeu na cama e suspirou fundo.

Alice não suportou mais aquilo e se levantou da cama, bufando. Acendei a luz, foi em sua bolsa pegou um saquinho com a erva, foi até a geladeira e pegou uma garrafa de vodka saindo do quarto em passos rápidos sentando em um pequeno muro que ficava perto dos quartos, enrolou um cigarro de maconha e abriu a garrafa. Fumou e bebeu, quando já tinha terminado o segundo cigarro e a garrafa de vodka estava quase vazia, ele saiu na porta do quarto e a olhou, Bill estava com o peito nu e vestia uma calça jeans preta.
Alice olhou primeiro a estrela e depois tentou ser indiferente virando o rosto em seguida, o ignorando. Como se pudesse...
Ouviu os passos dele aproximando parando na frente dela, ele segurava uma garrafa de cerveja.  Ela não o olhou, apenas levou à garrafa a boca, terminou com o líquido e o encarando perguntou:
-O que esta fazendo aqui? Quero ficar sozinha!
Ele continuou com os olhos fixos nela e bebeu mais um grande gole de cerveja. Mas permaneceu calado.
-Se não acredita em mim por que veio aqui fora? –Ela o alfinetou – Você me irrita profundamente com esse olhar de nada com coisa alguma.
Ele permanecia calado, com o olhar preso nela, para irritá-la.
Bill acabou com o liquido da garrafa, a olhava sério como se quisesse falar alguma coisa. Mas desde que descobriu sobre Syn, ele se mantinha distante e calado.
Ela já estava um pouco fora dela, tanto pela maconha como pela vodka, então ela o olhou com desprezo e disse enfurecida:
-Amenize essa agonia, me mate, me bata, faça o que você tiver que fazer, mas diga alguma coisa, porra!
-Te bater...isso te daria prazer demais!  -Ele disse a olhando com olhos felinos.
-Eu odeio você! –ela suspirou olhando para ele.
-Eu também odeio você, Alice!
Ele disse aquela frase sorrindo tão sexy, que ela umedeceu só em ouvi-lo, como podia tal façanha?
Os olhos se cruzaram e ela viu quando os olhos de Bill baixaram para o seu decote, e ela fechou os olhos, para tentar afastar o desejo que percorria o seu corpo inteiro.
-Por que não me pergunta logo o que você quer saber? -Ela perguntou finalmente
   -E o que eu quero saber? –ele disse sorrindo deliciosamente.
-Não se faça de idiota! –Ela disse entre os dentes.
-Não preciso fazer pergunta nenhuma até por que eu já sei muito bem a sua resposta.
-Ah sabe! –Ela sorriu, não achando graça   –E prepotente, convencido, metido  como é, eu tenho certeza que acha que é mil vezes melhor de cama que meu amigo.
   -E não sou? -Ele disse dando um passo em sua direção parando próximo a ela, fazendo–a cruzar os braços entre os seios evitando que ele visse o arrepio em seus bicos.
-Não!   –Ela mentiu  –Não é!
Ele sorriu alto ao ouvir a resposta dela, deixando-a mais nervosa e brava.
-Não é mesmo! –Ela repetiu querendo feri-lo, como se fosse possível.
-Vou te provar que sou!
   Então, ele andou até ela e se enfiou entre suas pernas parando poucos centímetros de seu rosto. Colocando suas duas mãos dentro dos cabelos dela, segurando-a com força e a trazendo para perto de seu rosto, bruscamente.
O sangue dela ferveu e suas pupilas dilataram de prazer ao ser tratada daquela forma tão vulgar por ele.
Não foi necessário palavras para seduzi-la, quando Bill passou sua língua nos lábios carnudo dela e esfregou sua ereção nela, Alice já estava nas mãos dele. Inteira ao dispor.
   Alice estava totalmente rendida e submissa a Bill, então ela abriu as pernas e o encaixou melhor entre elas, ela também enfiou seus dedos nos cabelos negros dele e o trouxe mais perto, aprofundando o beijo.
O beijo ficou perigoso, e as mãos de ambos, já passeavam um pelo corpo do outro, deixando rastro de fogo, as línguas enroladas, a respiração faltando, os gemidos de prazer, o sexo era pronunciado e o frenesi enlouquecedor não permitiria que eles nem chegassem ao quarto.
   Afastaram-se por um segundo...
Ele segurou forte uma alça da camisola dela, a puxando com força arrebentando-a e logo depois a outra, ela rapidamente escorregou a peça de seda para sua barriga deixando os seios a mostra, ele admirou-os, lambendo seus próprios lábios de satisfação, juntou-se a ela mais uma vez, ele passou a língua devagar em seu queixo, depois desceu seus lábios para um de seus mamilos, fazendo-a gemer e enlaçar suas pernas em sua cintura fina. Trazendo-o mais próximo de seu corpo.
   Gemeu de prazer, Alice ainda de olhos fechados, desceu suas mãos abrindo rapidamente o zíper do jeans dele, colocando a mão dentro de sua boxer segurando seu membro já ereto e pulsante.
Bill gemeu perto do ouvido dela, lambeu seu lóbulo e em seguida mordeu forte o seu ombro, fazendo a jogar a cabeça para trás e dar um grito de prazer com misto de dor, ela não disse nada apenas procurou a boca dele mais uma vez e o beijou descontrolada.
   Ele se deixou ser beijado, foi ela própria que colocou a calcinha de lado, se posicionou para recebê-lo, Bill por sua vez, afastou-se, olhou-a enfurecida de luxúria, sorriu e baixo disse:
-Agora vamos fazer assim, eu vou entrar e se você for atrás de mim como uma cadelinha no cio...Eu sou mil vezes melhor que ele e se você não for...Ele é!
   Bill se virou e a deixou sentada no muro, sozinha.
Ele entrou no quarto fechando a porta. Alice respirou com dificuldade de raiva dele, como ele podia ser tão desprezível, tão ordinário, miserável.
Ela queria gritar de raiva, o odiava com todas as suas forças e jamais iria atrás dele nem que ele fosse o último homem da face da terra.
   Ela dormiria dentro do carro, mas jamais se rebaixaria tanto, nunca desceria a esse nível, em toda sua vida ela nunca tinha ido atrás de um homem e não seria agora que iria. Ela subiu sua camisola e a segurou nos seios para cobrir-se, desceu do muro e estava se dirigindo para a garagem quando lembrou:
“Amanha é o fim dos Kaulitz”
O fim seria nunca mais vê-lo, nunca mais tocá-lo e nunca mais...Nunca!  Aquele pensamento a fez parar e olhar para o quarto.

-Você é um filho de uma puta muito do desgraçado! –Ela disse ao entrar dentro do quarto batendo a porta com raiva. –Eu te odeio como nunca o fiz em toda minha vida.
Ele se virou e sorriu para ela, ela foi na sua direção transtornada e quando foi lhe dar um tapa, ele segurou seu braço e a trouxe para perto dele. Ela o olhou furiosa, e ele ainda sorrindo ordenou:
-Peça Alice!
Ela o olhou por alguns segundos, fechou os olhos e então disse baixo quase inaudível:
-Faça sexo comigo!
-Peça direito! –Bill elevou a voz, ordenando!  –Ou melhor, Implore!
Ela abriu seus olhos e o olhou, ele levaria isso adiante então se ela o quisesse naquela noite, não teria outra saída, era sua ultima noite com ele, ela o queria demais, então teve que se submeter aquela cena deplorável.
Engoliu o orgulho de aço, fechou os olhos humilhada e seguiu adiante.
“Por Favor, Bill Kaulitz me coloque de quatro nessa porra de cama e me coma”, ela pensou em falar, mas sua boca e seu coração lhe traiu descaradamente, ela abriu os olhos e o encarou por alguns segundos, e disse:
-Eu quero fazer amor com você, Bill!
Ela disse verdadeira, porem sentiu mais ódio dela, do que dele. Bill a olhou e o sarcasmo e o ar de deboche sumiram do rosto dele, a palavra amor lhe atingiu com um tapa dolorido em uma de sua face, e pela primeira vez se sentiu frágil com as palavras de Alice.
Os olhos verdes dela se fecharam e ao abrir novamente estavam brilhantes como se tivesse com lágrimas, Bill arregalou os olhos, surpreso,  o olhar intenso e emocionado de Alice o desarmou e aquele ar de superioridade deu espaço a um sentimento de igualdade.
-Faça amor comigo como nunca fez com ninguém... Nem comigo mesma!

Postado Por: Grasiele

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