quinta-feira, 7 de julho de 2011

Angel In Disguise - Capítulo 14

 

 Duas semanas se passaram desde que Bill foi embora.
Estou melhor agora, melhor do que estava no dia seguinte de sua partida. Pareceu que as semanas em que o conheci e passei com ele foram um longo sonho. E por mais que a dor de sua ida tenha sido quase física, a alegria ao lembrar dos momentos felizes em que passamos juntos superava e curava a dor insuportável.

Agora eu estou aqui no quarto da dona Vitória que não pára de rir enquanto eu escrevo.

Ela não sabe que Bill era um anjo, e eu disse a ela que ele tinha ido pra casa, mas que tinha deixado um beijo e um abraço enorme. Ela comprou um boneco que viu perto da lanchonete antes de ontem quando Verônica a levou para me ver e só porque o boneco tem o cabelo preto e bagunçado, adivinha o nome dele? É esse mesmo que você está pensando agora.

Opa! Tem alguém batendo na porta... é a Verônica.

  - Como vocês estão meninas? -  Verônica entrou no quarto trazendo uma pasta na mão e olhando Sara fixamente. – Sara, podemos conversar um minuto?
- Claro. Anjinha, você vai ficar bem aí sozinha?

- Eu não to sozinha... eu estou com o Bill. -  Vitória balançou o boneco e sorriu, fazendo sara sorrir junto e acompanhar Verônica para fora do quarto.

Nos sentamos na recepção da ala infantil e ela me mostrou o conteúdo da pasta branca que segurava.

 - É um bilhete do doador. A mãe me ligou e disse que quer conhecer a Vitória, mas no momento ela está na Alemanha para o enterro do filho, pois ele é de lá e... o bilhete... eu não consigo ler, eu descobri algo quando Jaqueline me disse o nome do fi...
- J-Jaqueline? -  A interrompi assustada.

- Sim, Jaqueline é a mãe... olha Sara, eu sou uma pessoa que acredita em milagres pois Viti é o milagre de Deus vivo, em carne e osso, eu não sei se penso que é apenas coincidência, mas prefiro creditar é que é um propósito...

- Sim... - O suspense de Verônica deixava Sara cada vez mais nervosa.

- O nome do filho dela... é... Bill. – Ela disse olhando Sara nos olhos com certo pavor. – Bill Kaulitz. Eu nunca perguntei o sobrenome do Bill, mas você não acha estranho? Bill também era alemão não era? Ele tinha um sotaque estranho... Mas não acho que seja ele, quer dizer, ele era perfeitamente saudável, e o Bill doador mal conseguia andar, pois o coração era muito fraco por causa da doença.

Verônica continuava elaborando uma tese que explicasse tamanha coincidência e Sara apenas balançava a cabeça, sem ouvir o que ela estava dizendo, pois sua mente estava totalmente nos sinais que Bill dera a ela.

Quando ele sonhou falando com a mãe, dizendo que ele, no caso, o Bill anjo estava cuidando bem dele. Quando sonhou que ele havia ido embora e uma mulher chamada Jaqueline, se passando pela mãe de Viti disse que ele havia morrido. Talvez o verdadeiro Bill tenha morrido naquela hora, e o sonho foi um aviso... foi o que Sara pensou dizendo logo em seguida:

- Você tem o endereço dela? -  Perguntou sem saber o que Verônica estava falando.

- Não... quer dizer, eu não li o bilhete, eu gostaria que você lesse.

- Posso?- Sara estendeu a mão e ela me deu. – Minha mão treme sem saber o que pode estar escrito ali.  - Respirou fundo ao ouvir o estalo do elástico saindo do papel meio amarelado e li.



“Olá.

 Eu sei que não conseguirei melhorar, e sei que você ainda tem muito que viver.
Embora eu tenha vivido cheio de limites por causa da minha doença, eu vivi e senti tudo o que quis e me sinto completo agora, me sinto humano sabendo que posso ir e que vou deixar que uma parte minha viva em você.

Nunca se sinta mal ou pense que eu precisei morrer para que você vivesse. Na verdade você é que vai viver, para que eu viva também, mas agora em um lugar melhor.

Desejo a você toda a felicidade do mundo, que Deus a abençoe.

Quem sabe eu vire seu anjo da guarda? =)

Um beijo enorme.

 Bill K. 

Ah, eu pedi pro relapso do meu irmão escrever o bilhete, eu não consigo por causa dos aparelhos, então, perdoe os erros gramaticais... ele não foi a escola.=D

Amo você.”

Sara terminou de ler o bilhete em voz alta e as lágrimas e soluços, dela e de Verônica deram lugar a um sorriso quando viram Vitória sentando no colo de sua mãe a abraçando.
- Foi o Bill que mandou mãe? -  Perguntou Vitória encostando a cabeça na cabeça da mãe que limpou os olhos ainda sorrindo balançando a cabeça positivamente. Sara fechou o bilhete e colocou na mãozinha de Vitória.

- Esse Bill, é o que doou o órgão para você, e ele foi tão bom quanto o Bill punk, minha linda.- Beijei a testa de Viti que pegou o bilhete.

- Você guarda pra mim tia Sara? Junto com o Bill? -  Mostrou o boneco e foi para o colo da mãe que olhou para Sara com olhar curioso, ainda emocionada.

- Vem filha, você não pode ficar correndo por aí, você está se recuperando ainda. -  Verônica piscou para Sara que apenas olhou mão, com o Bill boneco e o bilhete agora fechado. Com a testa franzida olhou para ver se Verônica ainda estava no corredor e ela já havia levado Viti. Virou o bilhete na parte de trás e havia um endereço grudado com pequeno envelope que veio junto com o bilhete. Tinha uma marca d’água de um K enorme, com um brasão no fundo e o endereço num cinza escuro, quase imperceptível.

Por mais insano que tenha sido o pensamento de Sara, ela sabia o que tinha que fazer.

 Fez ligações em poucas horas estava num avião para Hamburgo.

 O tempo todo segurava o bilhete na mão, pegou o primeiro táxi que apareceu no aeroporto.
Pediu que ele a levasse até o tal endereço, e percebeu que em circunstâncias normais ela jamais chegaria perto e um lugar como aquele. Era uma mansão enorme, mas só conseguia ver ao longe, a entrada era a quilômetros de distância da mansão, o jardim era uma fortaleza e o portão de ferro de com aproximadamente 4 metros de altura tinha um K cravado no meio, igual ao do bilhete. Olhei o bilhete novamente somente para ter certeza e toquei o interfone.

 - Oi! Quer dizer... Halo!
- Quem é você? E o que quer? -  uma voz rouca e abafada, masculina perguntou do outro lado.

- Ahn... meu nome é Sara... Oliveira, eu sou... eu era amiga do Bill e...

- Ahh... sim... – a voz sumiu e em seguida ouvi um barulho do portão, mas ele não se abriu.

O taxista estava impaciente e Sara pedia paciência que pagaria pelo tempo que ele estava parado, pensando consigo que se a pessoa estava vindo a pé da mansão até o portão ela provavelmente não teria dinheiro para pagar o táxi, pois ele provavelmente chegaria dois dias depois. Após pensar isso um senhor de estatura mediana, cabelos lisos e castanhos claros, pele muito branca e com uma cara exausta forçou um sorriso e a olhou a olhos com tristeza.

- Oi, eu sou Michael, pai do Bill.

- Olá... eu... sinto muito pela perda...

- Venha entre... -  Abriu os braços para que ela entrasse. -  Estamos fazendo uma recepção, o enterro aconteceu a algumas horas.

- N-n-não...quer dizer... na verdade eu queria visitar o túmulo, eu não sou muito de recepções e velórios.

- Ah sim... claro. -  Michael abaixou a cabeça e olhou os pés por um breve momento e seus olhos se encheram d’água. -  Você o conheceu onde? -  a pergunta gelou a espinha de Sara que pensou antes de responder a verdade.

- Em Nova Iorque senhor.

- Ah sim... -  ele riu. -  Nova Iorque. -  riu novamente como se tivesse tendo alguma lembrança e respirou fundo, ainda olhando para baixo. -  Desculpe... O túmulo fica naquela direção, não é longe, é bem próximo. -  Indicou o caminho e Sara olhou, em seguida o agradecendo sem jeito e sem saber o que falar ofereceu sentimentos e dispensou o taxista.

- Você pode me dar seu telefone? Eu acho que vou andando sozinha daqui, te ligo quando voltar para o aeroporto, ok? -  Pagou e observou o taxi sair, começando a andar em direção aquela rua estreita com árvores perfeitamente alinhadas e muito bem cuidadas. Parecia um corredor infinito até que viu um portão prateado que a fez pensar se os portões do paraíso seriam daquele jeito, grandes e brilhosos.

 Os portões estavam abertos e Sara caminhou lentamente, prestando atenção na perfeição do cemitério. Nunca vira um cemitério tão bonito, tão organizado. Era como um enorme jardim... “Jardim do Éden” pensou Sara quando percebeu que os túmulos eram separados por alas. Continuou caminhando quando viu ao longe uma lápide que chamou sua atenção, pois era a única que estava cercada de flores, todas brancas. Um medo preencheu seu coração e sentiu seus olhos queimarem, mas segurou as lágrimas que queriam ser derramadas. Parou por um segundo, respirou fundo antes de começar a andar em direção a lápide enorme de mármore claro, altíssimo, tinha um degrau apenas e ao chegar até ela ficou de frente, apertando o bilhete ao ler e ver a foto cravada.

“Filho e irmão amado.

O nosso eterno anjo...”

 Ao lado da frase uma foto pequena de Bill sorrindo com um cabelo igual à de um porco-espinho.
Sara sorriu ao ver a foto, um sorriso triste que brotou ao ver o sorriso de Bill e subiu na lápide, sentando em borboleta de frente para a frase e a fotografia de Bill.

Sara abaixou a cabeça enquanto milhares de argumentos, explicações e perguntas se aglomeravam em sua mente.

- Eu sabia. -  Sara indagou após uma respiração profunda. – Sabia que era você. – Sara olhou o bilhete e voltou a falar, agora olhando para a foto de Bill. -  Eu queria tanto ter te conhecido melhor... – Sara fez uma pausa ao sentir um aperto em seu coração crescer.-  Eu queria tanto ter te salvado. -  Sara segurou novamente o choro sem conseguir impedir que uma única lágrima fujona caísse rapidamente, esquentando sua face.

- Eu também. -  Uma voz rouca e baixa assoprou atrás de Sara que não se virou,  sem conseguir se assustar e xingar a tal voz, pois havia sentindo a tristeza naquele sussurro.

 Sara se virou lentamente para ver o dono da voz e oferecer-lhe os sentimentos, arregalando os olhos levando a mão a boca.

- Meu Deus! – Sara colocou a mão novamente na boca, com os olhos lacrimejando, sem conseguir disfarçar o espanto, recebendo o olhar cansado e tenso do moreno alto, com tranças negras que a olhava incógnito. -  V-v-v-ocê é i-igual... -  Sara se interrompeu sem conseguir falar.

- Ele não falou que tinha um irmão? -  O rapaz disse com o mesmo olhar e voz cansadas se aproximando da lápide.

- N.. é... disse, disse que tinha um irmão... gêmeo... mas... -  Sara não conseguia explicar, e rapaz se aproximou mais, encostando na ponta da lápide, olhando brevemente para a foto de Bill e voltando a olhar Sara que ainda estava sentada como borboleta.

- Onde você conheceu ele? – Ele perguntou curioso, mas a voz não insinuava tal curiosidade.

- Em NY. -  Sara ficou tensa sem saber se deveria ter respondido aquilo.

- Ahh. -  O rapaz sorriu de lado sem demonstrar alegria. -  Então quer dizer que ele não foi a NY só para tratar da doença. -  Disse olhando para a foto de Bill olhando nos olhos da foto dizendo: - Danadinho. Outros tipos de tratamentos foram feitos e você nem me contou, pilantra! – Soltou sorrindo.

- Ei! – Sara quase num grito olhou pra o rapaz com a testa franzida, em seguida o cutucando. -  Olha o respeito. Eu fui AMIGA do seu irmão, acontece que eu o conheci na lanchonete em que trabalho e do hospital também.- Sara terminou com a feição brava recebendo um olhar de desculpas do rapaz que ficou só no olhar, sem conseguir pedir desculpas.

- Você... também... – Ele queria perguntar se ela tinha alguma doença e Sara entendeu pelo gesto da cabeça do rapaz.

- Não... seu irmão me ajudou, um babaca me bateu e ele estava lá para me ajudar... quando eu cheguei no hospital claro.

- Ahh, típico dele. -  Pensou alto abaixando a cabeça.

Os dois ficaram em silêncio e o rapaz virou novamente para a foto, apontando o dedo indicador para a foto de Bill.

-Você é um idiota! -  O rapaz gritou. -  Ajudava todo mundo, queria que todo mundo ficasse bem. Você sabia!! Você sabia que iria embora e não me contou! Você foi embora e não me deixou te ajudar! Seu idiota, imbecil, otário... eu ODEIO VOCÊ!!! -  Gritou o mais alto que pode, e o “eu odeio você” saiu tão forte, com uma voz ta potente que Sara tremeu e viu os olhos do rapaz completamente molhados e sua mão tremia com o dedo apontado para a foto de Bill e as lágrimas caíram. Sara não sabia o que falar, até porque não havia o que ser dito, uma vontade imensa de confortar aquele rapaz surgiu e num impulso ela foi em direção a ele engatinhando em cima da lápide e o abraçou. O abraçou forte, apertando o máximo que pode sem dizer nada, apenas ouvindo soluços segundos depois de receber os braços dele envolta dela.

- Ele não merecia. -  Disse em meio a soluços. -  Eu deveria ter morrido, a culpa é minha.

- Não fala assim. -  Sara disse colocando a mão em sua cabeça ainda o abraçando.

- Não... a culpa é minha, você não entende. -  O rapaz afastou Sara. -  Se eu não tivesse nascido, o Bill estaria bem. Eu sou o irmão saudável, eu peguei tudo dele, eu nunca fiquei doente, eu sempre fui forte e ele... ele nunca podia nem sair para andar para brincar de bicicleta... ele ficava feliz só de me olhar brincando... não foi justo! – Dizia olhando Sara nos olhos e as lágrimas não paravam de cair, seus olhos já começando a inchar e ficar vermelhos. – Aquele idiota! -  Tom começou a rir e chorar e Sara ficou assustada engolindo seco com a mistura de emoções daquele rapaz. -  Aquele idiota sempre sorria, tudo pra ele era motivo para dar risada, tudo pra ele era alegria e diversão para ele era ficar assistindo Pernalonga, vê se pode... Pernalonga! -  O rapaz secou as lágrimas com a parte de trás da mão e olhava para a foto balançando a cabeça negativamente. -  Um marmanjo rindo com Pernalonga... mocinha! – Xingou com carinho.

-Ei!! -  Sara o repreendeu num impulso. – Qual o problema de gostar de Pernalonga?  - Perguntou de braços cruzados se sentindo ofendida.

- Ah, ta explicado porque vocês se deram bem. -  O rapaz sorriu olhando para Sara que sorriu junto. Os dois se olharam por um breve momento, como se ambos estivessem com a mesma imagem de Bill assistindo desenho na mente.

- Como ele era?-  Sara perguntou após quebrar o transe.

- Você não o conheceu? -  O rapaz franziu a testa olhando Sara.

- O conheci, mas nunca o conheci profundamente, a gente só falava besteira e foi só durante umas semanas.

- Ah. – Balançou a cabeça. -  Então você o conheceu, ele era muito carinhoso, observava tudo... e era muito ingênuo, ele nunca saía de casa, então quando via algo que não sabia vinha me perguntar “Tom o que é isso? O que é aquilo?”. –Parou e olhou para o chão brevemente, voltando a olhar Sara. -  Teve uma vez... -  Parou e olhou para Sara fazendo bico. -  Não sei se devo falar uma coisa dessas. – Pensou e viu um sorriso brotar na face de Sara e o sorriso o fez sorrir junto.

- Pode falar, eu agüento.

- É... constrangedor... pra ele, claro! -  Olhou para foto e encostou, agora ficando de frente para Sara que estava curiosa com a história.

- Um dia ele pegou um vídeo meu... um vídeo adulto sabe? -  Disse fazendo cara de “desculpa” com a sobrancelha levantada. -  E ele colocou para ver. Chegou na porta do meu quarto com a  fita na mão com uma cara de desapontado “A mamãe vai saber disso! Como você tem coragem? Você vai na igreja e canta os hinos, e mantém um arsenal de prostituição debaixo da sua cama!” -  Ele imitou a voz e os gestos de Bill e Sara começou a rir e o rapaz riu junto, ambos numa risada alta e gostosa, que deu espaço para um silêncio constrangedor.

O rapaz abaixou a cabeça para que Sara não pudesse ver que seus olhos estavam com lágrimas novamente.

- Igreja... toda vida indo na igreja, toda a vida pedindo... pra quê?! -  Perguntou olhando para Sara como se estivesse perguntando para ela. -  Ele morreu do mesmo jeito, foi tudo em vão, ele tirou minha metade, tirou a minha vida, agora eu sou só um corpo... Aquele idiota idolatrou aquele que o matou! Eu odeio você também, aqui pra você!!!! – Tom gritou com o dedo do meio apontado para o céu e Sara ao ver a cena barrou a mão de Tom que a olhou nervoso. -  O que foi?! Você é mais uma defensora desse babaca!!!?? Ele matou o MEU IRMÃO!!!– Gritou furioso com os olhos ardendo, sentindo uma dor imensa no peito e tendo a mão segura pela mão de Sara.

- E o seu irmão me salvou! – Sara disse alto ainda recebendo o olhar furioso e dolorido do irmão. – Diversas vezes. Ele me encheu de palavras de amor e conforto, coisa que eu nunca recebi quando Ele matou a minha irmã!!!– Sara arregalou os olhos com suas próprias palavras, como se tivesse lhe caído à ficha e então ela entendeu. -  Ele foi o meu anjo... – Sara disse num sussurro e a voz calma de Sara fez com que o irmão tirasse a face furiosa e a olhassem com certo carinho.

 Flashes tomavam conta da mente de Sara enquanto ela soltava a mão do irmão e colocava na cabeça ao lembrar-se de uma frase.

Quando eu disse que você ajudaria nessa missão eu disse a verdade... e a verdade é que a sua missão vai ser a mais importante... -  Bill fez uma pausa e eu prestava atenção olhando diretamente em seus olhos.”

Sara havia entendido e sorriu pegando novamente na mão de Tom que ao vê-la sorrindo largamente pensou que ela era uma louca.
Sara levou um tempo e olhando dentro dos olhos marejados do rapaz disse:

 - Prazer... eu sou Sara. -  Balançou a mão de Tom que franziu a testa sem entender o porque daquilo e percebendo que havia desabafado, chorado e gargalhado com ela, mas não haviam se apresentado. -  E eu sou sua... é, não sei se é certa essa expressão mas dane-se, eu acho que fica mais bonito. -  Disse consigo mesma recebendo uma careta de Tom que estava quase certo de que ela era uma lunática. -  Sua anja particular, e eu estou aqui numa missão para curar você da sua dor. -  terminou com um sorriso satisfeito e carinhoso, com um olhar brilhante e esperançoso que fez Tom sentir um alívio e um arrepio com a seriedade nos olhos de Sara, tentando disfarçar para si mesmo aquele sentimento ele sorriu sarcasticamente.
- Ahaha, você é louca?! Anja particular? -  Ele fez uma cara de “ah ta, vou fingir que acredito” e sorriu sincero agora. -  Não seria anjo da guarda... Sara? – Sorriu ironizando e viu uma cara de nojo brotando na face de Sara que respondeu rapidamente.

- Não senhor, é anja particular mesmo. É mais bonito. – Sara acariciou a mão de Tom dando outro sorriso sincero e reconfortante.

O rapaz parou por um segundo e observou a cara acolhedora que Sara o olhava, sentindo-se um pouco aliviado da dor que o apertava mesmo quando ele tentava sorrir de alegria e respondeu acariciando sua mão na dela com o dedão, aceitando o olhar acolhedor e respondendo com um sorriso brincalhão.

- Hmmm, a anja do Tom? -  Perguntou olhando-a e olhando para cima, processando a idéia.

- Isso mesmo! A anja do Tom. -  Sara sorriu, recebendo o olhar de Tom de volta que sentou na lápide num pulo cruzando os braços, vendo Sara subir e sentar ao seu lado, ficando a tarde toda conversando.


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